CAPÍTULO 97 Otávio

Sinto como se meus ossos estivessem se partindo, cada golpe mais intenso que o anterior, mas não cedo à dor. O gosto de sangue que invade minha garganta me desperta, me faz querer continuar vivo, apenas para acabar com esse desgraçado. Mais um soco atinge minhas costelas, e meus dentes rangem, forçando-me a suportar a dor, a consumir a dor.

Fecho os olhos, permitindo que as memórias do treinamento com meu pai invadam minha mente. Lembro-me do primeiro conselho que ele me deu, sempre firme, sempre direto:

"O silêncio é a melhor opção quando o corpo recebe punição."

Tantas vezes, quando eu gritava de dor, ele me observava em silêncio, até que a escuridão me tomava. Com o tempo, aprendi a bloquear a dor, a me distanciar do meu próprio corpo. Aprendi a deslocar minha mente, a não sentir, a não reagir. Cada golpe agora é apenas mais uma confirmação do que fui treinado para suportar.

— Quantos dos nossos foram mortos pelas suas mãos?

Encaro Ren Katakana, esse velho infeliz. Eu vou adorar qu
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