- E o que você tem que fazer, Chain... Além de casar com alguém que abra mão dos bens aos quais tem direito?Parei um pouco e a olhei firmemente. Talvez aquela fosse a hora. Pensei rapidamente nos prós: estávamos num parque, o que poderia tocar o coração dela... Canto dos pássaros, verde, crianças brincando. Eu estava contando a verdade, mesmo que tardia. Contras: ela ficar puta e fugir de mim, se perdendo em Alpemburg. Ela querer voltar para Noriah North e nunca mais olhar na minha cara novamente. Ela nunca me perdoar e eu passar a virar um morto-vivo, como meu irmão passou a ser após a separação da mãe dela.Sim, tinha mais a questão de Milano ter se envolvido com Candy no passado. Mas isso eu deixaria para ele explicar. Eu já tinha mentido demais e cada verdade contada era uma possibilidade gigantesca de perdê-la.- Preciso estar junto com Milano na questão do crescimento da empresa.- Sim... Que é uma imobiliária.- Mais ou menos... – enruguei a testa.- Mais ou menos?- Não é bem
Mas e se ele não amasse? Se ainda gostasse da ex? Se tivesse me proposto aquela porra de contrato só para pegar a herança e ponto final? Ainda assim eu teria aceito, porque queria o bem de todos. Mas e o meu bem-estar e amor próprio?Sim, meu marido tinha razão... “Marido”... Porque porra eu achava aquilo tão estranho e ao mesmo tempo tinha vontade de gritar ao mundo que era isso que Chain era meu?Quando percebi estávamos na fila da montanha russa.- Isso é um pouco injusto. Olha o tamanho desta porra! – olhei para cima, nem vendo o final.- É justo... Muito justo. Lembrando que na noite da montanha russa trocamos nosso primeiro beijo – me deu um beijo no rosto.- E eu lembro exatamente onde foi – fiz uma careta e depois tapei o rosto – Não sei como tive coragem.- Porque era aquilo que queria naquele momento. Sinceramente, eu gostei... Embora tenha achado estranho para caralho.- Perdemos dona Irma naquela noite. Eu gostava dela...- Eu também – ele riu – Embora ela tenha me levado
- Será que podemos não falar mais de Jadis?- Jadis é o nome verdadeiro dela?- Eu... Acho que não.- Então por que a chama assim?- Porque todos a chamam assim.- Candy é o nome real da sua mãe?- Eu descobri há pouco tempo atrás que não é.- Como assim?- Ela tem outro nome, mas este apelido é usado desde criança.- Mas... Ela é sua mãe? Como pode você não saber o verdadeiro nome dela?- Assim como não sei o de Jadis... Fico pensando se meu nome é mesmo Merliah – comecei a rir.- Você tem 21 anos. É uma mulher madura... Não há porque esconderem certas coisas de você. É o “nome verdadeiro” da sua mãe para ter sabido há pouco tempo.- Às vezes tenho a impressão que tentam me colocar num
Senti beijos ao longo do meu pescoço e abri os olhos, vendo meu marido através da claridade do sol maravilhoso que havia lá fora. Chain estava sem camisa, usando somente uma cueca boxer branca.Caralho, era a visão do inferno... Ou do céu. Dependia do ponto de vista. Tipo... o Diabo te fazer ir ao céu. Ou... O anjo te fazer queimar como no inferno.- Que horas são? – Espreguicei-me sem pressa.- Temos uma hora para sair sem nos atrasarmos para o voo.- Dá para perdermos o voo? – Encarei-o, sorrindo.- Tenho a impressão de que minha bela esposa quer morar em Alpemburg para sempre.- Eu acho que quero viver o que estamos vivendo aqui... Para sempre. – Confessei.Olhei para os pés da cama e avistei uma enorme bandeja com café, pães e frutas. Apoiei-me nos cotovelos e perguntei:- Este café é para mim?- Sim, m
Já estávamos no carro, a caminho da casa, que estava me matando de curiosidade, quando o celular de Chain tocou. Olhamos os dois ao mesmo tempo para o aparelho, acomodado entre os bancos dianteiros do carro.— Pode atender — ele disse, me olhando de relance.— Posso?— Claro que pode — confirmou.— Alô! — Fiquei tentada a rir, de quem estar ligando se deparar com a voz feminina, já pronta para responder que eu era a esposa de Chain.— Filha?— Mãe? — Tirei o aparelho da orelha e olhei-o, confusa.— Sua avó me deu o número de Chain... Que eu encontraria você. Estou... Confusa. E morrendo de saudade.— Sua mãe? — Chain arqueou a sobrancelha, igualmente confuso.Assenti, com a cabeça.— Também estou com saudade, mãe.— Eu... Vou voltar. N&at
— Não... Só tentei provocá-la. — Sorriu.— Eu achei que o convidaria por serem amigos... Só isso. Afinal, estavam sempre juntos.— Sim... Até eu perceber que ele estava interessadíssimo em arrematá-la no leilão.— Estava? — Enruguei a testa. — Ele... Tratou Ketlin muito mal. Eu entendo a frustração dele ao saber que ela era uma prostituta. Ainda assim não justifica o fato de tratá-la como tratou, entende?— Eu mesmo me senti constrangido pela forma como ele tratou Ketlin.— Ela... É uma pessoa, cheia de sentimentos, de sonhos, como outra qualquer. Aquilo ali é o trabalho dela. E assim como todas, ela quer um dia ter uma vida diferente.— Tiago nunca se preocupou com nada além de si mesmo. Mas ele sabia do meu interesse por você, desde sempre. Embora eu não tenha dito
POV CHAINMilano atendeu quase que imediatamente a chamada:— Chain?— Onde você está? Os empregados disseram que foi viajar. O que aconteceu?— Uma coisa chamada negócios, que você parece não querer partilhar comigo.— Eu... Vou começar a ir à empresa e ficar a par de tudo, Milano.— Jura? — ironizou. — Agora percebeu que precisa fazer parte disto ou o barco afunda conosco dentro?— Quando você volta?— O mais breve possível. Mas obtive a autorização do doutor Royalt para a viagem, visto que era a respeito da empresa.— Eu também obtive autorização para minha viagem... Pois tinha a ver com a minha parte das exigências.— Posso apostar que não foi para tratar assuntos referentes à empresa.— Sua ironia tem sido constante. C
Eu era um homem que sabia muito bem viver com as dores, fossem físicas ou psicológicas. Então não morreria, suportaria como sempre fiz. Ainda assim, não abriria mão de fazer dela uma mulher forte e que corresse atrás dos seus sonhos. Era o mínimo que eu poderia fazer pela mulher que amava, depois de ter mentido e a magoado como fiz.O telefone seguia tocando. Eu não atenderia. Estava farto das lições de moral de Milano.Deitei a cabeça na poltrona, sentindo minha empolgação esvair-se. Nem sabia ao certo por qual motivo propus casar com ela na igreja. Liah pouco se importava com estas coisas. Mas achei interessante o fato de ela ter que fazer um vestido de noiva. Talvez se achasse capaz e se empolgasse de seguir em frente.E sinceramente, tinha medo do retorno de Candy. Porque Merliah era totalmente influenciável pela mãe e avó. E se ambas ficass