Não sei o que acontece comigo
Pois estou, a cada dia, renovado.
Lembro-me do dia em que era só minha amiga
Hoje é meu amor, a mulher pela qual estou apaixonado...
Sei que nem sempre tenho forças
Para encarar as situações de frente,
Mas quando penso que as soluções são escassas,
É aí que me engano e crio asas, novamente...
Quando você me disse que iria viajar
Confesso que fiquei triste, totalmente indefeso, como uma criança.
Contudo, o seu amor me fez acreditar
Que nada é capaz de nos separar, nem mesmo a distância...
Nada para mim é mais importante
Que ter você ao meu lado.
Amor, te necessito a todo o momento, a todo instante
E tenho fé de que, em breve, esse dia será consumado...
Assim como a alvorada do dia e o crepúsculo do anoitecer,
O fenômeno que deu origem ao nosso amor é indescritível.
Podem vir obstáculos e, de toda forma, tentar nos entristecer,
Porém Deus está conosco, e a Sua proteção é imbatível!
Romano Júnior
“Não adianta se entregar aos sonhos se você se esquece de viver."
J. K. Rowling
Ricardo, a história contada por terceiros.Tudo começou após o término do seu namoro, em junho de 2009, com a cidadã que ele afirmava ser a mulher de sua vida. Nessa época, trabalhávamos em uma montadora de automóveis, éramos os responsáveis pela área de produção. Nossa rotina semanal era bastante cansativa.Seu choque após perder Maria Fernanda havia se unido aos seus diferentes problemas, e isso lhe causava reações que, até aquele momento, não sabíamos que existiam, como não sabíamos de que modo aquilo o afetaria emocionalmente. Longe dela, ele vivia fases ora elevadas, ora nocivas; havia dias em que se encontrava educadamente; e outros dias, grosseiramente, sem motivos aparentes para tais oscilações. O cansaço físico e mental lhe havia causado transtornos neuroquímicos.
Um incandescente verão, no final de 2009 e início de 2010, dominou a cidade do Rio de Janeiro e o interior. Considero, com total convicção, que tal ano foi uns dos mais quentes dos últimos cem anos. Faltavam apenas três dias para a virada do ano, quando fomos visitar a cidade de Angra dos Reis com amigos e familiares. Pretendíamos que o novo ano sucedesse de dias melhores, de bem-querer e de serenidade para todos. Permanecia satisfatoriamente admirando as curiosidades na praia e conversando com Pedro, analisando em que fração da sua vida ele havia sido capaz de autorizar tantas páginas em branco e, concentrado nesse objetivo, assegurou-me que lutaria para que isso não se repetisse nunca mais.A animada noite do dia 31 de dezembro estava formidável. As homenagens, a combustão de fogos de artifício à beira-mar e o sorriso das pessoas ocasionaram uma noite magnífica. A
O dia estava abafado. O calor era tamanho que, depois do almoço, Pedro me ligou convidando-me para irmos a um popular ribeirão da cidade. Convidamos mais dois amigos, que convidaram não sei quantas pessoas. Uma dessas convidadas era Tânia.Ao chegarmos, notamos que o local estava tão lotado, que não havia vaga para estacionar. Resolvemos ir para outro ribeirão muito pouco frequentado, talvez porque ficasse muito longe. Aquele imenso rio e aquele mundo verde a perder de vista era tudo o que precisávamos. Depois de nadar por alguns minutos, Pedro se sentou em uma pedra para admirar a paisagem. Não demorou muito para o imprevisto acontecer:— Posso me sentar contigo? — perguntou Tânia para Pedro.Por saber de quem se tratava, meu primo queria ter dito não, mas como as pessoas estão em constante evolução, respondeu:— Fique à vontade.<
— Desculpe atrapalhar a conversa de vocês, hora do almoço — falou a enfermeira da casa de repouso. — E o que teremos de bom para hoje? — perguntou dona Maria. — Sopa de legumes — respondeu a enfermeira.A enfermeira Samanta era muito criticada na casa de repouso, não pelos funcionários, mas pelos demais pacientes. Ela tinha um carinho especial pelo Senhor Pedro e pela Dona Luciana. Ela sempre os ajudava em suas alimentações, principalmente ao Senhor Pedro que vivia em um quarto separado dos demais. Diariamente ela os levava para passearem pelo jardim coberto, onde existia mais de seiscentas espécies de rosas que eram vendidas para manter a casa de repouso, um lugar gratuito para os idosos. A enfermeira cuidava deles como se fosse uma filha cuidando de seus pais, e isso deixava a muitos de cabelos em pé, principalmente, o Senhor Baltazar. Ao
Na manhã seguinte, Pedro recebeu alta médica do hospital, eu e minha tia fomos buscá-lo. Era como se alguns quilos das centenas que haviam estado em suas costas o tivessem deixado.— Bom dia, querido, tudo bem? — perguntou minha tia, abraçando-o.— Bom dia, estou bem, e a senhora? — respondeu, enquanto retribuía aquele terno abraço materno.— Sabendo da sua alta, estou bem melhor.— Bom dia, Ricardo, tudo bem?— Bom dia, primo! Tudo bem, e contigo?— Estou bem melhor, graças a vocês.— Bom ouvir isso. Fiquei responsável em levar os objetos que vai precisar.— Obrigado, primo! Sempre serei grato pela sua ajuda.Após assinar uns documentos e receber um pequeno número de receitas médicas, Pedro foi orientado a voltar no décimo quarto dia e foi liberado. Caminhava aos pul
Por volta das vinte e duas horas, entrou na sala de bate-papo, e a majestosa o aguardava. Conversavam havia aproximadamente uma hora quando o rapaz mencionou:— Gostaria de te conhecer pessoalmente. De Penedo a Itatiaia são dez minutos de carro.— Não faça nada hoje que possa se arrepender amanhã.— Arrepender? Acho um termo forte para a ocasião.— Você cansou e desistiu de viver, machucando pessoas inocentes. Não quero isso pra mim.— Preciso que alguém me guie, que abra meus olhos, estou completamente perdido.— Não sei se sou a pessoa certa para isso.— Acredite, preciso de amigos que me guiem.— Tudo bem, vou confiar em você.Trocaram os números de telefone, e Pedro ligou para ela. Conversaram durante horas.Essas longas conversas, de certa forma, não tinham muita credibilidade. Era
No dia 5, Pedro saiu do trabalho em direção ao parque de Itatiaia, estacionou seu carro e ligou para Lis:— Boa tarde, mocinha!— Boa tarde, Pedro! Tudo bem contigo?— Estou ótimo e você?— Ansiosa, espero não ouvir que aconteceu um imprevisto em seu trabalho e você não poderá vir.— Acabei de chegar, vou te esperar no estacionamento do parque.Pedro ficou encostado no carro esperando por Lis. Não posso negar que ele estava receoso com a possibilidade de uma vingança por parte da moça, porém não demorou muito para uma mulher aparecer. Seus passos iam em direção ao rapaz e seu olhar estava fixo nele. Logo de início, Pedro pensou: “Essa não é a Lis, conversei com ela por horas através de webcam, e a imagem desta moça não parece condizer com a de Lis”.
A parte da tarde, Pedro passou conversando com sua mãe, contando detalhes do que viu e ouviu. Minha tia estava feliz em saber que seu filho havia começado a dar seus segundos passos.O rapaz estava tão feliz, que me ligou e conversamos durante horas. Ele queria me levar no próximo encontro, mas o avisei que não estava preparado para isso. Às seis horas, ligou para Lis para conversarem sobre a manhã vivida, a conversa também foi longa. No amanhecer da segunda-feira, o sol dava indícios de que a temperatura para o dia seria quente. Muitos noticiários comentavam a respeito dos baixos níveis nas represas existentes no país, mesmo nos lugares em que a chuva era constante.Conforme as horas iam passando, a temperatura ficava pior. Tanto, que Pedro não conseguiu almoçar. Depois de nosso horário de almoço, houve uma rápida reunião com o tema demiss&otil