Gritos, sangue...
Morte...O vento frio me faz tremer, olho ao redor, estou em uma floresta...Em minha frente vejo uma grande poça de sangue, estou ajoelhada ao lado de um corpo, toco meu rosto, minhas bochechas estão molhadas, estou soluçando em um choro doentio, olho minhas mãos, cobertas de sangue.Ao longe ouço uma voz me chamar, não consigo descobrir quem é mas sigo seu chamado.••••Abro os olhos rapidamente, minha respiração está entre-cortada, nervosa tento identificar onde estou, ainda no avião, respiro pesado mas estou aliviada, nada de sangue, nem mortes.— Acorde Melany, estamos quase chegando! - Laisa me chama, assinto em concordância e ajeito-me na poltrona.O avião pousa, olhando pela janela vejo a bela paisagem, está parcialmente nublado, vejo a floresta densa, um lugar tão belo.Descemos e caminhamos para o carro que veio nos buscar, desde que acordeSentada sobre a pedra na beira do rio admiro a bela paisagem em minha frente, meus pés sob a água fria, a sensação me acalmar, em alguns dias ocorrerá o baile, deixo meus pensamentos correrem, lembro-me de minha infância, lembro de minha mãe, meu pai, meu avô Alistar já falecido, percebo uma pequena lágrima descer por minha bochecha a limpo rapidamente, ao lembrar de minha mãe automaticamente lembro do grimório que achei, hoje seria a chegada de meus avós junto de minha avó Cristina, Diego virá junto mas Alex ficará por mais uns dias, alguma coisa aconteceu mas meu avô se nega a me esclarecer, penso em minha avó, como falar com ela? Como conseguir suas explicações? Sinto-me nervosa sobre o que posso descobrir, sobre as verdadeiras origens de minha mãe. — Sabia que iria a encontrar aqui! - Tão imersa em pensamentos não noto quando Vivian se aproxima, sentando-se ao meu lado me olha preocupada. — Conte, o que aconteceu, já tem alguns dias que percebo seu desconforto, es
Cada segundo que passava para mim era interminável, o silêncio maçante entre nós me enlouquecia, abrindo o segundo livro ela me entrega, vejo o nome de que pertencia o livro, sinto-me cada vez mais confusa, o nome Helena Howe escrito em uma caligrafia delicada e rebuscada, o nome de minha avó. — Este grimório pertence a mim, foi dado por minha mãe no meu aniversário de dezoito anos. - Continuo a olhando, esperando toda sua história. — Minha neta, eu vim de um poderoso coven bruxo, antes de conhecer seu avô, antes de me transformar no que sou hoje, fui uma bruxa, assim como todas as mulheres de minha família, nascemos herdando a magia lunar, sempre em harmonia com a natureza. Por viver junto a bruxas sempre me neguei a aceitar a existência de vampiros, já que diferente dos lobos a existência do vampirismo não é natural nem aceita pelas forças da natureza. - Lágrimas brilham nos olhos de minha avó, segurando minhas mãos ela volta a falar. — Até que conheci seu avô, eu era jove
Na manhã seguinte observo os primeiros sinais da manhã, a luz do sol aos poucos nasce no horizonte e apesar de toda calmaria que a paisagem reflete nada acalma meu coração, as palavras de minha avó ainda rodeiam meus pensamentos, desde aquele momento não voltamos a nos falar, permaneci no meu quarto desde aquele momento, Laisa me fez uma rápida visita, perguntou-me se algo aconteceu me dizendo que todas estavam preocupadas com meu repentino desaparecimento, menti para ela, foi necessário, fingi cansaço e vi que no fundo não acreditou nem um pouco em nada que lhe disse compreensível. Ando por todo meu quarto, troco rapidamente meu pijama por roupas confortáveis, resolvo sair, indo para fora tento relaxar ao sentir a brisa da manhã, me tranquiliza mas não é o suficiente, tudo que aconteceu tirou o melhor de mim, ainda me custa acreditar no que foi dito, corro para floresta, tento gastar toda e qualquer energia que ainda me mantém acordada, meus pés me levam para a cachoeira, a
Está noite aconteceria o grande baile, alguns dos muitos convidados já presentes se acomodaram pelos infinitos quartos do castelo, tudo está movimento, principalmente o grande salão onde ocorrerá o evento, tudo lindamente decorado em flores brancas e azuis. Dentro do meu próprio quarto observo o belo vestido que usarei, sua longa saia azul reluz em belos tons, um verdadeiro vestido de princesa, decido descer, ainda está muito cedo e não pretendo enlouquecer junto com minhas avós pela decoração, se elas virem que estou me preparando para escapar da organização me trancaram no quarto, por isso opto pela saída dos fundos, passo entre as grandes colunas de forma silenciosa ouvindo as ordens que as duas senhoras exigiam a cada organizador, prendo um sorrido e me esgueiro pela cozinha, vejo Nana ajudando o cozinheiro no que fosse possível, já que lobisomens seriam convidados não poderia ser servido somente o que agradasse vampiros. Ao me ver Nana me segura pelo braço impedindo
Lentamente abri meus olhos, tento reconhecer onde estou, está escuro e úmido, me movo com lentidão, meu corpo dói, minha visão embaçada nota o local ao redor, um pequeno quarto, mais como um porão, mexo minhas mãos e sinto a dor agoniza que envolve meus pulsos, queima minha pele, estou atada por correntes que brilham em roxo toda vez que me movo queimando ainda mais minha pele, preparadas por um mestre necromante poderoso suponho, ao olhar meu estado vejo que ainda estou em meu vestido, completamente imundo e em alguns lugares está rasgado, coberto em grossas camadas de sangue seco. Ouço o farfalhar de passos do lado de fora, uma porta se abre, uma figura alta e forte apare pela luz transmitida pelo outro cômodo, logo reconheço o ser pelo cheiro que exala, Noah entra fechando a porta, fechando a porta liga a luz, tão fraca que quase não faz a mínima diferença ligá-la ou não. — A pequena princesa acordou pelo que vejo! Como se sente? - Seu sorriso debochado me e
Tento mais uma vez abrir meus olhos, sinto-me fraca e totalmente exausta, não sei mais com exatidão quantos dias passaram, mas sei que dentre eles vivi o verdadeiro inferno, sinto-me cada dia mais fraca e perto da morte, penso em quão irônico isso é, uma hibrida imortal sentir-se flertar com a morte, seu destino infinito ser visto com um ponto final. — Não pense muito criança, vai lhe fazer mal! - A voz masculino se faz presente no pequeno quarto, vejo Cassius sentar-se a minha frente. — Sabe, você é uma criatura primorosa, é impensável que uma hibrida de vampiro e lobisomem fosse realmente vingar, sua segunda natureza é nojenta devo dizer, mas conseguiu criar algo magnífico e totalmente monstruoso! - O homem mais velho ri. — Vai se ferrar! - Sussurro em minha rouquidão, uma tosse irrompe por minha garganta seca. — Igualzinha à seu avô, mas é uma pena algo tão incrível como sua existência se esvair assim, se não fosse tão curiosa isso não aconteceria por agor
Tento me levantar mas ainda sinto meu corpo dolorido, as lembranças da noite passada se passam em um flash, ignoro a dor e levanto-me do colchão que me deitava para encontrar meu avô, corro pelos corredores do castelo a sua procura. Subo para seu quarto, vejo minha avó sentada ao seu lado na cama, ele se mantém desacordado, as marcas já mais claras mas ainda visíveis, o cheiro da magia ainda presente mesmo que mais enfraquecido ainda está presente, me aproximo lentamente. — Vovó? Como ele está? - Minha voz a assusta. — Melany? O que faz aqui? Deveria estar deitada, ainda está muito debilitada. — Não se importe comigo, quero saber como meu avô está! - Me olhando tristemente segurando minhas mãos, olho para o corpo fraco de meu avô já sentindo a tristeza se instalar em meu peito. — A situação é grave, apenas magia pode curá-lo! — Então vamos atrás de bruxas, trazemos um feiticeiro, qualquer coisa vovó, por favor, diga que tem solução! -
Desde aquele dia estou envolvida a um treinamento constante de magia, não voltei a minha casa nas terra de Cristina, voltei por tempo indeterminado a morar no castelo, Victor ainda não demonstra melhoras, não acordou desde então, Miguel e minha mãe cuidam dele dia e noite com todo conhecimento que tem sobre magia necromante, fazem o melhor para estabilizar o feitiço usado, mas nada parece surtir efeito. — Foco Melany, não irá concluir o feitiço enquanto pensar demais, se concentre e deixe sua magia fluir. - Diz minha mãe em tom severo. A olho novamente e foco na pequena pena a minha frente, tento canalizar meu poder mas apenas uma pequena chama fraca se acende dentro de mim, abro meus olhos e a pequena pena branca flutua levemente para logo em seguida cair levemente sobre a mesa. — Desisto, é impossível! - Esbravejo, minha mãe ri. — Olhe para trás. - A obedeço e sigo seu olhar, atrás de mim centenas de folhas voam pelo ar, sorrio vitoriosa. —