Vestida para matar, eu me sentia totalmente no poder com o vestido de seda que deslizava de leve sobre o meu corpo, uma calcinha parecia que marcaria demais. Do outro lado do salão podia ver os olhos de Damon me seguindo para onde eu fosse e eu continuava a caminhar e falar com todos, os sócios pareciam ter começado a gostar de mim ou pelo menos, era o que parecia. Estava aprendendo aos poucos como tudo parecia ser de fachada, a começar pelo meu namoro. Edgar sorriu para mim e me ergueu a taça de champanhe. — Obrigada querido — Sorri. — Voçes fazem um casal bonito — Disse uma mulher que eu havia acabado de conhecer. Já se faziam quatro semanas desde que começamos com a farsa e Damon ainda se mantinha distante, mas conforme o tempo passava eu começava a notar as evidências que Edgar me apontava. Damon estava claramente incomodado com o meu namoro. O clima entre ele e Edgar que já não era bom parecia ter piorado e apesar de me sentir culpada, eu precisava explorar
Anna apareceu com um vestido que parecia deslizar sobre o seu corpo, o tecido leve parecia também delicado, os detalhes de pedras e o brilho, assim como o céu parecia perfeito. — E então, o que acham? — Anna ajeitou o véu o lançando um pouco para trás do ombro e nos olhou atentamente. — Você está incrível — Disse Daniela batendo palmas. A olhei de cima a baixo e abri um sorriso largo. — Você ficou linda, Anna. — Fiquei, não foi — Ela tocou no tecido o alisando e caminhou para o espelho, ele tinha mangas como ela queria e parecia ser feito para ela sobre medida. — Esse tem a opção de saia cheia também. — Anna olhou para Jennifer e ela continuou — Você deseja experimentar? — Sim, por favor. Me aproximei e a olhei pelo espelho, Anna estava radiante.Uma fisgada de ansiedade minou no meu peito com o pensamento de que logo em breve ela estaria usando esse vestido para caminhar até o homem que eu amo. Jennifer começou a ajeitar a saia ao redor dela e caminhei para
Me arrastei pela casa e franzi o cenho, tirei os sapatos perto da escada achando boa a sensação do frio sobre os meus pés, me segurei na barra e caminhei devagar subindo às escadas até o terraço. Arrastei meus pés sobre o chão gélido deslizando sobre a madeira e quase caí na pequena piscina. Botei a mão cobrindo a boca chocada e ri de mim mesma, voltei a dançar e me joguei sobre a cadeira reclinável também de madeira. “Droga, assim eu fico tonta” pensei e me levantei caminhando devagar olhei para o céu. — Rosa. A sua voz fez todo um arrepio percorrer pelo meu corpo, meu coração disparou e me virei para ele sem conter o riso. — O que é engraçado? — Quer mesmo que eu fale? Um silêncio pairou entre nós e então ele olhou para a minha mão e botou a garrafa para trás. — Você está bêbada? — Não! — Está sim! — Eu nem estou bebendo. Damon me encarou, podia jurar que ele também queria rir. — Você ia rir — Falei apontando o dedo para ele. — Não.
O dia amanheceu como cinzas, a neblina de fora da janela era o meu estado emocional por dentro enquanto eu acabava com a segunda cartela de cigarros, tinha certeza de que se eles não me matassem, eu mesmo ia. Não conseguia parar de repetir a cena que havia acontecido de noite, o rosto borrado de lágrimas de Rosa não saia da minha mente, a sua dor era nítida, ela estava sofrendo, graças a mim e pedia para que eu a deixasse de forma desesperada. Às vezes o amor dura, às vezes ele só fere e eu estava a ferindo, então havia tomado a minha decisão, conversaria com Anna para adiantarmos o casamento e então ia embora da mansão. Quando o rosto amigável de Lorenzo apareceu pela porta senti a pontada de ansiedade minar dentro de mim, ele se aproximou e ergueu a mão que apertei. — Bom dia Lorenzo. — Bom dia Damon, eu devo dizer que estou surpreso pela sua ligação. Ainda faltam duas semanas para o casamento. — Não acha melhor acabarmos com isso antes de ter que desconvidar a t
Acordei me sentindo um lixo, parei do lado de fora sem fome alguma pela ressaca, sentindo que minha cabeça ia explodir, não me lembro de ter bebido tanto e nem de parar na antiga sala onde fitas antigas de recordações da vida dos Bonner estava, mas havia acordado no sofá enquanto uma fita de Damon ainda rodava. Eu realmente parecia gostar de me torturar. — Quer que eu te traga um chá, café, água? — água, por favor, eu estou com uma ressaca horrível — Falei para Cláudio e ele assentiu saindo. Berto passou perto de mim e quando me viu veio me cumprimentar, sorri para ele. — Você parece bem essa manhã — Falei. — Ontem foi a formatura da minha neta, ela estava radiante, eu tentei te chamar, mas não achei você em lugar algum. Eu queria te agradecer de novo, porque melhorou com o tratamento e conseguiu fazer as provas com isso. — Não é preciso me agradecer Berto, essa notícia para mim já é o suficiente — Falei sincera, podia sentir meu coração se aquecer com aquela n
— Que cursos são esses ? — De artes, preferi não por cursos como educação financeira ou engenharia, já que ainda são crianças. — Eu quero ver. — Claro, mas antes quero te mostrar o refeitório, estou morrendo de fome — Falou Edgar — O que acha Erasto? — Acho uma ideia ótima — Respondeu ele — Mas vou ter que me ausentar um pouco agora, você sabe como a parte administrativa é chata. — Sim, eu sei — Responde Edgar com um sorriso maior do que o seu rosto. — Podemos jantar juntos — Às palavras de Erasto me fizeram arquear as sobrancelhas por um momento e se dando conta ele completou — Nós três. — Vai ser ótimo — Falei, Erasto assentiu e olhou para Edgar. — É bom o ter de volta. Edgar assentiu e olhou para a frente, Erasto saiu nos deixando sozinhos, podia notar o rosto de Edgar vermelho como um morango, ele que era branco destacava ainda mais. Mordi os lábios evitando um sorriso. — O que foi? — Você está vermelho, sabia? — Aqui é muito quente. — Si
Edgar me guiou pelos corredores me levando até a última sala, a sala de esculturas. Quando chegamos havia muitas formas em gesso, comecei a olhar enquanto as crianças pareciam concentradas. Um homem veio em minha direção e disse algo que não entendi. — Desculpa, não falo a sua língua — Sorri sem graça, sabia que ele também não ia entender e olhei para Edgar — Edgar me ajude. Edgar parecia caminhar para longe, ele se virou para mim. — Posso ajudar? — Perguntou o homem à minha frente, ele era alto e robusto, tinha dreads na cabeça e um cavanhaque charmoso. O olhei surpresa. — Você fala a minha língua. — Sim, falo espanhol e portuques também. — Ele é poliglota — Disse Edgar se aproximando de nós — Me desculpem, acabei esquecendo de os apresentar, Bomani essa é Rosalina, Rosalina esse é Bomani. Ele ergueu a mão que apertei com um sorriso. — É um prazer Rosalina. — O prazer é meu, é muito bom alguém aqui fora Edgar me entender. Ele sorriu de volta. —
— Prove, por favor — Pediu Erasto — E seja sincera se não gostar. Olhei para Edgar e para Erasto, temia que não gostasse da comida, mas quando a botei em meus lábios automaticamente gostei. — Gostou? — Perguntou Edgar enquanto Erasto olhava ansioso. — Sim, é gostosa — Abri um sorriso e Erasto também sorriu — O que é? — Nyama, Choma, Braaivleis e Mechoui, o meu favorito. — É um nome bem grande, né? — Olhei para Edgar intrigada. — É tipo churrasco — Respondeu Edgar simplificando e Erasto riu, Edgar o olhou de cima a baixo — Eu não sabia dessa, que era sua comida favorita. — Acho que não sabe muitas coisas sobre mim. — É verdade, não sei. — Pergunte o que quiser e eu te direi. Olhei para eles animada, Edgar parecia desconcertado. — Você tem filhos? Erasto riu. — Não, mas pretendo ter. — Adotados ou seus? — Perguntei curiosa. — Adotados. Assenti. — Eu fiquei sabendo que gostou de Jafari, vi que passou um tempo com ele ontem. — É um me