- Algum de vocês viu Uric? - Perguntei.
- Acredito que tenha fugido em meio a tudo que aconteceu. - Raymond disse enquanto caminhava apressadamente pelos corredores do calabouço.
- Não sei, ainda tenho a impressão de que ele pode estar aqui. - Lumiere disse fazendo com que eu e Raymond encarassemos ele.
- Temos que considerar todas as hipóteses. - Analisei. - Mas Frederick já não é mais uma preocupação.
- Fico feliz em ouvir isso. - William apareceu a nossa frente. - Está tudo correndo bem.
Vi várias pessoas passarem por mim e reconheci muitas delas. Era os habitantes de Dandelion que estava presos e agora finalmente poderiam ir para casa. Eu não sabia qual das inúmeras mulhere
Dandelion é uma aldeia ao norte de Gorgonea, o Reino mais poderoso de todas às oito regiões. Todos os rapazes, ao completarem dezesseis anos, são obrigados a servirem ao Palácio. Os jovens são escoltados por soldados mais experientes e levados até seu destino, do qual poucos retornam.Esse é o único jeito de alguém sair de Dandelion, caso contrário, qualquer um que tente fugir, homem ou mulher, será morto pelas criaturas que vivem escondidas na floresta que cerca a aldeia.Os poucos jovens que retornam nunca contam boas experiências, falam sobre monstros horrendos, magia negra e feiticeiros maléficos que servem ao Rei.Nada é falado sobre as outras sete regiões, tampouco se sabe sobre elas. Não existem mapas com suas localizações e não sabemos que categoria de pessoas vivem por lá. Os Remanescentes, como são chamados aqueles que conseguem sair e retornam, contam que há um enorme muro separando Gorgonea do resto do mundo. Todos sabem da existência das outras sete re
Como Dandelion era apenas uma aldeia, não haviam muitas casas. Olhando pela janela da carruagem as únicas coisa que passavam por meus olhos eram enormes árvores. Em sua maioria carvalhos. A carruagem parou em frente à uma pequena casa e uma garota com em um vestido azul saiu de lá com um véu negro cobrindo seu rosto. Tinha os cabelos pretos e a pele alva que em contraste com a cor do vestido a deixava ainda mais pálida. Assim que entrou na carruagem e a porta foi fechada ela retirou o tecido que cobria seu rosto.Não havia nenhum guarda dentro da carruagem, apenas dois seguiam na frente guiando os cavalos pelo caminho que levava até a saída de Dandelion. E o outro guarda havia ficado para trás.Mesmo que fossem apenas dois guardas, eu não tentaria fugir. Todos em Dandelion sabem que qualquer um que consiga a vaga como um dos guardas do Palácio, trabalhando na escolta das garotas, é alguém experiente que, com certeza,
Nem em meus piores pesadelos eu havia visto alguém com uma aparência tão asquerosa e sombria. Tudo nele me dava calafrios. O cabelo eram fios brancos totalmente desgrenhados e secos, haviam rugas por todo seu rosto, o nariz enorme e os dentes separados de uma maneira grotesca. Entretanto, as roupas e joias que vestia destoavam totalmente da sua aparência, pareciam valiosas e feitas especialmente para ele.- Não vai me cumprimentar? - Perguntou com sua voz monstruosa.- Me perdoe pela indelicadeza, senhor. - Foram as únicas palavras que consegui formular em minha cabeça.Todo o meu corpo parecia em alerta, até mesmo meus pensamentos estavam turvos. Eu não conseguiria dizer nada mais do que palavras adoráveis. Eu não queria ver aquele homem com raiva, pois eu tinha certeza que dessa forma ele se tornaria um perfeito monstro.- Minha aparência não lhe agrada, senhorita? - Ele veio em minha direção caminhando com a ajuda de uma bengala de
Acordei com uma dor extrema nas pernas, tinha certeza de que meus olhos estavam abertos, mas tudo ao redor era um breu intenso. Me arrastei pelo chão úmido sem a mínima força para levantar. Parecia um pesadelo, mas tudo era real demais. A dor era real demais. A pior parte de tudo era eu não saber onde estava e isso me desesperou.O que havia acontecido com o Duque? Por que não havia me matado? Não que eu esteja reclamando, se tiver a oportunidade, obviamente vou agradecer a pequena extensão da minha vida. Mas, ainda assim, tudo é extremamente confuso.Enquanto me arrastava alcancei algo que parecia uma porta. Não haviam fechaduras do lado de dentro e nenhuma luz vinha das frestas, o que me levou a pensar que lá fora estava tão escuro quanto aqui dentro.De repente, um medo subito me atingiu, eu esperava que tudo não passasse de um sonho, mas as minhas pernas doiam como o inferno e essa dor não é algo que provem de sonhos.
Abri meus olhos vagarosamente, sentindo uma enorme vertigem e a sensação de que tudo estava turvo. Meu corpo ainda doia, mas mesmo assim me forcei a sentar na cama e tentar identificar aonde eu estava.Eu me lembrava parcialmente do que havia acontecido na mansão do Duque, mas não sabia ao certo de que maneira a situação havia terminado.Já sentada na cama, pude dar uma boa olhada ao meu redor e notei que estava em um quarto muito luxuoso. Além da cama ser extremamente macia e confortável, havia também uma grande lareira no quarto que mantinha o lugar aquecido e agradável. Direcionei meus olhos até meu corpo e percebi que eu estava mais machucada do que imaginava. Eu já não estava mais com o vestido de Kiara, agora, eu estava coberta por um leve vestido amarelo. Fiquei imediatamente preocupada sobre quem teria trocado minhas roupas.Nesse mesmo instante, ouvi uma leve batida na porta e logo em seguida alguém entrou. Uma mulher. Isso me tranquiliz
- Fui avisado de que estavam me escondendo alguma coisa, então não pude controlar minha curiosidade e vim o mais rápido possível.- Um homem de uma beleza que eu nunca havia visto estava parado na porta.Tinha um ar elegante, os cabelos negros como a noite vinham até um pouco abaixo de suas orelhas, tinha a pele alva e limpa, sem nenhum defeito ou cicatriz aparente. Seus olhos tinham um azul intenso e brilhante, mesmo com nossa distância era quase impossível não nota-los. Tinha também um queixo bem definido e um porte físico mediano, sua aparência era surreal, mesmo nos traços mais simples. Ao meu ver ele parecia perfeito.- Mestre, eu...- Lesley tentou se explicar, mas antes de dizer qualquer coisa, caiu no chão se contorcendo.Eu me abaixei ao seu lado, sem saber o que fazer. Minhas mãos estavam tremendo e tudo que eu sentia era um medo puro e uma dor de cabeça insuportável. Coisas demais haviam acontecido, eu me sentia cada
Não fazia muito tempo que havia me deitado, eu não estava dormindo, mas também não estava acordada o suficiente para saber o que acontecia ao meu redor. Talvez o cansaço estivesse me impossibilitando de ser um pouco mais cautelosa. Entretanto, meu corpo, minha mente e meu espírito estavam desesperados por uma pausa.Me peguei pensando em minhas decisões, no meu plano idiota de tomar o lugar de Kiara.Notei, por fim, que eu estava jogando um jogo muito perigoso comigo mesma. Meu plano para salvar Kiara não me dava nenhuma certeza de que eu sairia viva, mas mesmo assim eu segui em frente. Apostei minha própria vida apenas para provar que eu estava certa. E, no fim, eu nem ao menos me preocupei em saber se ela realmente havia saido bem dessa loucura toda, mas não me senti culpada. Não haviam realmente motivos para que eu me sentisse assim. Era algum pecado estar lutando pela sua própria vida com tanta perseverança a ponto de não pensar em o
De manhã, quando acordei, o sol ainda estava nascendo no horizonte. O leve calor depois de uma noite fria era aconchegante e todas as minhas forças estavam renovadas. Eu me sentia nova em folha e minha estadia na mansão do Duque parecia uma memória distante, embora recente.Todo o lugar parecia silencioso e talvez ainda fosse cedo demais. Me levantei e fui até o andar de baixo com as roupas que Lesley havia me dado na noite anterior e tomei um banho refrescante que me fortaleceu ainda mais. Porém, eu ainda estava morrendo de fome.Quando estava passando pelo corredor que levava até a sala dei de cara com uma Selene preocupada. Ela parecia extremamente perturbada. Como se tivesse algo terrível com o qual todos devessem se preocupar.- Alyssa! - Ela veio correndo em minha direção e agarrou minha mão esquerda me puxando em direção à sala. - Eu estava procurando por você.- O que aconteceu? - Perguntei aflita.