>PATRÍCIO<
Ficamos por mais alguns minutos calados, o que eu estava agradecido, parecia que ele não ia comentar sobre ela.Não poderia estar mais enganado...- E quanto a garota? - Ele pergunta- Hum? - finjo não ter entendido- Você sabe exatamente do que estou falando. - Ele estreita os olhos acusadores- Não há nada demais. - Sou categórico, o que não adiantou muita coisa.- Patrício, a quanto tempo te conheço? - Pergunta. Essa é a forma de Fernando me dizer que me conheço bem o suficiente para saber quando estou mentindo.- Ok. - Me dou por vencido - Talvez eu ainda tenha interesse nela , e queira transar com a Elizabeth de novo.Eu esperava uma provocação algo que me tirasse do sério, só não estava preparado para aquela provocação.- Compreensível. A garota é muito gostosa - Fuzilo meu melhor amigo com os olhos e ele sorri- Relaxa. Só pra descontrair. - Levanta a mão em sinal de rendição - Sò vai.- As coisas não são assim>ELIZABETH< O som estridente do meu despertador cortou o silêncio do meu quarto, ecoando nas paredes do ambiente quieto, que ainda pareciam carregadas pela tensão da noite anterior. Minha cabeça dói intensamente como nunca antes, provavelmente depois de quase me desidratar de tanto chorar ontem, até que finalmente consegui dormir, às quatro da manhã. Allan definitivamente conseguiu me fazer chorar, dessa vez ele conseguiu, depois de tantas tentativas frustradas, ele conseguiu. Chorei pela forma rude que ele me tratou, pelo aperto forte que deixou marcas enormes e roxas nos meus braços. Chorei de frustração, por um dia eu ter cogitado a possibilidade de viver uma vida ao lado de alguém que me faria mal sem nem pensar duas vezes. Cheguei a conclusão de que Allan está completamente louco, fora de si. Depois de tudo que aconteceu ontem não tive coragem de encarar meus pais, e como eu poderia? Caso papai presenciasse minha forma vulnerável e ferida de ontem, sem sombra de dúvidas ele
>ELIZABETH< - Bom dia Jeh! - Cumprimento Jerusa que está distraída com alguma coisa na sua mesa. - Bom dia Liz! - Ela responde antes de levantar a cabeça para me olhar - Nossa, você está péssima - Obrigada! - Digo com um tom de ironia, mas com diversão contida em minha expressão - É ótimo ouvir isso tão cedo - Desculpe - Jerusa sorri - Mas você está com cara de quem não dormiu - Na verdade, não dormir - Dou de ombros - Aconteceu algo? - Pergunta curiosa. Pondero se devo contar algo tão íntimo a Jerusa, agora somos amigas mas não sei se me sinto tão confortável. Antes que eu pudesse tomar uma decisão, o elevador apitou, indicando que alguém havia chegado, provavelmente meu chefe. - Bom dia, minhas lindas! - Fernando sorri assim que nos ver - Bom dia! - Respondemos em uníssono. Olho sobre o ombro de Fernando avistando Patrício distraído no celular, ele digita algo rapidamente antes de tirar os óculos e nos cumprimentar: - Bom dia, meninas - O foco do meu chefe agora está todo
>PATRÍCIO
>PATRÍCIO< - Viu só - Ele sorri convencido voltando a ficar na mesma posição que eu - Eu só não tive tempo. Você sabe bem... - Paro de falar por um momento frustrado - Que não sai nas últimas semanas. Trabalhei demais - Conta outra, se esse fosse o problema, você ia arrumar um jeito de fuder com alguém. - Continua acusando - Afinal de contas, você teve noites inteiras para isso - Talvez eu tenha pensado um pouco nela, mas não acho que isso tenha influenciado. - Você sabe melhor do que ninguém que esse é o motivo. Você não conseguiu trair a ninfeta - Teorica e praticamente não seria uma traição - O seu corpo parece não saber disso. Continuo em silêncio, não há nada que eu possa dizer nesse momento, talvez ele esteja realmente certo. Meu corpo reage à mínima proximidade com a garota e minha mente vive procurando lembranças sobre ela. - Você está apaixonado? - Fernando pergunta quando eu não disse mais nada. Dessa vez ele está sério, ele sabe o quanto esse assunto é delicado.
>ELIZABETH
>PATRÍCIO
>PATRÍCIO
>ELIZABETHEle me beijou!Oh meu Deus, ele me beijou...Não sei porque estou tão animada, não é como se fosse a primeira vez, mas as borboletas que se assanharam na minha barriga insistem em dizer que isso foi diferente.Era um beijo sem segundas intenções, eu podia sentir, diferente das outras vezes que a tensão sexual era o ápice, agora ele apenas me deu conforto. Transmitiu paz com seus lábios quentes.Tinha certeza era mais do que um beijo. Mais do que simples tesão.Talvez houvesse um pouco de sentimento naquele beijo... Um pouco de emoção oculta na forma de carícia.O jeito carinhoso que Patrício cuidou de mim, me ouviu e fez questão de ficar ao meu lado também foi diferente.Não sei explicar o porquê de me sentir tão confortável a ponto de me abrir profundamente com ele, mas me senti.Confiança.É isso que tenho em Patrício desde a primeira vez que coloquei meus olhos nele naquele bar.Patrício para de beijar, quando eu olho p