>ELIZABETH<
Cada palavra que ela dizia parecia fazer mais sentido, e eu não conseguia afastar os pensamentos que começaram a invadir minha mente.— Estela, isso não tem nada a ver com você. Não tente me manipular — falei, tentando recuperar o controle sobre a conversa. Mas minha voz estava fraca, e eu sabia que ela tinha me tocado em algo muito real.— Eu não estou tentando manipular você, Elizabeth. Estou apenas tentando abrir seus olhos. Eu vi como Patrício trata as coisas, e sei que ele nunca vai te escolher completamente. Eu sei que você pensa que ele te ama, mas ele tem uma lealdade inabalável com Allan. E, por mais que você se esforce, nada vai mudar isso. Ele nunca vai ser completamente seu. Nunca.As palavras dela pairaram no ar, e eu me vi completamente paralisada, com a mente confusa. Estela tinha feito seu trabalho de maneira brilhante. Eu estava começando a duvidar de tudo.— A única diferença é que isso vai levar mais tempo que o necessário, s>ESTELAEstava feito, minha conversa com aquela vagabunda foi melhor do que eu esperava. Ela tinha demonstrado fraqueza e isso é um forte indicativo de que faria o que eu sugeri.Eu só precisava pressionar mais um pouco e a segunda fase estaria concluída, só me restava a terceira e última.E finalmente eu teria Patrício comendo na palma da minha mãe novamente.Achei que ela quebraria mais fácil, mas claro que não. Ela tinha que me dar mais um pouco de dor de cabeça.Pelo o que meu informante me disse a relação entre os dois já está bem abalada, eles mal se olham.Esperei pacientemente alguns dias, mas ela ainda continuava lá, resolvi mudar minha tática. Então peguei meu celular e liguei. Elizabeth atendeu no terceiro toque.Hoje eu liquidaria o que restava da fatura.Elizabeth era previsível, assim como todas do tipo dela. Queria bancar a forte, a mulher decidida que não se dobra, mas eu já tinha lidado com muitas como ela antes. No fim, to
>ELIZABETHEu não sabia mais em quem confiar.Cada palavra que Estela me dissera ainda reverberava na minha mente, causando um turbilhão de dúvidas e inseguranças.Mas, pior ainda, ela não tinha terminado ali. Não, Estela não ia parar até conseguir aquilo que queria, e, aparentemente, o que ela queria era me ver longe de Patrício.Alguns dias se passaram desde a conversa em que Estela plantou aquela semente de dúvida em meu coração.Eu tentei seguir em frente, tentando ignorar os pensamentos perturbadores, mas havia uma sensação constante de vazio.Algo estava fora de lugar, e as palavras dela não me deixavam em paz. Eu não queria acreditar nelas, mas uma parte de mim começava a questionar, a perguntar se realmente Patrício escolheria Allan em vez de mim, caso fosse necessário. Será que Estela estava certa? Será que ele não me amava da mesma forma que eu o amava?E então, na manhã seguinte, Estela apareceu novamente. Ela não estava lá para uma
>ELIZABETHAquelas palavras me atingiram como um golpe, no fundo eu imaginava isso, mas ela confirmou depois de ter dito a Patrício e Fernando que não sabia, era diferente.Estela estava me dando de bandeja a solução para os problemas de Patrício, mas será que eu poderia confiar? Ela não parece ser alguém realmente confiável.Meu coração bateu mais rápido, e eu não consegui conter o impulso de me inclinar para frente, tentando entender o que ela queria dizer.— Onde ele está? Você sabe onde Allan está? Por que você não disse?Estela colocou a mão sobre a pasta e a abriu lentamente. Dentro dela, havia várias fotos. Fotos de Allan em um lugar que eu não reconheci. Ele parecia estar em uma casa, um lugar tranquilo, mas o que mais me chocou foram as próximas fotos.Havia fotos de Patrício saindo de uma reunião no escritório, indo para sua casa, com uma expressão cansada no rosto.E, entre elas, uma foto de Allan entrando em uma casa. A mesma casa.
>ELIZABETHEla estava fazendo com que eu acreditasse que seria minha responsabilidade afastar-me para que Allan voltasse. Mas será que isso realmente funcionaria?Será que Estela traria Allan de volta? ou ela estava apenas usando meu desespero para conseguir o que quer?Olhei para as fotos novamente, e a dúvida começou a crescer em minha mente. Eu me vi, mais uma vez, confrontada com um dilema impossível.O que seria melhor para Patrício? O que seria o melhor para Allan? E, mais importante, o que seria melhor para mim?Se eu me afastar sei que vou sofrer, mas não sei se vou conseguir lidar com a culpa se ficar.— Você está me dizendo para desistir de Patrício para fazer Allan voltar? — Eu consegui perguntar, minha voz mais fraca do que eu gostaria.Estela sorriu com confiança, como se já soubesse que eu estava começando a ceder.Porque eu realmente estava. — É isso mesmo. E depois, você vai ver, Elizabeth. Tudo vai se acertar. Allan vai vol
>ELIZABETHEu acreditava que poderia mudar isso, que poderia fazer a coisa certa. E agora, as palavras de Estela não paravam de martelar em minha cabeça, fazendo-me questionar tudo o que parecia certo.E sair do caminho parecia tão certo e necessário.Era difícil admitir, mas eu sentia que estava sendo empurrada para uma esquina, sem saída.Eu já amava Patrício, isso nunca foi uma questão. Mas, ao mesmo tempo, havia uma sensação crescente de que era eu quem estava estragando tudo. Ele sempre foi um homem focado em suas responsabilidades, em sua vida, mas Allan… Allan sempre seria o elo inquebrável.E eu não tinha o direito de tirar isso dele.— Você não precisa fazer isso só porque aquela bruxa pediu — Bianca falou irritada.— Pensa bem, Liz — Inocência disse com uma voz triste — Ela está te manipulandoNo fundo eu sabia que as palavras de Inocência eram verdadeiras, mas eu nunca vou conseguir conviver com o peso da dúvida.E se ela cum
>ELIZABETHNaquele dia, Patrício chegou na empresa, com a mesma expressão cansada de sempre. Seus olhos, normalmente tão calorosos, estavam sombrios, e eu sabia que ele também estava lidando com seus próprios fantasmas. Ele me olhou com uma certa hesitação, como se soubesse que algo estava diferente entre nós, mas, ao mesmo tempo, não sabia exatamente o que estava acontecendo.Ele entrou na sala, eu o segui, ele se sentou na cadeira atrás de sua mesa, seu corpo pesado como se estivesse carregando o peso do mundo. Mas, para mim, tudo parecia estranho. Havia um abismo entre nós, uma distância que nem ele nem eu sabíamos como atravessar.— Como você está? — Ele perguntou, quebrando o silêncio. A voz dele estava suave, mas eu pude perceber a preocupação que se escondia ali. Mas, ao invés de me sentir confortada, isso só aumentou minha angústia.— Estou bem — respondi, tentando manter a compostura. — Só um pouco cansada.Ele me olhou com um olhar
>ELIZABETHEu não podia ignorar aquilo. Eu não podia continuar atrapalhando, esperando que o Allan simplesmente mudasse de ideia. Ele não faria isso, enquanto eu estivesse no caminho.O amor de Patrício por Allan era tão forte que eu sabia que nunca conseguiria ficar no meio disso.— Liz, você acha que eu não me importo com você?— Eu não estou dizendo que você não se importa — respondi, minha voz falhando. — Mas Allan é tudo para você. E eu... eu não sei se consigo mais ficar no meio disso, Patrício. Eu não sei se consigo continuar sendo o problema entre vocêsPatrício deu um passo à frente, mas não chegou a me tocar. Ele olhou profundamente em meus olhos, tentando ler cada pedaço do que eu estava sentindo.— Isso não é verdade, Liz — ele disse com firmeza. — Você não está entre a gente. Você não é o problema, meu problema com Allan é outro é de muito antes de você chegar. Você é tudo o que eu preciso. Eu só não sei mais o que fazer para te m
>PATRÍCIOO vazio na sala parecia se estender, como uma sombra crescente que tomava conta de cada canto, cada pedaço de mim. Eu não sabia o que fazer, o que pensar. Cada palavra de Liz ainda reverberava em minha mente como um eco distante e doloroso.—.Eu preciso de um tempo — Aquela frase martelava na minha cabeça de forma cruel. Eu pensei que ela havia desistido dessa ideiaEu sabia que ela estava sofrendo, eu sabia que havia algo errado, mas não conseguia entender. Não conseguia encontrar uma razão clara. Eu, Patrício, sempre soube o que queria. Sempre fui firme, mas agora eu estava perdido, tentando decifrar algo que parecia impossível.A culpa que Liz sentia pesava tanto assim? Ela era incapaz de aguentar por mim? Pela gente?Eu andava pelo escritório, o silêncio esmagador me apertando os ombros como se um peso invisível me fizesse cambalear. Como eu pude chegar a isso? Liz sempre foi a luz nos meus dias sombrios, mas agora, parecia