— O que quer dizer? — Zahraa teve medo da resposta. Omar apenas lhe sorriu, arrancando com o carro. A mente da dançarina deu cambalhotas, a fazendo pensar em diversas coisas ao mesmo tempo, onde ficava cada vez mais horrorizada com as próprias respostas.Tentando não demonstrar seu assombro, com receio de que aquilo que pensava se tornasse real caso mostrasse medo, ela tentou agir racionalmente: — Iríamos conversar, então podemos fazer isso agora. — Claro, teremos muito tempo para isso, mas não me oponho que seja agora. — Omar trazia uma tranquilidade aterrorizadora.Engolindo em seco, Zahraa se forçou a parecer calma, não queria acreditar que ele realmente a sequestrava agora. A dançarina queria manter a esperança. — Por que me fez assinar aquele contrato? — perguntou o lançando um olhar seguro.O loiro analisou seu rosto, antes de voltar a atenção para a estrada e responder: — Para que fosse minha. Zahraa se arrepiou, não de um modo bom, era mais um calafrio percorrendo seu
— Você não abusaria de mim… — Zahraa teve medo de suas próprias palavras. — Abusar? Quem estaria cometendo um abuso? — viu os olhos dela assustados. — Não conhece as leis antigas? — sentiu prazer em falar aquilo. — Oh, doce Zahraa, você querendo ou não, é minha, se tornará completamente minha em breve. Mas se não é minha mulher legítima por sua própria escolha, eu não preciso ser seu marido, não é? — amedrontou ela, fazendo-a se arrepender de quebrar o contrato de casamento. — "Não preciso protegê-la com minha vida." — fez aspas, ainda com os outros dedos apertando o volante. — De qualquer forma, é o meu direito, e é sua obrigação me satisfazer. Qual castigo melhor se aplicaria nesse caso? — fingiu pensar novamente, no intuito de fazê-la se apressar a apelar. — Se não quer nada prazeroso, então existem outras formas… — Não, por favor! — ouviu a voz embargada dela. — Por favor, o que? — arqueou uma sobrancelha, esperando que ela engolisse o que para ele, era orgulho. — Não me
Lila descia as escadas pensativa, fazia dias que sentia-se estranha, principalmente quando se tratava de Ravi. Estava tão distraída que percebeu o acidente quando ele já estava acontecendo; o pé não encontrou o degrau, apenas pareceu flutuar enquanto escapava. Lila soltou um grito, horrorizada com o acontecido. Fechando os olhos depois de perceber que seu mau hábito de não segurar no corrimão da escada, foi um dos motivos daquele acontecimento inevitável. Esperou com muito medo, mas nada aconteceu, quando o medo diminuiu, ela sentiu mãos em seu corpo, a colocando devidamente de pé.Abrindo os olhos de um por um, ela enxergou os maravilhosos cabelos negros, olhos castanhos, rosto belo, do qual morria de saudades, bem perto dela. — Tome cuidado! — era seu tio, ele estava mais contido, mais sério.As mãos que antes sentiu haviam sumido, Samir se afastou, descendo alguns degraus para manter distância dela, aquilo a atingiu como flechas. — Tio Samir. — murmurou impressionada. — Tente
Ravi não esperava aquilo, quando viu, estava sentindo os lábios macios de sua noiva pressionando os seus. Imediatamente as mãos dele foram parar nos ombros dela, a afastando.Encarando-a surpreso, Ravi notou que era da vontade dela aquele acontecimento, não havia sido um acidente, pois ela não estava assustada. Lila pensou que seria uma eterninada para ouvir insultos, ou qualquer coisa do gênero, mas não poderia negar que mesmo só tocar seus lábios nos dele, não era suficiente, era diferente, íntimo e real. Ela queria, mesmo agora, que Ravi tivesse seguido em frente e a ensinasse como era ser amada. Talvez assim entendesse de uma vez como Raja e Samir se amam, além de descobrir a extensão do novo sentimento dentro dela, aquele que estava relacionado a Ravi. — Assustou-se? Não esperava minha prova? — brincou com Ravi, no fundo estava ansiosa, querendo de todas as formas o fazer perceber que aquilo poderia ser o início para eles. "Pensa que eu queria isso?" Ele se perguntou. — Que t
Omar estava orgulhoso de si mesmo, tendo Zahraa ao seu lado, ele acreditava que jamais teria as sombras do passado o tirando o sono, mesmo que voltando para Arábia Saudita estivesse mais propenso a ter aquilo de volta na sua vida.Zahraa era para ele um amuleto, não pensava nela como um ponto fraco, porque na sua cabeça, ela jamais sairia do seu lado agora, pois ele jamais permitiria.Desde que conheceu a dançarina, viu nos olhos dela o brilho que a muito não conseguia ver, a pureza e luz, que ele precisava. "Logo irei apresentar meu mundo a você, aos poucos." Deu uma rápida olhada nela, Zahraa já estava adormecida no banco do passageiro. "Parece um anjo." Quis parar o carro e tocar em seu rosto, tirar o lenço de seus cabelos e os prender em seus dedos, mas sabia bem que se o fizesse agora, ela despertaria assustada. "Eu irei conquistá-la primeiro. Vou mantê-la sempre ao meu lado." Ficou dividido, entre ela e o trajeto, sempre prestando atenção nos dois. O caminho foi mais longo
Haidar estava inquieto, não conseguiu dormir o resto do tempo, tinha no rosto a amostra do tempo perdido. Mesmo sendo cedo demais, ele já havia ligado para o pai, marcado um horário para tratar daquele assunto. Adentrando o escritório do pai, encontrou Khalil com Samuel. — Sente-se! — pediu Khalil analisando o estado do filho, o cansaço era óbvio. — Soberano! — fez uma breve reverência ao pai. — Vamos tratar de coisas pessoais. — alertou Khalil. — Sim, pai! — Haidar se sentou depois de cumprimentar Samuel. O príncipe estava aceitando tudo muito facilmente, ele não era assim, isso deixou Khalil em alerta. — Tudo deve ser resolvido no silêncio. As informações que encontrámos irão ser passadas apenas para nós e permanecer no nosso meio. — avisou o sheik.Samuel estava esperando uma ligação do comandante de segurança, onde iria procurar as imagens da câmera de segurança. O que não demorou muito, logo tinham todas as informações passando na tela do iPad.Haidar observava de perto c
O aparelho móvel de Khalil soou assim que ele se aproximou da esposa. — Habibi! — Aisha o cumprimentou com um breve beijo, não havia ninguém na mesa. — E a minha mãe? — perguntou assim que se afastou dela, retirando o telemóvel do bolso. — Repousando no quarto, está indisposta. — explica brevemente ao marido.Khalil anui, põe o aparelho contra a orelha, ainda no mesmo lugar. — Sim? — anunciou que estava ouvindo. — Soberano. — Alguém cumprimentou do outro lado. — Diga! — pediu rapidez. — A senhorita Al-Maktoum não compareceu às aulas hoje. — Khalil franziu o cenho ao ouvir aquelas palavras. — Como aconteceu? Onde ela está? — perguntou de imediato, recebendo um olhar preocupado da esposa ao seu lado, ameaçando se erguer de onde estava sentada. — O carro veio até a entrada, o jovem Al-Kudsi desceu do automóvel, mas não a jovem senhorita. Então o seu noivo fez uma ligação, o carro retornou e ele atravessou correndo a avenida para pegá-lo do outro lado, assim eles sumiram. — expli
Deixando o pé do acelerador mais leve, ele manteve as mãos no volante por alguns segundos. Repetiu aquilo, dando mais leveza ao pé, manteve o controle, então retirou uma das mãos do volante para voltar a marcha.Organizando os pensamentos, supôs que daquela forma era mais seguro. — Haidar! — ouviu a voz do seu pai, quase se assusta, o que não era bom durante aquela situação. — Sim? — fingiu normalidade. — O que está acontecendo? — Khalil sabia que o filho não iria desobedecê-lo aquele ponto, por isso se pareceu preocupado. — Espero que não tenha problemas com a imprensa. — diz Haidar, tentando não contar sobre seu problema, pois teria que pensar como aquilo aconteceu e quando. "Talvez tenham mantido um pouco de freio para os percursos que fiz, deixando que parecesse um acidente comum quando acontecesse." Deduziu, repetindo o que havia feito antes. "Ele tinha tudo planejado, isso é apenas um atraso, sendo a consequência a morte ao não."Enquanto diminuía as marchas e tirava o pé