Lila descia as escadas pensativa, fazia dias que sentia-se estranha, principalmente quando se tratava de Ravi. Estava tão distraída que percebeu o acidente quando ele já estava acontecendo; o pé não encontrou o degrau, apenas pareceu flutuar enquanto escapava. Lila soltou um grito, horrorizada com o acontecido. Fechando os olhos depois de perceber que seu mau hábito de não segurar no corrimão da escada, foi um dos motivos daquele acontecimento inevitável. Esperou com muito medo, mas nada aconteceu, quando o medo diminuiu, ela sentiu mãos em seu corpo, a colocando devidamente de pé.Abrindo os olhos de um por um, ela enxergou os maravilhosos cabelos negros, olhos castanhos, rosto belo, do qual morria de saudades, bem perto dela. — Tome cuidado! — era seu tio, ele estava mais contido, mais sério.As mãos que antes sentiu haviam sumido, Samir se afastou, descendo alguns degraus para manter distância dela, aquilo a atingiu como flechas. — Tio Samir. — murmurou impressionada. — Tente
Ravi não esperava aquilo, quando viu, estava sentindo os lábios macios de sua noiva pressionando os seus. Imediatamente as mãos dele foram parar nos ombros dela, a afastando.Encarando-a surpreso, Ravi notou que era da vontade dela aquele acontecimento, não havia sido um acidente, pois ela não estava assustada. Lila pensou que seria uma eterninada para ouvir insultos, ou qualquer coisa do gênero, mas não poderia negar que mesmo só tocar seus lábios nos dele, não era suficiente, era diferente, íntimo e real. Ela queria, mesmo agora, que Ravi tivesse seguido em frente e a ensinasse como era ser amada. Talvez assim entendesse de uma vez como Raja e Samir se amam, além de descobrir a extensão do novo sentimento dentro dela, aquele que estava relacionado a Ravi. — Assustou-se? Não esperava minha prova? — brincou com Ravi, no fundo estava ansiosa, querendo de todas as formas o fazer perceber que aquilo poderia ser o início para eles. "Pensa que eu queria isso?" Ele se perguntou. — Que t
Omar estava orgulhoso de si mesmo, tendo Zahraa ao seu lado, ele acreditava que jamais teria as sombras do passado o tirando o sono, mesmo que voltando para Arábia Saudita estivesse mais propenso a ter aquilo de volta na sua vida.Zahraa era para ele um amuleto, não pensava nela como um ponto fraco, porque na sua cabeça, ela jamais sairia do seu lado agora, pois ele jamais permitiria.Desde que conheceu a dançarina, viu nos olhos dela o brilho que a muito não conseguia ver, a pureza e luz, que ele precisava. "Logo irei apresentar meu mundo a você, aos poucos." Deu uma rápida olhada nela, Zahraa já estava adormecida no banco do passageiro. "Parece um anjo." Quis parar o carro e tocar em seu rosto, tirar o lenço de seus cabelos e os prender em seus dedos, mas sabia bem que se o fizesse agora, ela despertaria assustada. "Eu irei conquistá-la primeiro. Vou mantê-la sempre ao meu lado." Ficou dividido, entre ela e o trajeto, sempre prestando atenção nos dois. O caminho foi mais longo
Haidar estava inquieto, não conseguiu dormir o resto do tempo, tinha no rosto a amostra do tempo perdido. Mesmo sendo cedo demais, ele já havia ligado para o pai, marcado um horário para tratar daquele assunto. Adentrando o escritório do pai, encontrou Khalil com Samuel. — Sente-se! — pediu Khalil analisando o estado do filho, o cansaço era óbvio. — Soberano! — fez uma breve reverência ao pai. — Vamos tratar de coisas pessoais. — alertou Khalil. — Sim, pai! — Haidar se sentou depois de cumprimentar Samuel. O príncipe estava aceitando tudo muito facilmente, ele não era assim, isso deixou Khalil em alerta. — Tudo deve ser resolvido no silêncio. As informações que encontrámos irão ser passadas apenas para nós e permanecer no nosso meio. — avisou o sheik.Samuel estava esperando uma ligação do comandante de segurança, onde iria procurar as imagens da câmera de segurança. O que não demorou muito, logo tinham todas as informações passando na tela do iPad.Haidar observava de perto c
O aparelho móvel de Khalil soou assim que ele se aproximou da esposa. — Habibi! — Aisha o cumprimentou com um breve beijo, não havia ninguém na mesa. — E a minha mãe? — perguntou assim que se afastou dela, retirando o telemóvel do bolso. — Repousando no quarto, está indisposta. — explica brevemente ao marido.Khalil anui, põe o aparelho contra a orelha, ainda no mesmo lugar. — Sim? — anunciou que estava ouvindo. — Soberano. — Alguém cumprimentou do outro lado. — Diga! — pediu rapidez. — A senhorita Al-Maktoum não compareceu às aulas hoje. — Khalil franziu o cenho ao ouvir aquelas palavras. — Como aconteceu? Onde ela está? — perguntou de imediato, recebendo um olhar preocupado da esposa ao seu lado, ameaçando se erguer de onde estava sentada. — O carro veio até a entrada, o jovem Al-Kudsi desceu do automóvel, mas não a jovem senhorita. Então o seu noivo fez uma ligação, o carro retornou e ele atravessou correndo a avenida para pegá-lo do outro lado, assim eles sumiram. — expli
Deixando o pé do acelerador mais leve, ele manteve as mãos no volante por alguns segundos. Repetiu aquilo, dando mais leveza ao pé, manteve o controle, então retirou uma das mãos do volante para voltar a marcha.Organizando os pensamentos, supôs que daquela forma era mais seguro. — Haidar! — ouviu a voz do seu pai, quase se assusta, o que não era bom durante aquela situação. — Sim? — fingiu normalidade. — O que está acontecendo? — Khalil sabia que o filho não iria desobedecê-lo aquele ponto, por isso se pareceu preocupado. — Espero que não tenha problemas com a imprensa. — diz Haidar, tentando não contar sobre seu problema, pois teria que pensar como aquilo aconteceu e quando. "Talvez tenham mantido um pouco de freio para os percursos que fiz, deixando que parecesse um acidente comum quando acontecesse." Deduziu, repetindo o que havia feito antes. "Ele tinha tudo planejado, isso é apenas um atraso, sendo a consequência a morte ao não."Enquanto diminuía as marchas e tirava o pé
Os olhos de Zahraa saltaram, mostrando sem intenção, o quanto ela se importava mais com Haidar que consigo mesma. Aquilo somente enfureceu ainda mais ao homem. — Você não pode… — insegura tentou soar mais firme, mesmo assustada, por sua ameaça. — Posso e vou. Você não fará nada, caso contrário, ficará sem essa coisinha que há em você! — apontou com certo nojo para ela. Zahraa encarou seu corpo, mas não compreendeu as palavras dele. "Sem o mal-estar?" Não entendia. Quando levantou os olhos, se assustou com o loiro quase inclinado sobre ela. — Como pôde? Como pôde ser tão ingênua, tão baixa e sem honra? — Os olhos amarelos dele estavam cheios de ira. — Está falando de Haidar? — Parecia que a mente dela trabalhava mais devagar agora. "Ela não seria tão descuidada em planejar algo assim, mas ele é completamente capaz." Apertou os punhos. — Aconselho a você, Zahraa, que escolha quem é mais importante em sua vida a partir de agora. — viu confusão banhar seu rosto. — Não tem possib
Zahraa não teve tempo de dizer nada, também estava mais apavorada que antes, agora não só se sentia desprotegida quanto tinha que aprender a proteger alguém muito importante. Omar afastou seu corpo do dela depois de não receber resposta, a puxando para fora da casa. A colocou dentro do carro com pressa. Enquanto percorriam os muitos lugares estranhos, Zahraa tentava assimilar sua atual situação, sem perceber colocava as mãos contra a barriga, pensando no quanto havia sido inesperado. "Serei mãe em breve. Eu tenho um bebê aqui dentro, se formando." "Esse bebê tem um pai… Eu o amo." "Como ele reagiria se soubesse?"Recordou que na primeira noite ele que não quis usar proteção, provavelmente com ciúmes dela, estava um tanto possessivo. "Mas isso foi antes dele saber sobre minha identidade e perder o interesse." Relembrou que antes de Omar a sequestrar, Haidar tinha feito algo parecido naquele dia, mas era por pura possessão. Pelo menos era o que diziam as ações dele.Então ele par