Alguns dias depois… Depois de passar no hospital, não sendo o mesmo em que seu pai trabalhava, Zahraa pôde desfrutar de tratamentos adequados, além de uma tala de verdade. Assim também foi possível voltar às aulas quase normalmente, onde evitava o príncipe a todo custo. Por todos aqueles dias, seu plano estava dando certo. No entanto, aquele dia, o príncipe parecia ter ido embora mais cedo, fazendo Zahraa parar de se esconder, andando livremente pelo corredor. Com a mochila no ombro bom, evitando machucar o pulso imobilizado. Andando no meio dos outros jovens, ela tentava manter seu pulso longe dos corpos que passavam pelo mesmo lugar. No meio de todos alguém enroscou parte da roupa no zíper de sua mochila, produzindo um som que chamou sua atenção.O zíper estava fechado na parte de cima, veio até a parte de baixo, abrindo metade do bolso maior. — Desculpe! — pediu a estudante. — Sem problema. — ela deu um meio sorriso à jovem, logo a viu sair, observando a manga da blusa de croc
Zahraa tentou puxar o braço irritada: — Não temos nada para falar. Haidar colocou a outra mão sobre o ombro direito dela quando puxou o braço esquerdo ao encontro dele, fazendo-a quase bater contra o peitoral dele. — Eu disse que vamos conversar. — não deu lhe opção.Vendo nos olhos dela a chateação evidente. "Ela está com raiva de mim." Era algo óbvio.Largou seu ombro, soltou apenas seu braço para agarrar sua mão, a saiu puxando pelo corredor.Cerrando os dentes, Zahraa pensava em centenas de coisas ruins que poderia fazer com ele se não se tratasse do filho do sheik. "Se você fosse um simples cidadão deste país, iríamos falar no mesmo tom. Medir forças se fosse preciso." Pensou ela, mirando-o sem parar. — Pensa que vai conseguir furar meu crânio assim? — ouviu ele perguntar sem olhar na direção dela. — Talvez eu tenha sorte se tentar um pouco mais. — continuou a demonstrar sua irritação. — Então lhe desejo sorte. — ele foi sincero. — Vindo de você, não me servirá. — Haidar
— Tia! Que surpresa. A que devo a honra? — brincou com os sentimentos de Margaret, mesmo do outro lado da linha. — Não é uma honra pra mim, ter que ligar para você, Omar. — foi sincera. — Humm, está de bom humor hoje, eu creio. — continuou com seu humor estranho.Os olhos de Omar brilhavam em divertimento, enquanto passava as mãos por seus cabelos loiros bagunçados e úmidos, caindo pela testa e lados, demonstrando o seu comprimento. — Não me venha com esse seu humor ácido. Para você, prefiro ser sempre portadora de más notícias. — confessou o que lhe entalava. — Ah! Que amável, tia. — irritou Margaret ainda mais.Ouviu a mulher do outro lado rosnar, o que o provocou alegria. Omar gostava de irritar quem o incomodava desde o início, simplesmente por ser uma pessoa tão íntegra a ponto de não mudar coisas ruins na própria vida; por acreditar que foi o destino que escolheu aquilo para ela. Margaret, era uma pessoa assim. Por mais que Omar não tenha a conhecido mais novo, ele jamais
Youssef apenas o encarava, analisando o olhar cheio de fúria do loiro que apertava seu pescoço sem piedade. — Você não irá me impedir de levar Zahraa comigo. — para ele, estava ressaltando algo inevitável para o médico.Enquanto que para sua vítima, ele era louco. "Quanto tempo vai levar para ele perceber que perdeu o juízo?" Se perguntou Youssef, se mantendo tranquilo.Tentar resistir se movendo sem saber ao certo o que fazer só o prejudicaria, pois os minutos que teria ainda respirando, mesmo que com dificuldade, seriam comprometidos com a perda de energia fazendo movimentos errados. — O que… ganha… com a… minha… morte… ? — Youssef teve dificuldade para falar, já que estava sentindo dor e falta de ar.Os pés dele estavam no chão ainda, ambos eram sustentados de pé por Omar. — Ganho o caminho livre. — diz Omar, obstinado. — Posso… não… ser… nin… guém… mas… séra… inves… ti… gado. — aquilo fez Omar afrouxar os dedos de sua pele. "Ele se refere ao sheik? Ele é o médico dele." Pens
Haidar sempre foi dominante, mas agora parecia ter uma certa possessividade. — E quanto a tudo que falou na outra noite? Você parecia não confiar em mim… — diz ela. — Esqueça! O que importa é o agora. — tomando cuidado com o pulso dela machucado, ele equilibrou o peso do próprio corpo, se colocando em cima dela. — Haidar. — ganhou a atenção dele, não era sempre que ouvia seu nome. O príncipe podia dizer agora, com certeza que gostava muito do som da voz dela dizendo seu nome. — Não faça isso! — pediu mais calma. — E por quê não? — esperou apenas pela resposta dela. — Pode se arrepender depois. Não quero ser tratada como da última vez. — confessou corajosa. — Eu a trouxe sabendo o que queria. — foi o que disse, antes de correr uma das mãos por seu corpo, beijando seu pescoço. — E é você. — sussurrou sobre sua pele, tão rouco que Zahraa acreditou que não havia ouvido direito.Os beijos cálidos dele esquentaram sua pele por onde passava. Logo ela estava entregue, como ele deseja
— O que quer dizer? — Zahraa teve medo da resposta. Omar apenas lhe sorriu, arrancando com o carro. A mente da dançarina deu cambalhotas, a fazendo pensar em diversas coisas ao mesmo tempo, onde ficava cada vez mais horrorizada com as próprias respostas.Tentando não demonstrar seu assombro, com receio de que aquilo que pensava se tornasse real caso mostrasse medo, ela tentou agir racionalmente: — Iríamos conversar, então podemos fazer isso agora. — Claro, teremos muito tempo para isso, mas não me oponho que seja agora. — Omar trazia uma tranquilidade aterrorizadora.Engolindo em seco, Zahraa se forçou a parecer calma, não queria acreditar que ele realmente a sequestrava agora. A dançarina queria manter a esperança. — Por que me fez assinar aquele contrato? — perguntou o lançando um olhar seguro.O loiro analisou seu rosto, antes de voltar a atenção para a estrada e responder: — Para que fosse minha. Zahraa se arrepiou, não de um modo bom, era mais um calafrio percorrendo seu
— Você não abusaria de mim… — Zahraa teve medo de suas próprias palavras. — Abusar? Quem estaria cometendo um abuso? — viu os olhos dela assustados. — Não conhece as leis antigas? — sentiu prazer em falar aquilo. — Oh, doce Zahraa, você querendo ou não, é minha, se tornará completamente minha em breve. Mas se não é minha mulher legítima por sua própria escolha, eu não preciso ser seu marido, não é? — amedrontou ela, fazendo-a se arrepender de quebrar o contrato de casamento. — "Não preciso protegê-la com minha vida." — fez aspas, ainda com os outros dedos apertando o volante. — De qualquer forma, é o meu direito, e é sua obrigação me satisfazer. Qual castigo melhor se aplicaria nesse caso? — fingiu pensar novamente, no intuito de fazê-la se apressar a apelar. — Se não quer nada prazeroso, então existem outras formas… — Não, por favor! — ouviu a voz embargada dela. — Por favor, o que? — arqueou uma sobrancelha, esperando que ela engolisse o que para ele, era orgulho. — Não me
Lila descia as escadas pensativa, fazia dias que sentia-se estranha, principalmente quando se tratava de Ravi. Estava tão distraída que percebeu o acidente quando ele já estava acontecendo; o pé não encontrou o degrau, apenas pareceu flutuar enquanto escapava. Lila soltou um grito, horrorizada com o acontecido. Fechando os olhos depois de perceber que seu mau hábito de não segurar no corrimão da escada, foi um dos motivos daquele acontecimento inevitável. Esperou com muito medo, mas nada aconteceu, quando o medo diminuiu, ela sentiu mãos em seu corpo, a colocando devidamente de pé.Abrindo os olhos de um por um, ela enxergou os maravilhosos cabelos negros, olhos castanhos, rosto belo, do qual morria de saudades, bem perto dela. — Tome cuidado! — era seu tio, ele estava mais contido, mais sério.As mãos que antes sentiu haviam sumido, Samir se afastou, descendo alguns degraus para manter distância dela, aquilo a atingiu como flechas. — Tio Samir. — murmurou impressionada. — Tente