Há vários dias, Ravi vinha observando Lila à distância, parecia sempre planejar algo, mas todas as vezes que Nádia falava dele, Lila evitava o assunto, mesmo que toda família já soubesse do compromisso.Agora lá estava ele, de braços cruzados, conversando com um de seus colegas mais próximos de turma. Lila o observava de longe, ao lado da irmã dele, Nádia. Sempre vigilante, a filha do sheik havia se escondido em um canto. — Se eu não te conhecesse, diria que está ansiosa pela aproximação dele. — disse Nádia, esperando uma resposta daquela jovem de olhos castanhos claros, a qual encarava o seu irmão mais velho de longe.Nádia, uma jovem muito parecida com Samia, mulher de Samuel e amiga de Aisha. Nádia tinha quatorze anos, alguém quase inseparável de Lila, apesar de ser mais nova. Seu nome significava “mensageira”, ela tinha os cabelos pretos, como a mãe, olhos avelãs, sobrancelhas grossas como o pai e irmão, mas o resto, nariz e boca, eram de Samia novamente.Lila perfura o jovem a
Ravi revelou aquilo para alertar a todos sobre seu compromisso com Lila, fazendo assim, com que ninguém se intrometesse entre eles. Seria mais fácil se ninguém se aproximasse dela e estragasse o seu plano. — Do que está falando? O sheik jamais permitiria isso. — disse um dos seus colegas.Ravi se virou, encarou todos aqueles que estavam ali, sem medo algum, ele perguntou: — Como sabe? Você o conhece pessoalmente? — viu todos calarem, até mesmo os cochichos. — Só porque seu pai trabalha com ele, pensa que o conhece? — foi a vez do colega mais próximo dele. Ravi deu-lhe um sorriso desafiador, ganhando atenção desnecessária das garotas ao redor. — Certo. Então vá para casa dele, você e seu pai, pergunte a ele o que revelei a vocês e descubra se ele me conhece. Alguns ficaram pensativos, enquanto outros entendiam de primeira que o filho de Samuel não estava mentindo. Suas palavras faziam todo sentido, afinal, a jovem Lila não reclamou ou se afastou dele como se ele fosse um maluco q
Alguns dias depois… Depois de passar no hospital, não sendo o mesmo em que seu pai trabalhava, Zahraa pôde desfrutar de tratamentos adequados, além de uma tala de verdade. Assim também foi possível voltar às aulas quase normalmente, onde evitava o príncipe a todo custo. Por todos aqueles dias, seu plano estava dando certo. No entanto, aquele dia, o príncipe parecia ter ido embora mais cedo, fazendo Zahraa parar de se esconder, andando livremente pelo corredor. Com a mochila no ombro bom, evitando machucar o pulso imobilizado. Andando no meio dos outros jovens, ela tentava manter seu pulso longe dos corpos que passavam pelo mesmo lugar. No meio de todos alguém enroscou parte da roupa no zíper de sua mochila, produzindo um som que chamou sua atenção.O zíper estava fechado na parte de cima, veio até a parte de baixo, abrindo metade do bolso maior. — Desculpe! — pediu a estudante. — Sem problema. — ela deu um meio sorriso à jovem, logo a viu sair, observando a manga da blusa de croc
Zahraa tentou puxar o braço irritada: — Não temos nada para falar. Haidar colocou a outra mão sobre o ombro direito dela quando puxou o braço esquerdo ao encontro dele, fazendo-a quase bater contra o peitoral dele. — Eu disse que vamos conversar. — não deu lhe opção.Vendo nos olhos dela a chateação evidente. "Ela está com raiva de mim." Era algo óbvio.Largou seu ombro, soltou apenas seu braço para agarrar sua mão, a saiu puxando pelo corredor.Cerrando os dentes, Zahraa pensava em centenas de coisas ruins que poderia fazer com ele se não se tratasse do filho do sheik. "Se você fosse um simples cidadão deste país, iríamos falar no mesmo tom. Medir forças se fosse preciso." Pensou ela, mirando-o sem parar. — Pensa que vai conseguir furar meu crânio assim? — ouviu ele perguntar sem olhar na direção dela. — Talvez eu tenha sorte se tentar um pouco mais. — continuou a demonstrar sua irritação. — Então lhe desejo sorte. — ele foi sincero. — Vindo de você, não me servirá. — Haidar
— Tia! Que surpresa. A que devo a honra? — brincou com os sentimentos de Margaret, mesmo do outro lado da linha. — Não é uma honra pra mim, ter que ligar para você, Omar. — foi sincera. — Humm, está de bom humor hoje, eu creio. — continuou com seu humor estranho.Os olhos de Omar brilhavam em divertimento, enquanto passava as mãos por seus cabelos loiros bagunçados e úmidos, caindo pela testa e lados, demonstrando o seu comprimento. — Não me venha com esse seu humor ácido. Para você, prefiro ser sempre portadora de más notícias. — confessou o que lhe entalava. — Ah! Que amável, tia. — irritou Margaret ainda mais.Ouviu a mulher do outro lado rosnar, o que o provocou alegria. Omar gostava de irritar quem o incomodava desde o início, simplesmente por ser uma pessoa tão íntegra a ponto de não mudar coisas ruins na própria vida; por acreditar que foi o destino que escolheu aquilo para ela. Margaret, era uma pessoa assim. Por mais que Omar não tenha a conhecido mais novo, ele jamais
Youssef apenas o encarava, analisando o olhar cheio de fúria do loiro que apertava seu pescoço sem piedade. — Você não irá me impedir de levar Zahraa comigo. — para ele, estava ressaltando algo inevitável para o médico.Enquanto que para sua vítima, ele era louco. "Quanto tempo vai levar para ele perceber que perdeu o juízo?" Se perguntou Youssef, se mantendo tranquilo.Tentar resistir se movendo sem saber ao certo o que fazer só o prejudicaria, pois os minutos que teria ainda respirando, mesmo que com dificuldade, seriam comprometidos com a perda de energia fazendo movimentos errados. — O que… ganha… com a… minha… morte… ? — Youssef teve dificuldade para falar, já que estava sentindo dor e falta de ar.Os pés dele estavam no chão ainda, ambos eram sustentados de pé por Omar. — Ganho o caminho livre. — diz Omar, obstinado. — Posso… não… ser… nin… guém… mas… séra… inves… ti… gado. — aquilo fez Omar afrouxar os dedos de sua pele. "Ele se refere ao sheik? Ele é o médico dele." Pens
Haidar sempre foi dominante, mas agora parecia ter uma certa possessividade. — E quanto a tudo que falou na outra noite? Você parecia não confiar em mim… — diz ela. — Esqueça! O que importa é o agora. — tomando cuidado com o pulso dela machucado, ele equilibrou o peso do próprio corpo, se colocando em cima dela. — Haidar. — ganhou a atenção dele, não era sempre que ouvia seu nome. O príncipe podia dizer agora, com certeza que gostava muito do som da voz dela dizendo seu nome. — Não faça isso! — pediu mais calma. — E por quê não? — esperou apenas pela resposta dela. — Pode se arrepender depois. Não quero ser tratada como da última vez. — confessou corajosa. — Eu a trouxe sabendo o que queria. — foi o que disse, antes de correr uma das mãos por seu corpo, beijando seu pescoço. — E é você. — sussurrou sobre sua pele, tão rouco que Zahraa acreditou que não havia ouvido direito.Os beijos cálidos dele esquentaram sua pele por onde passava. Logo ela estava entregue, como ele deseja
— O que quer dizer? — Zahraa teve medo da resposta. Omar apenas lhe sorriu, arrancando com o carro. A mente da dançarina deu cambalhotas, a fazendo pensar em diversas coisas ao mesmo tempo, onde ficava cada vez mais horrorizada com as próprias respostas.Tentando não demonstrar seu assombro, com receio de que aquilo que pensava se tornasse real caso mostrasse medo, ela tentou agir racionalmente: — Iríamos conversar, então podemos fazer isso agora. — Claro, teremos muito tempo para isso, mas não me oponho que seja agora. — Omar trazia uma tranquilidade aterrorizadora.Engolindo em seco, Zahraa se forçou a parecer calma, não queria acreditar que ele realmente a sequestrava agora. A dançarina queria manter a esperança. — Por que me fez assinar aquele contrato? — perguntou o lançando um olhar seguro.O loiro analisou seu rosto, antes de voltar a atenção para a estrada e responder: — Para que fosse minha. Zahraa se arrepiou, não de um modo bom, era mais um calafrio percorrendo seu