— O quê? — não conseguiu pensar em nada que não fosse o próprio coração acelerando. — Zaya! — chamou Haidar com firmeza. — Não poderia simplesmente querer vir para cá? — quase gagueja, se delatando imediatamente. Haidar apertou inconscientemente os dois dedos, um para baixo e outro para cima, quase como um beliscão automático no queixo dela, isso por cima do véu. Ela não reclamou, apenas apertou os olhos, aquilo não era nada comparado aos maltratos que vinha recebendo do pai, tanto verbal quanto físico. Zahraa colocou as mãos dos lados do véu para quando ele retirasse os dedos dali, não puxasse o lenço junto. Haidar notou a ação dela, então percebeu o que fez, se afastou imediatamente, dando espaço para ambos, neste momento o lençol cobrindo seu corpo ameaçou a descer. A dançarina agarrou as bordas dele, puxando para cobrir todo o corpo até o pescoço.A ação de proteger a imagem do corpo dela diante dos olhos dele, mostrava que algo de errado acontecia, a segurança havia sido e
— Nos conhecemos… — não foi uma pergunta, assim mesmo ela concordou, hesitante. Haidar deu um passou na direção dela, como de costume, ela quis retroceder, até pensar que já era a hora de contar a ele. — Espere! — ela pediu, Haidar apenas ficou mais próximo, não moveu um músculo. — Não pode contar a ninguém que sabe quem sou eu. — em desespero pensou no contrato com o hotel e Ismael. — E por quê faria isso? — Era um momento de ansiedade. — Caso fique irritado comigo. — disse o motivo que o levaria a decisão de não guardar sua identidade. — Certo! Agora diga-me quem é você. Vai precisar de ajuda para se revelar? — o príncipe estava ansioso.Zahraa torceu as mãos antes de respirar fundo e as levar para baixo dos seus cabelos longos e negros. — Espero que compreenda meus motivos! — pediu ela, tomando coragem para continuar olhando dentro dos olhos do príncipe. — Depende do que guarda debaixo do véu — disse ele. A fazendo parar as mãos que já estavam seguras na ponta do laço do vé
Com os olhos encharcados, ela saiu do prédio o mais rápido que pôde, mesmo quase esbarrando nas paredes que encontrava, por não ter a visão livre das lágrimas que jorravam mesmo contra sua vontade. "Não chore por isso, era notório que não daria certo. Você veio atrás de uma coisa e conseguiu, agora está livre deles. Siga sua vida!" Tentava se encorajar com o raciocínio mais frio, diante da situação decadente onde se encontrava. Parou antes de passar pelo estacionamento, abriu a mochila violentamente, fechou assim que retirou o lenço para pôr na cabeça, ainda estava com o outro, então poderia os colocar e não ser incomodada demais com as pessoas a olhando. Depois de cobrir o rosto e os cabelos, colocou a mochila nas costas, respirou fundo, enxugou as lágrimas, caminhou para fora dali. "Não voltarei mais aqui. Irei ser dona da minha própria vida, assim como sou culpada das consequências dessa noite, onde não irei esquecer." Encarou o prédio enorme, se sentia uma formiga. "Eu realm
Há vários dias, Ravi vinha observando Lila à distância, parecia sempre planejar algo, mas todas as vezes que Nádia falava dele, Lila evitava o assunto, mesmo que toda família já soubesse do compromisso.Agora lá estava ele, de braços cruzados, conversando com um de seus colegas mais próximos de turma. Lila o observava de longe, ao lado da irmã dele, Nádia. Sempre vigilante, a filha do sheik havia se escondido em um canto. — Se eu não te conhecesse, diria que está ansiosa pela aproximação dele. — disse Nádia, esperando uma resposta daquela jovem de olhos castanhos claros, a qual encarava o seu irmão mais velho de longe.Nádia, uma jovem muito parecida com Samia, mulher de Samuel e amiga de Aisha. Nádia tinha quatorze anos, alguém quase inseparável de Lila, apesar de ser mais nova. Seu nome significava “mensageira”, ela tinha os cabelos pretos, como a mãe, olhos avelãs, sobrancelhas grossas como o pai e irmão, mas o resto, nariz e boca, eram de Samia novamente.Lila perfura o jovem a
Ravi revelou aquilo para alertar a todos sobre seu compromisso com Lila, fazendo assim, com que ninguém se intrometesse entre eles. Seria mais fácil se ninguém se aproximasse dela e estragasse o seu plano. — Do que está falando? O sheik jamais permitiria isso. — disse um dos seus colegas.Ravi se virou, encarou todos aqueles que estavam ali, sem medo algum, ele perguntou: — Como sabe? Você o conhece pessoalmente? — viu todos calarem, até mesmo os cochichos. — Só porque seu pai trabalha com ele, pensa que o conhece? — foi a vez do colega mais próximo dele. Ravi deu-lhe um sorriso desafiador, ganhando atenção desnecessária das garotas ao redor. — Certo. Então vá para casa dele, você e seu pai, pergunte a ele o que revelei a vocês e descubra se ele me conhece. Alguns ficaram pensativos, enquanto outros entendiam de primeira que o filho de Samuel não estava mentindo. Suas palavras faziam todo sentido, afinal, a jovem Lila não reclamou ou se afastou dele como se ele fosse um maluco q
Alguns dias depois… Depois de passar no hospital, não sendo o mesmo em que seu pai trabalhava, Zahraa pôde desfrutar de tratamentos adequados, além de uma tala de verdade. Assim também foi possível voltar às aulas quase normalmente, onde evitava o príncipe a todo custo. Por todos aqueles dias, seu plano estava dando certo. No entanto, aquele dia, o príncipe parecia ter ido embora mais cedo, fazendo Zahraa parar de se esconder, andando livremente pelo corredor. Com a mochila no ombro bom, evitando machucar o pulso imobilizado. Andando no meio dos outros jovens, ela tentava manter seu pulso longe dos corpos que passavam pelo mesmo lugar. No meio de todos alguém enroscou parte da roupa no zíper de sua mochila, produzindo um som que chamou sua atenção.O zíper estava fechado na parte de cima, veio até a parte de baixo, abrindo metade do bolso maior. — Desculpe! — pediu a estudante. — Sem problema. — ela deu um meio sorriso à jovem, logo a viu sair, observando a manga da blusa de croc
Zahraa tentou puxar o braço irritada: — Não temos nada para falar. Haidar colocou a outra mão sobre o ombro direito dela quando puxou o braço esquerdo ao encontro dele, fazendo-a quase bater contra o peitoral dele. — Eu disse que vamos conversar. — não deu lhe opção.Vendo nos olhos dela a chateação evidente. "Ela está com raiva de mim." Era algo óbvio.Largou seu ombro, soltou apenas seu braço para agarrar sua mão, a saiu puxando pelo corredor.Cerrando os dentes, Zahraa pensava em centenas de coisas ruins que poderia fazer com ele se não se tratasse do filho do sheik. "Se você fosse um simples cidadão deste país, iríamos falar no mesmo tom. Medir forças se fosse preciso." Pensou ela, mirando-o sem parar. — Pensa que vai conseguir furar meu crânio assim? — ouviu ele perguntar sem olhar na direção dela. — Talvez eu tenha sorte se tentar um pouco mais. — continuou a demonstrar sua irritação. — Então lhe desejo sorte. — ele foi sincero. — Vindo de você, não me servirá. — Haidar
— Tia! Que surpresa. A que devo a honra? — brincou com os sentimentos de Margaret, mesmo do outro lado da linha. — Não é uma honra pra mim, ter que ligar para você, Omar. — foi sincera. — Humm, está de bom humor hoje, eu creio. — continuou com seu humor estranho.Os olhos de Omar brilhavam em divertimento, enquanto passava as mãos por seus cabelos loiros bagunçados e úmidos, caindo pela testa e lados, demonstrando o seu comprimento. — Não me venha com esse seu humor ácido. Para você, prefiro ser sempre portadora de más notícias. — confessou o que lhe entalava. — Ah! Que amável, tia. — irritou Margaret ainda mais.Ouviu a mulher do outro lado rosnar, o que o provocou alegria. Omar gostava de irritar quem o incomodava desde o início, simplesmente por ser uma pessoa tão íntegra a ponto de não mudar coisas ruins na própria vida; por acreditar que foi o destino que escolheu aquilo para ela. Margaret, era uma pessoa assim. Por mais que Omar não tenha a conhecido mais novo, ele jamais