Mason saiu da academia, depois de uma hora e meia malhando, tomou banho no vestiário masculino e começou o caminho para seu quarto, ainda com o cabelo úmido. Mason não conseguia organizar seus pensamentos, uma hora pensava em Andrea e em quê ela poderia estar fazendo, depois pensava em Megan e em como ela deveria estar se sentindo com tudo aquilo, na sua mãe, depois de tudo o que ela passou, e então seus pensamentos voltavam para Andrea novamente.
Quando Mason entrou no seu quarto, seus olhos foram atraídos para a garota sentada na cama. Andrea estava vestida com um robe de seda branco, seus cabelos estavam soltos, caindo por sobre os ombros. Ela havia caprichado na maquiagem, estava muito bonita e cheirava ao perfume que Mason dera a ela de presente do dia dos namorados.
- O que está fazendo aqui? – perguntou Mason com um sorriso enquanto trancava a porta.
Andrea sorriu e se levantou da cama. Ela ficou parada onde estava, deixando que Mason viesse até ela.
※※※※16 de novembro.※※※※ Acordei pela manhã com uma dor de cabeça horrível. Por mais que eu tivesse dormido a noite toda sem pesadelos, eu me sentia como se tivesse ficado a noite toda acordada e em pé. Meu corpo doía e eu me sentia exausta. Parte da dor deveria ser por causa da “luta” com Andrea e os bastões que atingiram as minhas pernas. Afastei a coberta para ver minhas pernas e vi um pequeno hematoma onde o bastão de Andrea me atingiu. Sem saber a hora exata, continuei na cama, por pelo menos mais meia hora. Quando finalmente levantei, abri as cortinas, deixando a luz do sol entrar e me arrependendo no mesmo instante. A luz queimou meus olhos e minha visão ficou escura por um segundo, até eu me ajustar a nova luz. Abri a janela e respirei o ar puro da manhã. Do lado de fora da minha janela, vi uns vinte alunos se alongando perto da entrada da floresta. Não reconheci ninguém, exceto o instrutor Prior, parado à frente da turma gritando instruções.
Saímos da sala de Amélia e começamos a andar pelos corredores. - É sempre calmo por aqui? – perguntei, curtindo o silêncio que nos rodeava. - Nem sempre. Já tivemos muitos ataques de vampiros e de outros lobisomens, principalmente durante a noite, eles aproveitam que estamos dormindo e atacam, mas nem sempre eles têm sucesso – disse ela, com os olhos vagos e um meio sorriso no rosto. – Às vezes eles se esquecem de que lado deveriam lutar. Parei de andar por um segundo, sem entender de quem ela estava falando. - Está se referindo aos vampiros ou aos lobisomens? - Aos lobisomens. Alguns grupos nos atacaram no ano passado. Devia ter uns cinquenta deles, mas nossos Guardiões e instrutores cuidaram bem deles. E claro os nossos lobisomens lutaram contra eles também, mesmo não gostando de lutar contra seus semelhantes. - E como a luta acabou? – quis saber, erguendo as sobrancelhas. - Com todos eles mortos, claro. - Mas achei q
Amélia esperou até Megan sair do quarto para falar com Ally. - Podemos esperar Mason voltar da cidade e eu posso pedir para ele te curar – começou Amélia. – Você é prima dele, ele não pode dizer não. - Mas você sabe que ele vai dizer. Por mais que sejamos uma família, ele não gosta muito de mim. Ele diz que eu me pareço muito com o tio Michael – disse Ally. Sua voz começou a ficar mais calma, o que não era um bom sinal. - Você tem os olhos dele – sussurrou Amélia. Os sinais vitais de Ally estavam bons, seu coração estava batendo meio devagar, mas isso não era tão preocupante, pelo menos não ainda. - Meu pai sempre diz isso. - Seu pai invejava tanto os olhos do irmão dele, que a única filha dele nasceu com esses lindos olhos castanhos dourados. As pálpebras de Ally começaram a ficar pesadas. - Isso chega a ser irônico – sussurrou ela. - O que querida? - Em um mês eu iria finalmente acabar meu treinamento
Ouvimos os gritos de Amélia vindos do quarto e todos corremos para ver o que tinha acontecido. O cheiro de sangue fresco invadiu meus sentidos e eu fiquei lá, parada na porta igual da primeira vez. Fiquei enjoada por causa do cheiro forte de sangue e ao mesmo tempo fiquei hipnotizada. Eu parei de ouvir as vozes e fiquei ali parada vendo o sangue pingar dos dedos de Ally e cair no chão, como se estivesse em câmera lenta. O som constante que eu ouvia bater era do meu próprio coração. A máquina ao lado da cama de Ally parou de registrar os batimentos cardíacos dela por que ela não tinha mais batimento nenhum. Eu vi Mariyah tentar de tudo para trazê-la de volta, mas ela morreu por que teve uma hemorragia interna. Uma linha fina de sangue corria dos lábios dela e seus olhos estavam arregalados, como se ela estivesse com medo da morte, mesmo sabendo que iria morrer. Era tão estranho estar ali. Ally, a sobrinha de Amélia que eu acabara de conhecer morreu nos
O elevador parou no terceiro andar, mostrando um corredor curto com no máximo dez portas e o instrutor Jackson Prior parado bem na minha frente. Ele ficou um segundo parado, meio que sem saber se entrava ou se dava meia volta. No fim ele entrou e guardou o celular que estava em sua mão. - O que faz na ala dos instrutores? – perguntou ele, mas sem olhar pra mim. - Estava com Mason fazendo companhia à Amélia – respondi apenas, olhando seu reflexo nas paredes do elevador. Ele simplesmente balançou a cabeça. Era a primeira vez que ele falava comigo depois de me tirar da floresta na primeira noite. Eu não sabia direito o que falar com ele então só esperei o elevador nos levar ao térreo. Ele acenou para que eu saísse primeiro. Saí de elevador, indo para o corredor que me levaria para o dormitório feminino, mas parei para olhá-lo. Ele estava tomando outro caminho, oposto ao meu. - Instrutor Prior – eu o chamei. Ele parou no corredor à alguns metros d
※※※※17 de novembro.※※※※ Além do pesadelo, acordei com uma forte dor de cabeça e o enjoo que eu sentira na noite anterior havia piorado. Por sorte, Kelsy estava no banheiro comigo quando eu corri para um dos boxes para vomitar. Levantei a tampa do vaso e deixei tudo aquilo sair de mim. Kelsy ficou segurando o meu cabelo, como uma amiga teria feito se eu estivesse de porre. Por mais que a situação tivesse sido horrível, me veio a lembrança de quando eu estava no lugar de Kelsy segurando os cabelos de Sarah. Kelsy fez cara de nojo quando olhou o conteúdo dentro da privada. Abaixei a tampa e puxei a descarga. - Tem certeza de que você não está grávida? – perguntou Kelsy, tentando segurar uma risada, mas sem muito sucesso. Lembrei da conversa com Mason na cozinha do apartamento de Amélia. Não, não havia como eu estar grávida. Apenas neguei com a cabeça, sem querer entrar no assunto “EU SOU VIRGEM”. - Se não é gravidez então
- O que ela tem? – perguntou Amélia, pegando na minha mão e apertando de leve. Maria entrou no quarto e colocou os livros sobre a cama, ao lado das minhas pernas. - É algo raro que acontece com os Mestiços. Maria abriu um dos livros em uma página que continha uma espécie se pirâmide. Havia um desenho de vampiro no topo, embaixo os Hunters, com várias armas presas nas roupas. Logo abaixo havia um desenho de um outro Hunter, só que com menos armas, desenhos de lobos uivando para a lua ficava logo abaixo. Em seguida os feiticeiras, e desenhos de pessoas normais em baixo, provavelmente humanos. - Sua mãe era uma Mestiça e pelo que eu soube, seu pai era humano – começou ela, ao ver a minha cara de interrogação. – No passado, quando um Mestiço se relacionava com humanos, seus filhos não conseguiam se transformar em Hunter, nem mesmo em outros Mestiços. - Eles continuavam humanos? – perguntei. - Não. – Mariyah respirou fundo antes de continua
※※※※ Abri os olhos. A luz do sol me cegou por alguns segundos, mas logo consegui me ajustar a claridade. Eu estava deitada em minha cama, na antiga casa. Mas tudo estava diferente, meu quarto não era como eu me lembrava de quando tinha trezes anos, na verdade, era mais parecido com o meu quarto na casa da tia Stella. Meus pôsteres estavam na parede, meus livros na prateleira, algumas roupas sujas jogadas no chão ao lado do cesto lotado, algumas fotografias antigas e outras até novas, como uma foto minha no aniversário de Sarah, usando chapéu em forma de cone atrás de um lindo bolo de morango com chocolate, o meu favorito. Era estranho estar naquele quarto, naquela casa. Mas eu me sentia em casa. - Megan, vem para o café da manhã – gritou tia Stella da cozinha. - Já estou indo – gritei de volta. Levantei