Será que alguém já se sentiu constrangido em presenciar uma demonstração de carinho entre alguém? Talvez por nunca ter tido o mesmo, ou por não, ser algo frequente em sua vida?Foi assim que me sentir quando li a carta de meus avós e logo depois liguei para eles. O ministro não saiu de meu lado em nenhum momento e isso me deu mais coragem ainda para ligar para eles.Eles são uns amores, a minha vó me lembrou a minha mãe, seu jeito educado, sua graça e leveza ao sentar. Meu avô, por sua vez, não ficava atrás, lindo e elegante, a toda hora ele acariciava as mãos de minha vó, fitando-a apaixonadamente e eu ficava atenta a todos os seus gestos.Falei com eles por chamada de vídeo feito no escritório do ministro, eles também pareciam está em um escritório, provavelmente na casa deles, mas eu não tive coragem em perguntar.Achei que seria curiosidade demais para um primeiro contato. Refleti.Em dado momento eles me perguntaram se eu estava disposta a criar um vínculo com eles.A verdade é q
— Espera Kátia, não acabei. — A chamei, mas não adiantou nada. — Revirei os meus olhos sorrindo, logo depois pouso meus olhos em minha mão direita ainda sorrindo. Estranhei quando percebi o anel em minha mão direita, no Brasil costumam usar as alianças na mão esquerda, mas aqui na Rússia é diferente. O ministro me explicou, disse que esse costume vem dos tempos romanos, acreditam que esse costume foi herdado por Júlio César e Cícero, eles achavam que a mão esquerda era considerada “não digna de confiança”, e isso se perpetuou ao longo do tempo. Para mim ainda é estranho, mas cada cultura é diferente. O anel é lindo, é um solitário, em ouro 18k e diamante de 50 pontos. O ministro havia colocado em meu dedo pela manhã, após nosso sexo maravilhoso, acabei cochilando e acordei com ele beijando os nós dos meus dedos ao colocar o anel. A aliança pertenceu a sua mãe e eu fiquei extremamente emocionada, chorei por quase uma hora. — Deusa, ela saiu com papai e Vladimir, a Alice não sabe di
Uma vez tomada à decisão de ser feliz, não se pode mais retroceder. É o que acredito!Quando naquela boate tomei a decisão de ir à procura de Elisa, no momento eu não tinha ideia, mas hoje tenho certeza que foi a minha melhor decisão. Eu não havia imaginado que mudaria a minha vida amar alguém como eu a amo? Nem em sonhos!Então, como não ser grato? Questiono-me recostando a cadeira de meu escritório com um sorriso desenhando meus lábios. Gratidão me descreve, com toda certeza!Como não me sentir feliz? Chertov! Me casarei e terei dois bebês! Só um homem maluco não se sentiria abençoado por isso. Se eu pudesse, soltaria fogos, gritaria a minha felicidade ao mundo, mas como não posso, me contento em apenas celebrar a minha alegria com Elisa.É mais que suficiente para mim!Eu queria que a mãe dela estivesse aqui para o nosso casamento, como eu queria que meus pais também estivessem isso nos deixaria feliz. Sei que ela está meio cabisbaixa, os hormônios da gravidez não têm ajudado. Ela
Era uma foto minha jovem, acredito que do tempo que eu ainda estava no exército. Eu vestia uma blusa verde-escura, um dos muitos uniformes de treinamento que guardo em meu closet em um espaço que determinei para minhas roupas oficiais. Na foto a minha blusa estava molhada de suor e se grudava a minha pele, meus cabelos molhados e minha fisionomia, estava séria. Riu internamente.Andrei tem toda razão, estou sempre sério.Eu parecia pensativo na foto e como a outra, eu também não me recordava dessa foto.— De onde você tirou essa foto, Andrei? Não me lembro de quando foi tirada, ou quem a tirou.— Tenho um programa que me possibilita pesquisar mais amplamente nas redes, o programa busca imagens, fisionomia de pessoas em toda parte do mundo, só preciso ter algo daquilo ou de quem quero procurar. Achei essa foto em um arquivo chamado meu homem.— Mentira? — Arregalei os meus olhos espantados.— É sério, cara…— E quem é a dona desse arquivo, Andrei?— É uma mulher chamada Wanessa Volk.—
De início, a primeira impressão que tive do restaurante chamado Zeca Pagodinho Pub and Restaurant, que Andrei fez questão de reservar apenas para nós, não foi das melhores. Como um restaurante que diz ser de comida brasileira não tem nenhum atendente que fale português, e por incrível que possa parecer, os cardápios escritos apenas em russo e inglês? Andrei ficou extremamente chateado, ele queria treinar o seu português e não pôde. Bom, não tirei a razão dele, mas logo, para deixar Andrei feliz, enquanto esperávamos a comida, o maitre convidou a mim e a Andrei para fazer um tour no pequeno restaurante, algo que foi feito com calma, pois a meu pedido, o maitre aceitou fechar o restaurante, enquanto estivermos no local. A explicação do maitre, que aparentava ter entre quarenta, quarenta e cinco anos, começou pelo nome inusitado. O senhor Dostioévski informou que esse nome é em homenagem a um cantor brasileiro muito conhecido por todo Brasil. Esse cantor já gravou mais de vinte discos
— Tudo certo! — Respondeu sem tirar os olhos da tela de seu notebook prateado arranhado pelo tempo de uso. — Pelas imagens o sensor de calor mostra que o Bóris está no escritório, e espalhado pela casa, mais quinze pessoas, provavelmente os seguranças… A maioria está do lado de fora. — Emendou me encarando por alguns segundos, logo estava focado outra vez na tela de seu notebook. Andrei parecia está se divertindo com a van dissimulada, como ele mesmo chama, ele parece estar em um parque de diversão, a van estava equipada com nove câmeras digitais de alta resolução com alcance de até 2,5 km de distância, um transmissor e receptor de áudio e vídeo que capta até 5 km de distância em área aberta, 1,5 km em área fechada e dois monitores para exibição das imagens, entre outros itens. Mesmo com dois monitores de última geração disposto para ele usar, Andrei ainda preferia usar o seu velho notebook todo arranhado e seus equipamentos de som. Que entende? Mas o que me parece é que seus equip
Não mentirei, hoje acordei a pior das pessoas.O que me parece é que tudo aquilo que eu não sentir e me fez demorar para descobrir que estou grávida, começou e veio com tudo!Eu não dormir muito bem a noite, acordei umas quatro vezes para fazer “xixi”, nunca aconteceu isso comigo e eu cheguei a impressão que a noite passada será o início de muitas noites assim.Sinto um arrepio só em imaginar isso.Mas, se fosse só isso… Acordei pela manhã era um pouco mais das 08h30, o ministro já havia saído, no entanto, ele fez questão de deixar um beijo delicioso em minha boca. Mesmo sonolenta, eu retribuir, e ainda com os olhos fechados, podia se escutar as suas doces e sedutoras palavras ditas quase em um sussurro.Ele beijou a minha barriga e dizia o tempo todo que me amava e está muito feliz, que eu o fazia feliz. Senti-me extremamente tocada por suas palavras, com um sorriso aberto e maroto, sussurrei que também o amava.O ministro com seu jeito sério engana muitos, mas não a mim, ele é durão
— Elisa, eu posso entrar? — Ela perguntou do outro lado da porta. — Pode! — Respondi choramingando, voltando a vomitar em seguida. Nanda ficou me olhando da porta sem saber o que fazer, nem eu sabia o que fazer da minha vida. Eu queria a minha mãe, ela saberia o que fazer. Ela deve ter passado o mesmo, ou até pior, eu ao menos tenho a Nanda e logo terei a Kátia também, mas ela não tinha ninguém. Quando sentir que não vomitaria mais, estendi meu braço para Nanda me ajudar a levantar. — Eu não sei o que fazer. — Nanda confidenciou apoiando meu braço direito em seu ombro e saindo comigo do banheiro. Eu tropeçava nos meus próprios pés. — Eu não acompanhei a gravidez da Mili e nenhuma colega que trabalhei tiveram filhos, pelo menos não antes de morrerem no acidente. — Sei disso, minha amiga, não se preocupe, a médica disse que passará. — Nem eu mesmo parecia acreditar nisso, as minhas palavras saíram como uma mentira ensaiada. — Só espero que seja logo! — Ela respondeu confiante. Ch