3 meses depoisComo o tempo passa rápido. Parece que foi ontem que a minha vida deu um solavanco, mas, na verdade, ontem fez exatamente 3 meses que tudo isso começou, quando o ministro me apresentou as meninas. O ministro vem quase todas as noites nos ver, saber como estamos, dorme em casa, mas sempre surgi algo que o faz sair as pressas. O presidente Iuri não apareceu mais. Dmitri avisou que ele precisou viajar a trabalho. Ania ficou muito triste, mas conversa com o pai por videochamada todas as noites antes de dormir. Nanda finge não escutar a conversa dos dois, mas sei que é mentira. Sei que ele liga para Nanda também e ela fica feliz na maior parte do tempo, contudo, algumas vezes a peguei chorando no banheiro de seu quarto, talvez as lembranças ainda a deixe entristecida, eu não sei o exato motivo, pois, ela diz que tudo está bem, mesmo não estando. Eu não insisto, porque sei que ela falará no tempo certo. Assim espero! A cada dia Nanda se abre comigo, me conta a história d
Blyad', esses velhos são insuportáveis. Penso ao reunir toda a minha paciência para não explodir de raiva, tédio ou até mesmo frustração.Passo minha mão direita em meus cabelos não escondendo minha impaciência, porque a paciência mesmo já tinha se esgotado.Eu queria passar o dia com minha deusa, não estou ficando muito tempo com elas nesses 3 meses que se passaram.E não é por falta de vontade, pois, isso tenho e muito.Às vezes a sua teimosia me irrita, mas, ao mesmo tempo, me enche de ótimos sentimentos, ela me diverte, só em observar o seu sorriso, sinto uma paz que me parece imerecido.Svyatoye der'mo, cadê Iuri quando preciso dele?Sei que atrapalhei o momento dele com a senhorita Peterson naquele dia e desde então, o mesmo tem me punido com sua extrema irritação. Já expliquei sentir muito, no lugar dele eu também ficaria com raiva, por isso o entendo. Porém, me deixar sozinho a noite toda com esses velhos insatisfeitos com tudo é muita sacanagem da parte dele.Durante 3 longos
__ Serguei, já me sinto um velho perdendo a paciência tão facilmente. __ Admitir.__ Mas também, esses homens fazem qualquer um perder a paciência. __ Assim que ele respondeu, sua face ficou vermelha, sorriu ao ouvir suas palavras impensadas. _ Senhor, eu…__ Tudo bem, Serguei!__ Não é profissional de minha parte.__ Você tirou as palavras de minha boca. __ Declarei não escondendo meu divertimento. Desfaço o nó de minha gravata preta e a tiro, com meu terno também na cor preta. Fico apenas com a camisa social na cor preta e tenciono meus músculos tentando tirar toda a tensão presente neles.Descido pedir meu almoço por telefone e o aguardo chegar pacientemente, dispensou Serguei para almoçar, mas o mesmo negou, ele explicou que só sairia, quando o próximo segurança de minha equipe chegasse para substituí-lo. Algo que entendi perfeitamente.Eu me vi ansiando que a noite chegasse logo, eu me reunirei com Iuri e saberei o motivo da viagem de Andrei, mas o que me deixa eufórico é o que f
__ MALDITO VOLKOVA. __ Gritei me levantando de minha cadeira, enfurecido. Descontrolando, quebro tudo que eu vejo pela minha frente no meu escritório. __ MALDITO, DESGRAÇADO! __ Tornei a gritar pegando o copo de minha bebida em cima da mesa e jogando na parede. Nem o som do vidro se quebrando conseguiu aliviar a minha cólera. Em meu rompante de raiva, acabei quebrando a lâmpada e deixando o escritório tomado pela escuridão. Caminhei até a janela e a abrir deixando o sol da tarde me banhar com a sua energia. Por sorte, a minha casa é próxima ao Grade Palácio do Kremlin, ou todos desconfiariam de mim, ao ver meu excesso de fúria. __ Eu não posso perder a calma, tenho que pensar com clareza. __ Digo a mim mesmo em voz alta olhando tudo a minha volta, pensando no meu passo a seguir. Não sei o porquê estou com tanta raiva, por sorte a neguinha morreu e será mais uma vitória minha. Volkova deve imaginar que isso é apenas a minha maneira de tomar o poder do país, mas não, isso é mais
Rio de janeiro, 20 de abril de 2014. __ PARA PAPAI, O SENHOR TÁ ME MACHUCANDO. __Grito tentando o fazer parar de me bater.Eu não sei o que fiz para ele me castigar dessa forma.Na verdade, nem sei o que fiz para ter um pai feito ele.Desumano, mau, um monstro.__ Te machucar sua ingrata? Eu devia era lhe espancar até a morte sua idiota. __ Ele diz batendo em meu rosto com seu cinto.Por sorte não sangrou, mas doeu e muito.Eu tentava não chorar, mas minhas tentativas nunca davam certo.__ Você estragou tudo, assim como a sua mãe idiota. Duas insuportáveis, pior decisão que tomei foi seduzir aquela imprestável da Eloisa. Acreditei que iria me dá bem, mas me ferrei por sua causa. __ Apontou o dedo para minha face irritado. __ Ganhei uma deserdada e uma fedelha de quebra. Vida injusta. __ Ele reclama.__O senhor queria que eu dormisse com aquele homem repugnante. __ Digo em meio às lágrimas, ignorando os insultos dele.__ É só uma transa Elisa, eu ia ganhar um dinheiro alto com isso. O
__ O que aquele monstro fez com você minha deusa? Você está toda marcada.__ Estou bem, ele não pode mais me machucar.__ E não pode mesmo! __ Ela disse com firmeza. __ Aquele maldito.__ Trouxe todos os seus documentos, Elisa? Tio Marcelo me perguntou enquanto dirigia.__ Trouxe sim, senhor.__ Ótimo! Vamos direto para o aeroporto Kátia, sua mãe já chegou lá com suas malas. Ele parecia zangado com algo.__ Aeroporto? Malas? Perguntei confusa.__ Sim, a três dias que tento falar com você, mulher. Tenho novidades. __ Ela disse com um meio sorrindo. __ Enfim meus pais conseguiram me fazer cursar minha faculdade na Rússia. Você sabe sobre isso.__ Sei sim. __ Aperto minhas mãos uma na outra com aparente nervosismo. __ Mas... Você está indo embora? Pergunto não escondendo a minha tristeza.__ Vou sim. __ Começo a chorar ao ouvir suas palavras.__ Poxa! Você vai embora? __ Minha voz sai em um sussurro.__ Shiii, não chore deusa, eu vou embora, mas você vem junto comigo.__ Vou?__ Vai sim,
Rússia, Moscou. Dias atuais.__ Por favor, Elisa, nunca te pedi nada.Que Mentirosa! Eu não sei como fui arranjar uma amiga tão pidona assim meu Deus. Penso revirando meus olhos, divertida.__ Kátia, pare de mentir mulher, você vive me pedindo coisas... Deusa faça isso, deusa faça aquilo. Digo com a cara feia fazendo gestos com minhas mãos enquanto terminava de lavar a louça e Kátia enxugava.__ Assim você me ofendi amiga. __ Ela declarou enxugando a última panela e guardando-a no armário. __ Enfim acabamos, agora podemos conversar direito.__ Amiga você sabe que não me importo em te fazer favores. __ Digo enxugando minhas mãos na toalha de prato que estava em suas mãos e caminho em direção a sala. __ Mas isso é demais para mim. __ Completei me jogando no sofá e tocando o colar em meu pescoço. Das poucas lembranças que sobraram de mamãe. A cinco anos eu e Kátia viemos para viver uma nova vida.No avião Kátia recomendou que eu não fosse dizendo que os russos têm preconceito com negros
Ela aguentou as agressões por quatro anos, não aguentando mais, ela fugiu comigo no meio da noite.Foi quando conheceu os meus tios, os pais de Kátia.Eles ajudaram minha mãe dando um emprego em sua casa.Ela trabalhou para eles por cinco anos antes de falecer devido uma infecção respiratório.A justiça decretou que eu ficaria com meu pai, foi a pior decisão que eles tomaram.Quando a assistente social foi me buscar em minha casa, após eu ter enterrado minha mãe, ela verificou apenas onde eu colocaria minhas roupas, mas não verificou qual o estado de minha alma, acho que nem se preocupou se eu tivesse se quer uma alma. Passei nove anos sendo humilhada e agredida.Se não fosse Kátia e seus pais eu poderia estar morta agora. Penso sentindo um arrepio em meu corpo.Eu nunca entendi o porque de tanto ódio de meu pai.Mas agradeço a Deus porque tenho a minha Kátia por perto.Não sei o que seria de mim sem ela.Para uns, a família é só o pai,para outros, só a mãe,muitos só têm o avô, ou a