Helena sentiu um caroço na garganta quando viu as luzes de Gibraltar aparecerem à distância. Ela tinha saído para assistir ao nascer do sol, mais porque a insônia era insuportável do que pela espiritualidade ou beleza do ato. Quer fosse amanhecer ou anoitecer, ela não se importava, mas deitada ao lado de Marco, aconchegada a ele, sabendo que em poucas horas tudo acabaria... era o esmagamento da alma.

Foi estúpido negar que ela tinha se apaixonado por ele. Em algumas semanas? Sim, senhor, dentro de algumas semanas. Foi muito difícil não se apaixonar por um homem como Marco Santini, com sua força, sua natureza protetora, sua atração e todos aqueles mistérios sombrios que pareciam rodeá-lo. Ela gostava do homem, tinha entrado em seus ossos e, embora não fosse morrer quando parasse de vê-lo, ela tinha quase certeza de que sentiria falta dele como ninguém.

-Eu estou cumprindo minha promessa, mamãe", sussurrou ela, olhando para aquelas luzes crescentes. Estou viajando, tendo uma aventura...