Alguns anos mais tarde:
Termino de pentear os seus cabelos, tirando qualquer embaraço, e começo a trançar, ainda não sou o melhor fazendo isso, tem vezes que acabo me confundindo e me perdendo com tantos fios de cabelos nas mãos, mas sempre aceito o desafio quando ela pede, não consigo dizer não, e sua carinha feliz quando ver que fiz é impagável. Pego uma elástico de cabelo e finalizo a trança do dia. Essa saga, começou quando uma vez ela estava assistindo um desenho de uma princesa, e a bendita princesa tinha uma trança de lado, naquele mesmo dia ela me pediu para fazer nela, mas eu não sabia fazer, ficou um desastre, mas no mesmo dia eu fui ver alguns tutoriais no YouTube e aprendi direitinho, ela ama quando arrumo seu cabelo. Quem ver esse Hades, nem deve conseguir imaginar o que faço no turno que não estou com minha pequena. Para deixa-la ainda mais linda, termino colocando um laço que ela escolheu, minha menina é bem vaidosa, tão pequena mas gosta de se arrumar, de se enfeitar, sorriu de lado. - Tô bonita? - pergunta se virando para mim. E colocando seu ursinho na cama. -Está linda amore. - beijo sua testa. Ela sorri lindamente e pega seu ursinho que o Ramsés apelidou de teddy, ela gostou e também o chama assim. - Agora vamos, porque seus tios já chegaram. - digo a pegando no colo. Hoje é o aniversário da Sofia, 5 aninhos do meu bem mais preciso. E ainda é tão louco pensar em como tudo mudou com seu nascimento, fui apresentado a um mundo completamente novo, que nunca me imaginei estar, quando peguei aquela pequena garotinha no colo pela primeira vez eu soube que nunca mais nada seria igual, que eu não seria, e pela terceira vez um sentimento me tomou, medo. A primeira vez foi quando tive meu babbo ensanguentado em meu colo, implorando para que não nos deixasse, a segunda vez foi quando a Nefertari foi sequestrada, quase enlouqueci. Para mim já tinha tido minha cota, nunca tive medo de nada relacionado a minha vida, que pudesse me ferir, ou me matar, mas outra coisa que mudou, temi em deixá-la, não queria faltar a ela. Os primeiros meses foram dificeis, principalmente em separar o Hades babbo e o mafioso, nada mais me importava a não ser minha filha. E minha mamma teve que me lembrar que não é bem assim, a máfia não pode ser negligenciada, minha vida antes de seu nascimento ainda existia e mais do que nunca precisava me certificar que tudo permanecia sob controle, por ela. E deu certo. Terminamos de descer as escadas e vejo alguns balões e enfeites, mamma juntamente com a Nefertari e a Jasmim, estão organizando a meses o aniversário dela, que será no domingo, foi o melhor dia para reunir a todos, mas o dia oficial é hoje, e para não passar em branco estamos fazendo um almoço. -Diaana. - chama a amiguinha animadamente quando a vê, coloco ela no chão que corre até a filha da Shantal. - E aí paizão. - cumprimenta Ramsés. - uísque? -Não. E já disse para não beber quando minha filha estiver por perto! - digo pegando o copo da sua mão. -Mas ela nem tá me vendo. - diz revirando os olhos. Ignoro e deixo o copo longe dele. -Oi querido. - diz mamma chegando, ela me dá um beijo na bochecha. - vou pedir para servir o almoço. - avisa e sai indo para a cozinha. Ignoro o Ramsés e vou para o jardim, o almoço será servido fora hoje. Dias especiais requerem locais especiais, e o jardim daqui é simplesmente esplêndido. Sorriu quando vejo a Sofia brincando com a Diana e com seus primos menores, Joshua e Sebastian. Eu amo tanto essa menina! E faço qualquer coisa por ela, qualquer coisa! A paz que ela transmite, a alegria é sem igual. Não sei a quem puxou, mas ela é tão carinhosa, atenciosa apesar da pouca idade. E falando em quem ela puxou, fisicamente ela não lembra muito a Cassandra, quando era bebê a cor do cabelo era bem semelhante ao dela, mas agora se assemelha mais ao meu, e os olhos azuis também herdou de mim, o nariz talvez tenha puxado ao dela, é arrebitadinho. E falando em Cassandra, hoje também faz 5 anos da sua morte, mas nunca foi motivo de tristeza, muito menos luto. Sofia já me perguntou uma vez sobre ela, e respondi que sua mamma tinha se tornado uma estrela, até mostrei no céu, e por hora ela aceitou bem. Cassandra morreu após da a luz a Sofia, ela não chegou a conhecer nossa filha, mamma freiou suas ações, descobri isso mais tarde. As ordens da Sra. Atena para a médica e a enfermeira foi que ela não saisse da sala de cirurgia, não sei se foi exatamente isso, mas suponho que sim. No dia do parto por loucura da Cassandra, quase perdi minha filha, suas loucuras só se intensificou com o passar da gestação, foram tempos dificeis, sou grato por ter acabado. Sorriu quando a Sofia me chama, e deixo de revivar o passado, vou até ela e a pego no colo, a rodopio e ela gargalha, o melhor som do mundo.Algum tempo depois:Saio de imediato do carro assim que ele para, olho descrente para a casa a minha frente, corro até a frente da casa, subo os degraus chegando a porta principal, tento derruba-la, mas falho miseravelmente. Olho para minhas mãos e as vejo tremerem, elas nunca tremem. Olho em volta e sinto meus olhos lacrimejarem devido a fumaça. -BABBO - ouço a voz da minha garotinha vindo de dentro da casa, coloco a mão na cabeça em desespero. -SOFIA! EU ESTOU INDO. - grito em resposta, indo novamente de encontro a porta, chuto, esmurro, mas a porta não cede, pego minha arma e atiro na maçaneta, chuto a porta novamente. Sinto quando meus irmãos chegam e me ajudam. Com a porta agora caída olho em volta e a fumaça já tomou conta de todo lugar. -FILHA- grito em busca de resposta, mas ninguém responde, ela não responde. - SOFIA. - desesperado a chamo, eu não posso perde-la, minha filha não! Ando mais um pouco e vejo o teto mais a frente ceder, está quase impossivel de respirar aqui
Entro no estacionamento subterrâneo do bunker, desligo o carro e desço, retiro meu casaco e jogo no banco. Vou até o porta malas, e pego uma solução de ácido fluorídrico, pedi ontem a noite a nosso químico. Confesso que sou um grande admirador da química, principalmente na tortura. Já dentro do bunker, vou a passos rápidos e firmes até a sala onde nossos convidados estão acomodados. Entro e já vejo o estrago que possivelmente meus irmãos fizeram, estão com olhos inchados e soube que a Nefertari capou um deles, apesar do meu pedido.- Buongiorno.- falo chamando atenção. Ambos arregalam os olhos quando me veem.- Soube que já conheceram meus irmãos... e irmã. - digo e o Fedez cospe. -Aquela vadia.- Acredito que descobri quem ela capou. Me viro para minha mesa onde meus utensílios estão expostos. Não preciso de informação, sei exatamente quem mandou matar minha filha, esses dois a sequestraram e a mataram, mas quem deu a ordem foi outro, foi o maldito Henri.Depois de anos ele resolve
Sem camisa, pelo fato que a que estava está suja de sangue, mamma não suporta a ideia de estarmos em casa com resquisios de sangue de outra pessoa. Na sala está o Apolo, pensativo, vou até ele e me sento a sua frente, ele sustenta um olhar de alguns segundos comigo antes de desviar para os papeis que tem em mãos. -Me entregaram hoje pela manhã, antes de queimar, consegui trazer.- diz me entregando a segunda certidão de nascimento da Sofia, a certidão que ela teria caso tivesse que refazer sua vida. Na máfia, todos temos dois documentos, em um eu sou Hades, e caso ocorra alguma merda, e eu tenha que fugir, eu tenho outro documento que nem eu faço ideia de qual seja meu nome lá, e espero nem saber, esse documento fica em posse de um padrinho que só aparece no momento de entregar o documento, é tudo muito oculto. Pedi ao Apolo para ver o de Sofia, o porquê? Nem eu sei. Abro a pasta, e se inicia Sofia Ambrogetti, pai Hades Ambrogetti, mãe: não possui linhagem Ambrogetti - nunca cheguei
Saio do escritorio, estou na passione, minha casa noturna de striper, tenho uma rede delas espalhada pela bela Itália. O lugar está lotado, música alta, casais dançado de modo provocativo, e as stripers já começaram seus shows. Vou até o bar e encontro o Ramsés. Sento e peço uma água com gás, estou pilotando, então nada de uísque.-Como vai garanhão? - diz rindo, na última vez que estivemos aqui, sexta passada, podemos dizer que foi uma sexta intensa, a qual remete esse apelido. -Palhaço.- digo e ele ri. Desvio meu olhar dele quando me sinto sendo observado. Ignoro o Ramsés e olho ao meu redor, e é lá onde encontro uma mulher me observando, um ar de mistério a envolve. Nossos olhares se cruzam, ela sustenta, não dá sorrisos, apenas me olha fixamente, isso a deixa ainda mais misteriosa. Quem é essa mulher? O garçom aparece na minha frente e interrompe nosso olhar. -Mais alguma coisa senhor? -Não, obrigado. Já estou indo.- aviso ao Ramsés, o garçom sai da minha frente, e assim como
Eu poderia muito bem ignorá-la e ir embora. Merda. Retiro minha blusa e saiu correndo até ela que já está dentro da água. Antes que eu chegue perto dela ela some em meio às águas. Cazzo. Mergulho, mas não enxergo ela, óbvio está escuro. -CASSANDRA! CASSANDRA!- grito e ouço um grito. Mergulho e vou mais para frente, e é onde a encontro se afogando. Que ótimo. Pego ela, e saímos de dentro da água. Ela tosse. -Minha vontade é de te matar!- digo irritado, e a desgraçada ainda tem coragem de ri. -Não foi tão ruim.- diz ficando de pé e indo novamente pra água. -Cassandra sai daí. Eu não vou mais te ajudar.- digo falando sério. Ela sorri de lado e começa a tirar a roupa. Tira o vestido, depois o sutiã, ficando apenas de calcinha. -Sempre tive o fetiche de fazer no mar. -Você é INACREDITÁVEL! Sai dessa água, ou eu vou embora.- ela faz menção de tirar a calcinha, mas uma onda a atinge e ela cai. -HADES.- grita e reviro os olhos, merda. Lá vai eu salvar ela de novo, estou ficando sem pal
- Ótimo.- respondo cansado, ela sorri de lado, levanta e vem até mim. Na maior intimidade coloca os braços ao redor do meu pescoço. -Bem que podíamos nos divertir.- beija meu pescoço, me afasto. -Não confunda as coisas. Continuamos não tendo nada. - reafirmo, falo isso diariamente, mas ela simplesmente prefere ignorar.-Porque insiste com isso? Vamos ter um filho, deveríamos nos casar! - quando ela começa a falar assim, como uma louca, tenho que pegar todas as minhas reservas de paciência.-Cassandra para! Você ainda não percebeu que somos tóxicos um para o outro? -Olha aqui Hades, você não vai se livrar de mim quando esse bebê nascer, estamos ligados para sempre, é melhor se acostumar com essa ideia.- aperto minhas mãos, em uma tentativa de aplacar minha raiva.-Você deveria ir dormir. - sai pausadamente, meu olhar já deve está escuro, demonstrando o quão irritado estou.-Não tô afim, acho que vou sair.- fala em tom provocativo e sai andando. Com a mão fechada dou um soco na mesa,