Capítulo 4 - Perda

Algum tempo depois:

Saio de imediato do carro assim que ele para, olho descrente para a casa a minha frente, corro até a frente da casa, subo os degraus chegando a porta principal, tento derruba-la, mas falho miseravelmente.

Olho para minhas mãos e as vejo tremerem, elas nunca tremem. Olho em volta e sinto meus olhos lacrimejarem devido a fumaça.

-BABBO - ouço a voz da minha garotinha vindo de dentro da casa, coloco a mão na cabeça em desespero.

-SOFIA! EU ESTOU INDO. - grito em resposta, indo novamente de encontro a porta, chuto, esmurro, mas a porta não cede, pego minha arma e atiro na maçaneta, chuto a porta novamente. Sinto quando meus irmãos chegam e me ajudam. Com a porta agora caída olho em volta e a fumaça já tomou conta de todo lugar.

-FILHA- grito em busca de resposta, mas ninguém responde, ela não responde. - SOFIA. - desesperado a chamo, eu não posso perde-la, minha filha não! Ando mais um pouco e vejo o teto mais a frente ceder, está quase impossivel de respirar aqui dentro. Olho em volta, onde voce está filha?

-SOFIA - meus irmãos a chamam. Fico alerta quando Ramsés se ajoelha, ele está um pouco a minha frente.

-O que achou? - questiono num fio de voz. Ele se vira para mim chorando, e em seguida levanta o teddy, meus joelhos vacilam e caiu no chão. Esse é o ursinho preferido dela, mas atento vejo que perto de onde o urso estava tem muito sangue e mais a frente vejo um pezinho com sapatinho rosa. -NÃOOO. - grito e tento ficar de pé, mas o teto cede a nossa frente impedindo que eu vá até minha garotinha.

Me forço a levantar, faço menção de ir até ela, mas meus irmãos me impedem. -ME LARGUEM! É MINHA FILHA. - grito em agonia enquanto eles me arrastam para fora da casa, me levam para longe dela.

Caiu de joelhos quando eles me soltam, só deu tempo de sairmos e a casa desaba, meus olhos veem o exato momento, olho para minhas mãos e vejo o ursinho dela. Minha garotinha, minha menininha, minha vida... minha filha. Choro e sinto meu peito doer, uma dor da alma.

-AHHHHH - grito em agonia, sem saber o que fazer. Sinto braços ao meu redor, não reajo, deixo-me ser abraçado pela minha irmã.

◆◆◆

Horas depois os bombeiros apagaram o fogo, escuto eles falarem, mas ouço como se eles estivessem muito longe. Desvio o olhar deles, e vejo quando a perícia retira de dentro da casa um corpo pequeno com um sapatinho rosa. Sem nem mesmo notar já estou andando até eles, depois corro para alcança-los mais rápido.

-HADES.- Apolo me chama, ignoro. Chego diante do corpo e sinto a porra das minhas pernas falharem, vejo o rosto, ele está completamente desfigurado, com as mãos tremulas alcanço seu cabelo, era loirinho, sua pele era sedosa.

Essa não pode ser minha filha. Eles colocam o corpo no chão, me ajoelho e me debruço sobre ela.

-Minha filha.- digo em um sussurro, ela está irreconhecível. Tento toca-la, mas minhas mãos estão tremendo demais, fecho em punho, e volto a abri-las e coloco minha mão em seu bracinho, completamente queimado, não é mais uma pele macia. Olho sua mãozinho que adorava fazer carinho em meus cabelos. Ela não pode estar morta.

-Acorda.- me bato, isso é um pesadelo.- Acorda.- digo batendo em minha cabeça.

-Pare, Hades.- diz Nefertari segurando meus braços e me força em olhar em seus olhos, ela também chora.- Ela se foi.- sua voz sai embargada por conta do choro.

-Não, não, não.- balanço a cabeça negativamente.- NÃOO!

-E-Ela se foi.- repeti e não aguento, coloca a cabeça em seu peito, ela me abraça, choro, choro, choro até me faltar lágrima.

◆◆◆

Olho mais uma vez para seu jazigo, Ana Sofia Manglioco Pierre.

"Você partiu e a saudade ficou para nos lembrar que as memórias e o amor nem a morte consegue roubar".

A dor é latente, eu não suporto viver sem ela, sem minha luz, ela era minha vida, e sem ela não tem motivos para viver, não há razões. Mas antes tenho assuntos pendentes. Tenho que mandar para o inferno algumas almas antes da minha ir. Deixo uma rosa em seu jazigo, olho uma última vez para sua foto, e saiu com passos firmes.

Tenho trabalho, muito trabalho, e certamente o farei com gosto. Giussep Roussel e Fedez Romanov, ocuparão minha tarde e noite. Entro no carro e pego meu celular, disco o número do Hanke, no segundo toque ele atende.

Chamada iniciada:

Sim?

Prepare-os, os 2 ficaram sob meus cuidados.

O capo, ordenou que um era dele. - Cazzo! (porra).

Eu me resolvo com o capo, apenas faça o que ordenei.

Qual o tratamento?

Prepare a banheira com ácido, vamos ver como eles ficam sem a pele. Será gradativamente. E deixe meus objetos exposto. - tenho uma vasta coleção de objetos e materiais para tortura.

Entendido, estará tudo pronto quando chegar. - confirma e desligo.

Chamada finalizada.

Acelero o carro, e canto pneus, quero chega o mais rápido possível, mal posso esperar para começar um tratamento especial para eles, mas antes, falarei com o Apolo.

Disco seu número no carro, no terceiro toque ele atende.

Chamada Iniciada

Eles são meus, fique fora.

Tem certeza?

Absoluta

Tutto bene, faça o que quiser com eles.- Nunca fui de contesta uma ordem do capo, sempre fiz o que ele pediu, então ele sabe que agora é preciso que eu faça, apenas eu. Apesar de ser meu irmão, ele é meu capo, devo respeito, devo lealdade, mas dessa vez não teria como eu não contesta-lo. - Leve o tempo que precisar, após isso me procure, estarei na nossa mamma.- diz por fim, e desligo.

Chamada finalizada.

Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App