Meus olhos ainda voltavam sempre para aquele homem, abraçando aquelas mulheres exibidas. O que Hardin queria, afinal? Se declarava para mim numa noite, e no dia seguinte, estava com outras mulheres. Ele, por acaso, dormiu com elas? Eu rodeava uma mesa de comida, segurando um prato, indiscretamente, e sem qualquer tipo de educação. Eu mantinha ao olhos nele, e não conseguia comer absolutamente nada. Acontece que aqueles risos chamavam a minha atenção. Mas meu coração palpitou, tão acelerado e disparado, quando uma voz próxima ao meu ouvido me chamou pelo nome. Por um segundo, pensei que Eliot estivesse aqui, mas não havia aquela sensação ruim no estômago sempre que ele chegava perto. Me virei, e encarei um homem de trinta anos, tão bonito, mas que nem conseguia chegar a metade da beleza de Hardin. – Como sabe o meu nome?Ele liberou uma gargalhada. – Quem não sabe o seu nome?Eu tinha os lábios levemente curvados em um sorriso sútil. Ao menos ele era engraçado. – Oh, nunca pensei s
Catty me beijou em um lado do rosto, enquanto Tory beijou o outro lado. Não que fosse algo importante, mas eu me senti minimamente desejado uma vez em muito tempo. Me distrai um segundo. Um segundo desgraçado. Um segundo, e eu olhei para o lado. Livy Clarke limpava o rosto do meu melhor amigo com um lenço, e direcionava aquele sorriso lendário, lindo, em uma boca vermelha intensa. Eu notava aqueles olhares dele, e sabia que estava contando algum tipo de mentira que a deixasse um pouco mais feliz com ele. Eu me levantei imediatamente enquanto as meninas se levantaram atrás de mim. Mas quando tentaram segurar nas minhas mãos, eu as empurrei. Chega de fazer ciúmes... Tudo que eu estava fazendo era um fingimento, mas o que eu via... Ah, aquele clima não era. Andei rápido até chegar a ela. Meu corpo inteiro estava dormente de raiva. Livy se sentou ao lado dele, em um sofá. Estavam pouco afastados quando eu os alcancei. Nenhum deles notou quando cheguei. Era como se a preocupação da Livy
Eu poderia encarar o rosto cafajeste do Heric, que ainda estava sentado em seu sofá confortável, provavelmente assistindo a uma cena que considerava divertida. Eu poderia olhar para todas aquelas pessoas que olhava para nós dois como animais selvagens, brigando por um pedaço de carne apetitosa. Mas não, eu não conseguia tirar meus olhos da expressão de culpa no rosto do Hardin Holloway. Foi assim que percebi que nunca estive enganada. Ah, como isso doia tanto. Eu não fazia ideia de que sentiria tantas emoções ruins enquanto olhava para ele. – Então é verdade... – Fechei meus olhos, tentando absorver aquela dor tão intensa. – Eu torci tanto para que fosse mentira. Quando eu descobri... Hardin, eu nunca pensei que te odiaria como agora. – Espera... Eu posso te explicar? Por favor, vamos conversar lá fora. Todas essas pessoas não tem que saber o que fiz com você! Eu ergui meu queixo, mas não por soberba. Haviam lágrimas que queriam me deixar, e eu não já não podia permitir que fossem
Eu fechei a porta do quarto, batendo ela com toda a minha raiva contida. Eu me recostei naquela madeira, e senti a saia ser rasgada, tanto quanto a minha garganta quando eu gritei de dor. Eu quis tanto, tanto que fosse tudo mentira. Eu desejei por tantas noites que o Hardin negasse... Eu abracei as minhas pernas e fechei os olhos, enquanto tentava manter alguma calma para não acordar minha filha no quarto ao lado, depois de todo o show que havia feito. Eu escutava os toques na porta, que logo se tornaram batidas, e depois se tornaram chutes violentos. Eu tentei absorver aqueles impactos, como eu sentia cada apunhalada no peito, mas foi tão inútil. Toda vez que ele batia, eu sentia uma dor irradiando por todo o meu corpo. – Livy? Abre a porta! Droga... Nós temos que conversar. Abre isso! Abre! Abre! Abre agora, ou eu vou arrombar essa droga de porta a baixo!Eu conseguia ouvir as respirações, as fungadas, o choro. Eu conseguia ouvir o sofrimento dele. Então, eu me levantei daquele c
Eu mal tinha forças para descer as escadas daquele palco. A última arma apresentada, e já havia tantos compradores. Eu ainda não conseguia entender o tamanho do estrago que Daren havia feito na empresa, mas isso, com certeza consertaria os pronlemas maiores. Um homem me ajudou, segurando em uma das minhas mãos. Eu sempre recebia um carinho estranho, do qual, nunca me acostumaria, mas eu não estava sequer olhando para aquilo. O meu corpo estava presente, mas a minha alma, havia ido para qualquer lugar que o Hardin estivesse. Eu estava me sentindo dilacerada por dentro, e a cada passo que dava, um pedaço de mim se desprendia um pouco mais. Era doloroso. Eu ainda conseguia ver os olhos dele, bem na minha frente. A forma como ele parecia não saber... A minha mente acumulou aquele olhar de desespero dele, e eu me enchi de paranoia. Se talvez ele não soubesse? Não... Hardin sempre guardou um segredo. Ele confessou que mentiu. Como poderia não ser isso? O que mais ele não havia me dito? A
A viagem de avião me deixou completamente esgotada. Eliot me perseguia, falando sobre números que eu não queria saber. Eu havia chegado no dia anterior, que ainda não consegui dormir. Perseguir o Hardin Holloway havia se tornado o meu novo passa tempo, mas só seria divertido se eu conseguisse encontra-lo. Me sentei na mesa, e esfreguei os dedos no meu cabelo solto. Eu estava exausta. – Por favor, vamos deixar isso para amanhã! Eliot me encarou, procurou as respostas no meu rosto, mas eles não respondiam nada. Nem mesmo eu responderia, por que não saberia o que dizer. – Esta tudo bem? Aconteceu algo? – Eu estou bem. Por favor, só me deixe sozinha. Ele segurou nas minhas mãos, e era delicado, mas eu ainda me sentia estranha com um toque como o dele. – Eu estou aqui se quiser conversar. Sempre que quiser desabafar... Eu vou estar aqui com você. Eu só balancei a cabeça. Peguei o meu telefone e liguei para a cozinha. – Por favor, diga à Maila que traga um café bem forte. Eu já não pr
Eu estava um caos enquanto tocava a campainha daquela mansão enorme. Ela parecia tão vazia quanto o apartamento. Mas de alguma maneira, eu podia sentir que ele estava ali. Eu precisava insistir que estivesse, por que estava cansada de revirar a cidade atrás dele. Talvez Hardin estivesse em alguma ilha paradisíaca, com alguma mulher, ou talvez estivesse enlouquecendo dentro da própria casa. Qualquer possibilidade me parecia tão assustadora que eu mal conseguia respirar. Eu dei a volta na casa, olhando as janelas. Não havia funcionários, ou carros estacionados em frente a casa. Simplesmente não havia nada. Mas eu nunca a tinha visto vazia antes. Então, eu procurei por alguma janela aberta. Qualquer fresta foi o bastante parar fazer escalar a parede e entrar de cabeça. Eu sentia medo de ficar presa, e a minha mente criava a ideia de que a polícia chegaria e me flagraria naquela posição. Eu seria presa r colocada em uma cela para sofrer. Eu não queria isso, mas não desistiria de entrar
Minha bolsa escorregou das mãos. Eu estava tão chocada, que nem conseguia me mover. Meu coração batia como um louco, e eu sentia que estava prestes a morrer. Eu sei que a paranoia havia dominado a minha mente, mas nem de longe, eu conseguiria pensar que veria aquela cena grotesca diante dos meus olhos. O meu mundo inteiro girou. Eu estava caindo de cima de uma torre de cartas, onde o Hardin havia me colocado da forma mais fantasiosa, e me aprisionado ali. – Hardin? – Eu repeti. Podia ver os olhos da Maila vermelhos, devido ao esforço. Aposto que sequer dormiram a noite. Minhas mãos tremiam apenas em pensar em tudo que ele havia feito com ela. Respirei fundo, e andei mais um passo, e outro. “ Um de cada vez, Livy”, eu pensava, enquanto minhas mãos tremulas alcançavam as mãos do Hardin Holloway. Eu agarrei aquela faca suja das mãos dele, e aquele homem sequer olhou para mim. Hardin não reagiu a qualquer movimento. Eu segurei o objeto, e vi como os olhos da Maila aumentaram de tamanho