Eu fechei a porta do quarto, batendo ela com toda a minha raiva contida. Eu me recostei naquela madeira, e senti a saia ser rasgada, tanto quanto a minha garganta quando eu gritei de dor. Eu quis tanto, tanto que fosse tudo mentira. Eu desejei por tantas noites que o Hardin negasse... Eu abracei as minhas pernas e fechei os olhos, enquanto tentava manter alguma calma para não acordar minha filha no quarto ao lado, depois de todo o show que havia feito. Eu escutava os toques na porta, que logo se tornaram batidas, e depois se tornaram chutes violentos. Eu tentei absorver aqueles impactos, como eu sentia cada apunhalada no peito, mas foi tão inútil. Toda vez que ele batia, eu sentia uma dor irradiando por todo o meu corpo. – Livy? Abre a porta! Droga... Nós temos que conversar. Abre isso! Abre! Abre! Abre agora, ou eu vou arrombar essa droga de porta a baixo!Eu conseguia ouvir as respirações, as fungadas, o choro. Eu conseguia ouvir o sofrimento dele. Então, eu me levantei daquele c
Eu mal tinha forças para descer as escadas daquele palco. A última arma apresentada, e já havia tantos compradores. Eu ainda não conseguia entender o tamanho do estrago que Daren havia feito na empresa, mas isso, com certeza consertaria os pronlemas maiores. Um homem me ajudou, segurando em uma das minhas mãos. Eu sempre recebia um carinho estranho, do qual, nunca me acostumaria, mas eu não estava sequer olhando para aquilo. O meu corpo estava presente, mas a minha alma, havia ido para qualquer lugar que o Hardin estivesse. Eu estava me sentindo dilacerada por dentro, e a cada passo que dava, um pedaço de mim se desprendia um pouco mais. Era doloroso. Eu ainda conseguia ver os olhos dele, bem na minha frente. A forma como ele parecia não saber... A minha mente acumulou aquele olhar de desespero dele, e eu me enchi de paranoia. Se talvez ele não soubesse? Não... Hardin sempre guardou um segredo. Ele confessou que mentiu. Como poderia não ser isso? O que mais ele não havia me dito? A
A viagem de avião me deixou completamente esgotada. Eliot me perseguia, falando sobre números que eu não queria saber. Eu havia chegado no dia anterior, que ainda não consegui dormir. Perseguir o Hardin Holloway havia se tornado o meu novo passa tempo, mas só seria divertido se eu conseguisse encontra-lo. Me sentei na mesa, e esfreguei os dedos no meu cabelo solto. Eu estava exausta. – Por favor, vamos deixar isso para amanhã! Eliot me encarou, procurou as respostas no meu rosto, mas eles não respondiam nada. Nem mesmo eu responderia, por que não saberia o que dizer. – Esta tudo bem? Aconteceu algo? – Eu estou bem. Por favor, só me deixe sozinha. Ele segurou nas minhas mãos, e era delicado, mas eu ainda me sentia estranha com um toque como o dele. – Eu estou aqui se quiser conversar. Sempre que quiser desabafar... Eu vou estar aqui com você. Eu só balancei a cabeça. Peguei o meu telefone e liguei para a cozinha. – Por favor, diga à Maila que traga um café bem forte. Eu já não pr
Eu estava um caos enquanto tocava a campainha daquela mansão enorme. Ela parecia tão vazia quanto o apartamento. Mas de alguma maneira, eu podia sentir que ele estava ali. Eu precisava insistir que estivesse, por que estava cansada de revirar a cidade atrás dele. Talvez Hardin estivesse em alguma ilha paradisíaca, com alguma mulher, ou talvez estivesse enlouquecendo dentro da própria casa. Qualquer possibilidade me parecia tão assustadora que eu mal conseguia respirar. Eu dei a volta na casa, olhando as janelas. Não havia funcionários, ou carros estacionados em frente a casa. Simplesmente não havia nada. Mas eu nunca a tinha visto vazia antes. Então, eu procurei por alguma janela aberta. Qualquer fresta foi o bastante parar fazer escalar a parede e entrar de cabeça. Eu sentia medo de ficar presa, e a minha mente criava a ideia de que a polícia chegaria e me flagraria naquela posição. Eu seria presa r colocada em uma cela para sofrer. Eu não queria isso, mas não desistiria de entrar
Minha bolsa escorregou das mãos. Eu estava tão chocada, que nem conseguia me mover. Meu coração batia como um louco, e eu sentia que estava prestes a morrer. Eu sei que a paranoia havia dominado a minha mente, mas nem de longe, eu conseguiria pensar que veria aquela cena grotesca diante dos meus olhos. O meu mundo inteiro girou. Eu estava caindo de cima de uma torre de cartas, onde o Hardin havia me colocado da forma mais fantasiosa, e me aprisionado ali. – Hardin? – Eu repeti. Podia ver os olhos da Maila vermelhos, devido ao esforço. Aposto que sequer dormiram a noite. Minhas mãos tremiam apenas em pensar em tudo que ele havia feito com ela. Respirei fundo, e andei mais um passo, e outro. “ Um de cada vez, Livy”, eu pensava, enquanto minhas mãos tremulas alcançavam as mãos do Hardin Holloway. Eu agarrei aquela faca suja das mãos dele, e aquele homem sequer olhou para mim. Hardin não reagiu a qualquer movimento. Eu segurei o objeto, e vi como os olhos da Maila aumentaram de tamanho
Hardin me encarou como se eu acabasse com cada um dos sentimentos dele. Ver Maila partir parecia um pesadelo para ele. Talvez eu devesse tê-lo deixado ter sua vingança, e acabar preso para o resto da vida. Talvez assim, ele não me olhasse como se eu fosse o pior que já aconteceu em toda a vida dele. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, aquele homem entrou no banheiro e fechou sua porta com força. Talvez eu não pudesse aplacar aquele sentimento de dor no Hardin, mas podia impedir que ele sofresse em uma cela no futuro. Respirei fundo, sequei as minhas lágrimas, e tentei contestar meus sentimentos de dor. Olhei no espelho pela ultima vez e vi meu característica rosto avermelhado. Não, o ódio não era algo que eu conseguiria esconder. Ao menos, não por isso ela. Soltei o ar preso nos meus pulmões, e me virei para sair do quarto. Eu escutava os sons da água daquele chuveiro caindo, enquanto eu saia do quarto. Aquilo me dava alguma esperança de que ele se recuperaria em algum momen
– Boa sorte? – Maila cuspiu as palavras. – Volte aqui! Acha que eu não teria coragem? Eu vou sair dessa maldita casa e vou ligar para a policia agora mesmo. Sua desgraçada, ridícula.Eu estava andando em direção a escada, mas parei os meus passos. Eu estava paralisada no tempo, e mesmo assim, fui capaz de sorrir. Sempre que me sentia mal tratada, lembrava do meu pai. Ele ainda está dentro da minha cabeça, mesmo agora, mesmo quando eu não sabia quem ele realmente era para mim. Me virei, com aquele mesmo sorriso estampado no rosto. – Faça o que quiser. Ligue para a policia. – Andei até o telefone ao lado, o peguei e caminhei com as mãos estendidas, até que Maila pudesse pega-lo. – Tome! Ligue agora mesmo. O que foi? Esqueceu do número? Não tem problema, eu coloco para você! – Digitei os três números e entreguei para ela. Aquele olhar confuso pareceu o melhor da noite, e eu amei ver cada gesto de confusão no rosto dela. – acha que eu não vou ter coragem? Eu vou! – Ela apertou o botão,
Tudo no meu corpo implorava que eu me levantasse daquele banheiro, corresse para fora e impedisse aquela mulher de ser cruel mais uma vez. Tudo dizia que eu deveria acabar com ela para sempre, e eu me sentia descontrolado. Que droga eu fiz com a minha vida? Eu ainda me lembrava de não ter recebido qualquer tipo de visitas durante a faculdade, e em um dia qualquer, fui chamado a uma sala fechada e sombria. Eu sabia que algo estava prestes a acontecer quando abri aquela porta, e o senhor Holloway estava sentado em uma cadeira comum, me encarando com a mesma rigidez de sempre. Eu deveria saber quando ele abriu a boca e disse que havia uma noiva me esperando em casa... Eu não deveria ter brigado, ou relutado. Eu poderia ter aceitado o meu destino. Se eu fosse inteligente, teria dito que sim, mas eu era um imbecil, e estava prestes a começar meu próprio negócio. Ser deserdado naquele dia pareceu uma piada de mau gosto, mas não me importava. Eu já pretendia abandonar tudo e crescer por mi