Sentada na varanda da minha casa, eu observava Hardin brincando com um bebê. O meu bebê... Nosso... Eu ainda precisava me acostumar em dividi-la. Tudo parecia tão certo, mas também, havia um certo misterio no ar. De alguma maneira, eu sentia que haviam segredos entre nós dois, especialmente por que Hardin sempre começava a me beijar quando eu tocava no assunto. Eu acenei para ele quando finalmente me notou o observando. Ainda havia uma notória dúvida que pairava na mente dele: Eu o observava por que o amava intensamente, ou eu estava olhando para ele por que achava que ele poderia surtar novamente? Bom, a resposta era bastante complexa, se querem saber. Juan se levantou pouco depois das oito da manhã, e tocando nos meus ombros, ele beijou minha testa, ao se curvar sobre o meu corpo. Hardin já não podia parar de olhar para nós dois. Eu sei, ele podia estar com ciúmes, mas tinha que aceitar o meu amigo. Eu e Hardin nunca seriamos irmãos, mas eu e o Juan... Nós éramos almas destinadas a
A visão dela estava embaçada, e Livy Clarke não falava muitas coisas coerentes naquele momento. Eu a encarei, batendo a minha mão contra seu rosto. Era o mais delicado que conseguia, mas Juan ainda me olhava como se eu a estivesse espancando. Tudo bem, eu acho que merecia isso dele. – Amor? Acorde... Livy? – a cabeça dela estava no meu rosto, e eu sei que ela adoraria estar acordada para ver como a Maive havia se sentado em sua barriga e a sacudido, tentando a todo custo acordar a mãe. – O que aconteceu? – Os olhos da Livy abriram aos poucos. Seu semblante atordoado. Ela passou as mãos pela testa, afastando os fios insistentes que se espalharam pelo seu rosto lindo. – Você desmaiou depois da carta. – Juan revelou, agarrando a Maive entre seus braços. Ele tentava acalmar a menina que só queria ficar perto de sua mãe. – Despois da carta? – Livy tentava resgatar na memória. – Não! – Um grito. – Não! Não! Não! Ele não pode fazer isso. Se ele fizer, eu juro que vou morrer. Não, Hardin,
Eu estava confiante. Tinha os melhores advogados do mundo, caminhando logo atrás de mim. Tinha o meu marido segurando na minha mão, me dando força e proteção. Eu tinha a minha filha segura, em casa, sendo cuidada pelo meu melhor amigo. Eu estava prestes a ter uma conversa muito difícil, e os meus advogados estavam prontos para garantir que tudo fosse adequado, e dentro da lei. Daren queria um acordo? Ele teria. Daren queria dinheiro? Ele teria o quanto quisesse, com tanto que deixasse a minha filha em paz. Eu sabia que ele fazia aquilo apenas para me obrigar a dar muito dinheiro. Sempre foi sobre isso. Ele nunca realmente se importou com o bebê. Mas eu provaria isso ao juiz que fosse necessário. Entrei no cômodo, onde varias pessoas estavam trabalhando tão alinhadas como nunca haviam feito antes. Levantaram a cabeça e me olharam de um jeito muito estranho quando me aproximei. – O que está acontecendo? Nenhuma resposta. Eu esperei por alguém corajoso o bastante para se levantar e
Foi preciso que eu retirasse meu terno e cobrisse seu rosto para sairmos do prédio. Tudo era um inferno, e deveríamos saber que este lugar precisava de uma garagem subterrânea com urgência. Os passos da minha esposa eram lentos e vacilantes. Vendo o Daren no meio da multidão, sorrindo, eu senti o desejo de andar até ele e soca-lo. Ele sabia bem que aquela criança não era dele, mas também sabia que eu não desejava dizer a verdade. Isso a destruiria ainda mais rápido, e era exatamente o que Daren desejava. Tanto tempo de humilhações, e ele planejou sua vingança muito bem. Livy Clarke olhou nos olhos do imbecil, e eu podia sentir, pela forma como suas pequenas mãos me apertavam, que ela estava sofrendo tanto... Eu praguejei. Droga, isso era tudo culpa minha. “Lembre do que o advogado disse. Lembre...” eu repetia varias vezes, tentando me convencer de que não deveria acabar com ele ali, e dar a manchete que ele finalmente merecia. – O que a senhora tem a dizer sobre as alegações de tra
Eu olhava para o Hardin, esperando que aqueles lábios voltassem a se mover. Meus olhos ainda passavam as imagens do passado. Foram tantas lembranças bobas, que eu nunca havia dado importância, até aquele momento terrível. Meus olhos antecipavam a desgraça, e eu me sentia sufocando. Era como se o Hardin acorrentasse os meus pés e me jogasse dentro do lado. Eu estava morrendo, e nada podia fazer a respeito. Esperar pela verdade? Eu não sei se desejava a verdade naquele momento. Eu só precisava cuidar da minha filha. Eu só queria pensar na minha filha. De que me ajudaria saber de alguma verdade, além de ter outra preocupação acabando comigo? Eu já tinha mal estar matinal o bastante desde que esse estresse começou a atormentar a minha vida.Eu me levantei, retirando o meu corpo tremulo dos braços do amor da minha vida. Não por que deixei de ama-lo, ou por que sentia raiva, mas por que tinha medo. Eu não queria sentir raiva dele agora. Eu não queria sentir nada além do desespero e da preo
– Livy... Pare de se torturar... Por favor, vamos... –Eu escutava aquela voz amigável de longe, mas tudo que conseguia sentir era a minha angústia devastadora. Olhei para o lado e vi a minha filha dormindo na minha cama. Ela tinha o rosto mais angelical do mundo, e aquela poderia ser a última vez que eu a veria por algum tempo. Meus lábios estavam quase brancos, ressecados. Eu parecia quase a mesma Livy Clarke de antes. Havia um cabelo bagunçado, as roupas do meu marido presas ao meu corpo e dentes sem escovar. Talvez eu tenha perdido algum peso, já que não conseguia comer a algum tempo. Segurei o controle da televisão e aumentei o volume. – Por favor, Juan. Me deixa. Você não tem um encontro para ir, ou algo assim? Ele me encarou, colocou as mãos na cintura. – Por que você está agindo assim? Você não é esse tipo de pessoa. Você não é cruel. Você não fala essas cretinices. Eu senti meus olhos ardendo como fogo. Levei minhas mãos ao rosto e as cobri. Ok, eu podia não ser cruel, m
Mais uma garfada. Eu estava começando a ficar enjoado. Sem apetite, eu observava aquela refeição na minha frente, enquanto olhava para a porta de entrada mais uma vez. Arranquei o guardanapo e limpei minha boca, depois olhei para o relógio grafite no meu pulso e fiquei irritado. Uma hora e meia havia se passado, e eu ainda esperava por ele, como um Imbecil. Um talão de cheques no bolso, e muita conversa. Era assim que eu pretendia salvar a minha mulher, como ela me salvou um dia. Poder, era o que nós tínhamos. Nós comprávamos pessoas, e eu tinha todo o dinheiro do mundo. Eu tinha a minha empresa se ele desejasse. Tudo... Tudo menos Livy na prisão. Eu odiava a ideia disso, e pensar que alguém a jogaria numa cela escura, bem longe de mim, era o pensamento mais recorrente, e que não me deixava fechar os olhos a noite. Encarei a porta mais uma vez. Ainda nada... Eu estava resmungando sozinho. Irritado... maldito Imbecil, por que não veio? Para que todo esse show, se pode ter o que quise
Hardin... Livy Clarke correu na minha direção. Eu podia sentir o cheiro gostoso do seu corpo de qualquer lugar. Sorri para ela, mas o meu humor estava péssimo! Não importava o que havia acontecido naquele jantar, Daren podia não estar mentindo sobre isso. Eu a segurei no meu colo, tocando nas nádegas quando a levantei no ar. Aquela mulher era tão doce, e quando me beijou, senti que uma parte do meu dia ruim desapareceu. O gosto levemente amargo de sua boca, parecia misturado a algum tipo de álcool que não parava de exalar. Eu desci o meu beijo até o seu pescoço, e a pressionei, enquanto ela ainda estava sentada na bancada da nossa cozinha.Um jogo de panelas caiu no chão, e eu comecei a praguejar palavras inaudíveis. – Vai acordar todo mundo...Livy Clarke riu muito alto. – Nãaao! Não vai!Eu me afastei um pouco. – Você está bêbada? – Não? – Livy mordeu a ponta do dedo, e sorriu. – Talvez um pouquinho? – Os dedos gesticulavam a quantidade em que havia bebido, mas ninguém acabava n