– O que você fez com ela? – Juan levou as mãos até a boca e depois as cobriu. Eu só tinha olhos para a minha Livy, não precisava de um idiota me questionando sobre o que aconteceu. – Livy? Acorda! Livy? – Eu tentava não fazer movimentos muito bruscos, mas quando ela se mexeu, eu me desesperei. – Amor? Amor? – Uma angústia começava a substituir todos os sentimentos ruins que eu sentia. – Livy? – Fique bem longe dela! – Juan se lançou nas escadas. E aquelas roupas? Ah, elas não importavam. – Chamem a ambulância! – Eu gritei. Uma das funcionárias se virou e saiu correndo, em direção a algum telefone fixado na parede da minha sala. – Vou já, senhor! Juan arrancou as minhas mãos dela. Eu estava tentando me manter o mais paciente que podia. Tinha prometido a Livy que nunca mais tocaria nele. Mas nesse momento não conseguia pensar em nada além de socar a cara dele na escada. Me levantei e a peguei no colo. – Solta ela, seu idiota. Não sabe que não pode move-la! Eu o encarei. – Você n
Meus olhos jamais seriam capazes de expressar o quanto eu estava em desespero dentro de mim. Meu corpo parecia uma prisão. Um inferno. Eu sentia vontade de arrancar a minha pele e correr. Correr para bem longe. O mais distante que eu pudesse. Olhei para aquela médica sem acreditar no que ela falava. As palavras pareciam confusas e loucas. – O que disse? A minha mulher está gravida. Sem jeito, ela ajeitou seu oculos que escorregava pelo nariz. Me encarou com pesar, e eu soube que as notícias não eram boas. – Oh, vejo que o senhor não sabia ainda. Talvez ela estivesse esperando por um momento especial... – A mulher sibilou. – Bom, a gravidez não foi planejada. Vamos torcer para que ela nem mesmo soubesse. – O que aconteceu? O bebê se foi? – Os meus olhos se encheram de lagrimas quando disse aquelas palavras dolorosas. Eu não podia acreditar que estava passando por aquele pesadelo. Talvez eu merecesse um castigo assim. Mas Livy? Livy Clarke foi um anjo que caiu na minha vida por acide
Juan jogou seu corpo para trás. So mais dois passos para bem longe de mim, e estava fora de perigo. Eu estava por um fio de quebrar a minha promessa. Os olhos dele se encheram mais de lagrimas. O branco foi preenchido pela vermelhidão, e ele me olhou com todo o ódio que eu sabia que existia a muito tempo. – Você quer me culpar pelas coisas que fez. Mas deixa eu te dizer uma coisa! Ela esta a infeliz. Ela queria te deixar. Aquilo me atingiu como um soco, e não importou o quão fraco Juan fosse. – Me deixar? – Sussurrei. – Ela te disse isso? Um leve sorriso vindo dele. Eu não precisava de respostas. – O que acha? Minh cabeça tombou para baixo. Eu podia acreditar nele? A minha Livy não estava feliz ao meu lado? Provavelmente, ter dito sobre como eu havia mentido para ela não fosse de alguma ajuda. Eu estava em uma angústia sem fim. O encarei – Quando ela te disse? – Eu não tenho que dar explicações. Agora eu sei... Ela estava sentindo isso. – Você está jogando a culpa para mim novam
Hardin... Eu não podia mais disfarçar meu semblante de angústia. O que estava acontecendo com a minha mulher? E por que ela ainda me olhava como se eu fosse tudo que ela tinha no mundo, mesmo depois do que eu a ouvi falar com seu melhor amigo? Eu sabia que não havia mais admiração. E eu a magoei, e abandonei nos piores momentos, e por mais que ela se sentisse culpada por me julgar também, sabia que eu havia sido um crápula desde o princípio. Olhei para a médica que segurava sua prancheta na mão. Ele também parecia surpreso com o que estava acontecendo ali. Livy falava como se ainda pertencesse ao passado. A cabeça... Livy bateu a cabeça. E se ela ficar assim para sempre? Não, eu não suportaria isso. Seria o meu castigo mais cruel. – O que está acontecendo com ela? Por que está falando desse jeito. Ela me encarou. – Cirurgias neurológicas podem deixar os pacientes muito confusos. Preciso fazer mais alguns exames. Será que poderiam... – Ela indicou a saída. Eu andei primeiro. Não s
Livy Clarke. Me levantei da cama de hospital, praticamente saltando sobre ela. Eu estava atrasada para o trabalho. O senhor Hardin provavelmente acabaria ficando com raiva de mim. Eu não estava pretendendo ser demitida. Eu precisava desse dinheiro, e agora, sem um bebê, não tinha mais nada no mundo. Nada pelo que lutar, ou pelo que sentir vontade de acordar no dia seguinte. Mas eu sabia que havia errado com ele, e não podia acontecer mais uma vez. Juan estava deitado em uma cadeira, logo a minha frente, então, fiquei a ponta dos pés e caminhei devagar. As roupas do hospital não serviam para cobrir o meu corpo completamente. Eu sentia o meu coração acelerado, ao fugir do hospital. Talvez fosse um misto de confusão, talvez eu soubesse que estava fazendo besteira. Mas, por dois minutos, e ele me colocaria para fora outra vez. Quando cheguei na rua, as pessoas me olharam. Eu nunca tinha chamado atenção assim antes, mas aposto que a roupa de hospital fazia com que eu parecesse uma lo
HardinA luz acendeu. Eu estava perigosamente perto dela. Eu podia sentir a respiração se aproximando de mim, e aquele olhar inocente e confuso. Meus olhos desviaram para baixo, e o que era uma tentativa de fuga, se tornou um misto de atração e ciúmes. – Veio até aqui vestindo isso. Livy abriu os braços, analisou a própria roupa. – Tenho algumas peças guardadas aqui! Sinto muito. Droga... Não, ela não tinha roupas aqui. Eu me livrei delas a muito tempo. Por que não pensei nisso antes. Eu podia continuar olhando para aquela mulher com a camisola branca de hospital. Eu me sentia um tarado, louco por uma mulher doida que fugiu. – Quer dizer que veio até assim? As pessoas te viram desse jeito. Ela me encarou como se não pudesse entender. E eu pensando que ela estava esquecida, mas aparentemente, também enlouqueceu. – Não havia tempo para me trocar. Eles teriam notado que eu fugi. Apertei aqueles botões de volta. – Ok... – Eu estava sério, e para falar a verdade, muito puto. Como ela
Hardin Já havia anoitecido quando o meu telefone tocou. Eu olhei para a tela e li o nome do Juan gravado nela. Pensei em não atender. Eu estava tão puto naquele momento. Mas não adiantava evitar falar com ele agora. – Alo? – Minha voz era fria. Eu não estava com paciência para as lamentações dele. – Eu não sei como começar. Eu estava cuidando dela... – De quem?– Oh droga... Eu esperava que ela estivesse com você. Procurei o dia inteiro. – Procurou pela Livy e não pensou em comunicar que ela poderia estar desaparecida? – Desculpe... Eu já estou me sentindo culpado o suficiente. Queria resolver as coisas sozinho. – A voz dele começou a diminuir em volume. Seu tom baixo foi substituído por choro. Exalei a minha impaciência, enquanto olhava para a Livy, usando uma de suas merdas de camisolas sensuais, brincando com a minha filha. Eu não tinha nada mais a fazer, a não ser babar por ela, distante. E estar distante era uma tortura. – Ela está comigo! – O que? – Juan gritou. Agora, e
Livy– Livy... – Juan correu até mim. – Eu estava morto de preocupação com você. Aonde você se meteu, garota! – Eu tinha que ir trabalhar. Não quis acordar você. – Ele estava me abraçando, mas eu não conseguia desgrudar os olhos do meu chefe. Ele estava tão estranho, e eu podia jurar que estava prestes a me beijar. Por que ele tentaria fazer isso? – Você está bem? – Ela esta bem! – Hardin disse. Ele tinha enfiados as mãos nos bolsos e estava nos encarando com um semblante tão sério. Aquilo sim não pareceu estranho. – Desculpe. O Juan já está indo embora. – Ótimo. Eu vou colocar você na cama, Livy... Eu arregalei os meus olhos. Podia sentir o nó descendo quadrado pela minha garganta. Eu olhei para o Juan, e ele tinha uma expressão comum, como se a frase dita só fosse maldosa na minha cabeça. Por que eles se comportavam como se eu fosse a única estranha? – Nós nos falamos amanhã? – Eu disse para o Juan. Ele desviou os olhos para o meu chefe, e eu soube naquele instante que se o