Armações

Antony

Assim que chegamos em casa, Daniel abre a porta do carro com um movimento brusco. Ele caminha apressado, as passadas largas ecoando na calçada, até desaparecer dentro da casa.

Merda! Ele não deveria estar passando por isso. Amar é uma droga!

Os meus lábios tremem, e sinto a visão turvar. Memórias antigas emergem, trazendo de volta um peso que pensei ter enterrado. Pego minha melhor garrafa de uísque e despejo uma dose generosa no copo. Sento no sofá, o silêncio da sala me envolvendo como um manto pesado.

Eu sei exatamente como Daniel se sente. Já vivi essa dor na pele. A lembrança da minha mãe, que nunca mais quis olhar na minha cara, me corrói. O dia em que precisei deixar a mulher que amava ainda é uma ferida aberta.

Tiro a carteira do bolso, e ali está ela: a foto de Moira. O tempo amarelou os cantos do papel, mas não apagou as lembranças. Passo os olhos pela imagem, uma cena que conheço de cor. Ela está sentada num balanço de parque decadente, os cabelos negros reluzindo so
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