CameronNão faço ideia de como cheguei em casa.Acordo cinco da manhã depois de um sonho onde o velho Rodrigues me repreende.Você disse que se casaria com minha filha e está deixando ela viver assim? Você não é nada do que eu esperava.Suas palavras reverberam na minha cabeça.Nem vejo o momento em que saio do meu apartamento com a chave que Alexandre me deu e entro no dela. Só percebo que carreguei meu lençol depois que me deito no sofá. É bem provável que ainda esteja bêbado.Quando ela acordar conversamos. O mundo ainda está girando.Fecho os olhos e parece passar poucos segundos quando sinto algo cair sobre mim. O peso cai e some com uma rapidez incrível.― Quem é você? ― uma voz melodiosa e sonolenta pergunta. Conheço essa voz.― Cameron ― respondo simplesmente. Uma dor de cabeça infernal faz parecer que meus miolos vão explodir.Puxo o lençol e me revelo. Dando de cara com a arma apontada na minha cara. A arma nem é o que mais chama a minha atenção. Meus olhos estão vidrados no
CameronAssim como hoje, aquele dia amanheceu chuvoso. E naquela noite morreu o primeiro Rodrigues. Eu fiz uma promessa a ele. E por isso estou aqui enfrentando a fera de olhos negros.― Meu Deus, cara, você não tem vida?Por falar nela...Estou sentado no seu sofá, tomando o café que acabei de fazer. Sim, eu não cumpri aquele trato de só usar as chaves em casos de emergência. Ou talvez vê-la seminua todas as manhãs seja uma emergência.― Tem um mundo lá fora. Vai se divertir. Eu sei fazer meu próprio café.― Acho que ainda não olhou pela janela ― digo me referindo a chuva forte que cai lá fora.Ela passa por mim e vai até a cafeteira.― O que? Tem medo de molhar e derreter? É feito de açúcar, por acaso?― Pode lamber para saber ― provoco.Sei que ela está mais irritada que o comum por esse tempo lembrar que perdeu alguém tão importante em sua vida. A morena pode ser uma onça em seu trabalho e talvez até em sua vida pessoal, mas é uma onça sensível.― Engraçadinho. Eu vou apontar uma
AmandaEstou muito ferrada. Meu corpo está começando a me dar sinais de que logo vai tomar o controle e mandar minha mente se foder.Tudo culpa desse ruivo.Se Cameron não fosse tão transparente. Se eu não pudesse sentir que ele sente mais que desejo... Inferno. Eu não posso me envolver. E o que disse a ele naquela manhã foi um aviso a mim. Claro que não conseguiria só uma noite com ele, não com tudo que quero fazer com aquele corpo perfeito.Eu percebo o jeito como ele olha o idiota que está massageando os meus ombros. Ele exala... ciúmes.Penso em dar uma chance ao idiota, só de pirraça, mas desisto. Isso é coisa de criança. Adultos não resolvem as coisas com pirraça. Sem contar que já transei com ele alguns anos atrás. E não foi lá essas coisas.Chateada por não conseguir parar de pensar no ruivo, me despeço dos meus amigos e ele me leva de volta ao meu apartamento.Só que não consigo dormir. Não consigo assistir, ler, nada. Estou excitada demais. Ruivo maldito!Entro no contato de
AmandaDurante todo o dia, não sai de casa.Ver meu segurança está fora de cogitação. Estou me sentindo a menina apaixonada que confessou seus sentimentos ao colega mais popular da escola.Nesse momento não é do meu pai que sinto falta, é da minha mãe. Queria colocar minha cabeça no colo da senhora Rodrigues e ouvir ela me dizendo que vai ficar tudo bem, que não tem problema me apaixonar outra vez.Droga! Droga! Droga! Eu estou apaixonada pelo meu segurança. De novo. Sem nem mesmo provar dele.Já chega de negar o óbvio.Meu coração não se importa com meu medo de reviver a tragédia do meu primeiro amor. Ele se entregou e que se dane. Maldito coração. Maldita boceta assanhada!Acho que é madrugada.Desperto com algo estranho.Sinto dedos acariciando meu rosto, a pele do meu pescoço, descendo perigosamente pelos meus seios nus. Não abro os olhos, quero sentir mais. E se eu abrir ele pode parar. Sei exatamente quem é.Seus dedos descem por entre meus seios. Me seguro para não reclamar por
AmandaAcordei sozinha na cama. E fui logo procurando indícios de que não foi um sonho. O que não demorou a aparecer. A prova de que realmente aconteceu entra pela porta do meu quarto sem camisa, só de bermuda.― Achei que ia precisar jogar água para te acordar, morena. Está com fome? Fiz panquecas. ― Antes que eu responda, ele começa a sair, mas se vira com um sorrisinho sacana. ― Ah pode vir só de calcinha. A visão vai deixar meu dia melhor.― Idiota! ― resmungo.Cameron sai do quarto rindo.Não vou só de calcinha, jogo um camisetão no meu corpo. Cara mais atrevido.Eu devia ter transado com ele e chutado da minha cama.Como se isso fosse o impedir de invadir minha casa e fazer panquecas. Tenho é que trocar a fechadura. Cara folgado.Quando chego na cozinha o encontro colocando as coisas na mesa. Um belo e recheado café da manhã.Mas só tem um copo.Levanto a sobrancelha.― Não vai tomar café também?― Tenho um compromisso agora. Fiz para você.― Compromisso? E se eu precisasse do m
CameronFaz quase uma hora que acordei, e não consigo sair dessa cama. Essa morena me hipnotiza. Acho que não consigo parar de olhar seu rosto.― Vai estragar se olhar demais. ― Ela diz sem abrir os olhos.Sigo o movimentos dos seus lábios como uma presa hipnotizada por uma serpente. Minha cabeça se curva e beijo seus lábios.― Impossível parar. Essa morena é linda demais, gostosa demais, foda demais.― Essa morena iria preferir que o ruivo estivesse entre suas pernas com essa língua fazendo o que faz de melhor.― Ah, esqueci de dizer insaciável demais. ― Sorrio descendo os meus lábios pelo seu corpo. Faz tempo que descobri uma verdadeira tara por seus seios, desde o primeiro dia que a vi. Sua bocetinha vai ter que esperar um pouco. Preciso dar atenção a eles.― Planos para hoje? ― pergunto sentado na cama. Estou com uma toalha enrolada na cintura enquanto observo Amanda nua escolhendo algo no guarda-roupa. Começamos o dia com um gostoso sexo matinal e um banho.― Pensei em tomarmos ca
AmandaVoltamos para casa na segunda-feira. Foi um fim de semana gostoso. Não me sinto tão bem assim há anos. Esse tempo todo eu achei que era uma mulher livre não me envolvendo com ninguém, mas estar com Cameron me mostrou que eu só tinha medo de amar. Não quero mais esse bloqueio. Sou uma Rodrigues, não devo temer nada. Tudo que preciso fazer é não engravidar e ficaremos bem.Por isso...― Dorme aqui comigo ― peço enquanto Cameron inspeciona meu apartamento antes de ir para o próprio.Ele fica lindo com arma na mão, esquadrinhando cada canto como se pudesse ter um inimigo no imóvel.Cameron me olha enquanto guarda a arma.― Claro. Eu vou tomar um banho e me trocar. Em alguns minutos estarei aqui.O beijo quando ele passa por mim e vou até o banheiro tomar um banho rápido, mas antes peço um lanche leve no restaurante ao lado do prédio.Cameron bate na porta, o que raramente faz. Ele está parado, com um sorriso travesso e segurando uma escova de dentes.― É assim que começa ― brinco
CameronConforme combinado, estamos em um parque de diversões. O chantagista escolheu esse lugar por achar que vai ser seguro. Não tem nada seguro aqui. Homens e mulheres ligados aos Rodrigues estão por toda parte. Vejo pela forma como olham para Amanda, os cumprimentos respeitosos.Às vezes me pergunto como os Pereira ainda conseguem fazer alguma coisa. Parece que os Rodrigues só não acabaram com eles ainda por falta de tempo. O que em breve vai mudar. Se eles não tivessem atentado contra inocentes não estariam com os dias contados.De onde estou, vejo o homem se aproximando de Amanda. Minha morena está de jeans e camiseta cor de rosa, além de carregar uma mochila preta. Uma típica frequentadora de parques.― Trouxe o dinheiro? ― escuto ele falar pela escuta que ela carrega no brinco em forma de lua.― Na mochila. Trouxe o vídeo de segurança?O trabalho simplesmente se dava porque um funcionário de um posto de gasolina captou o momento em que Antônio e Cora abasteciam o carro de uma