Willow― Como vou sair daqui? ― Visto minha calça e olho a blusa do meu uniforme destruída. Há botões por toda sala. Começo a catar do chão.Deixaria para pensar no que fiz depois. É mais fácil surtar sozinha, no meu quarto. Vou aproveitar que minha colega só chega depois da dez da noite. Agora vou fingir que isso para mim foi sexo casual, que estou acostumada.― Tem um elevador privativo. Vou pedir um dos meus seguranças que te espere no estacionamento com uma blusa intacta. ― Alexandre responde.― Seus seguranças devem achar que sou a vadia que você come quando quer ― resmungo. Ele ouve.― Foi só duas vezes.― Tanto faz.― Se te incomoda, posso buscar e trago para você.― Me incomoda. E foi você que rasgou.Ele levanta a sobrancelha como se não acreditasse na minha ousadia, depois balança a cabeça. Me recrimino por querer tocar seus cabelos negros macios e cheirosos.― Vou fazer porque estou de bom humor. Fique sentadinha. Volto em um instante.O vejo entrar em uma porta de madeira,
AlexandreDepois que Willow se foi, fiquei pensando por um longo tempo. Tínhamos uma atração e quase certo que teríamos um filho. Não posso mais adiar, preciso pedir uma reunião com meu pai para ver o que ele acha dessa situação. É minha obrigação.Estava me preparando para sair quando meu celular tocou.É o segurança que coloquei para a seguir Willow.― Senhor estou no encalço de um carro onde sua mulher foi colocada à força. O que quer fazer? ― fala sem rodeios.Merda! Espero que não seja nada relacionado a minha família. Nossos inimigos não brincam. Alguém como Willow não merece passar pelo que fazem com suas vítimas.― Continue seguindo e me atualizando da localização ― ordeno.Saio da empresa como um furacão para resolver isso enquanto ainda estão em movimento.Antônio estava conversando com o meu segurança com sua linguagem de sinais. Logo ao me ver faz um sinal perguntando o que está acontecendo.― Sequestraram ela ― falo já entrando no carro. Ele não pergunta quem é ela. Só há
AlexandreMeus irmãos e eu temos nossas casas. Cada um do seu jeito. Enquanto isso a mansão dos Rodrigues serve mais para nossos encontros em família, treinamento e para alguns trabalhos, já que tem todo tipo de sala no andar subterrâneo. Nosso pai não mora lá, ele vive entre viajar e descansar na fazenda ou na casa do seu melhor amigo, quando está na cidade.Enfim, foi para a mansão que os três idiotas foram levados.Como eu já sabia o que precisava, ordenei que lhes fosse dada uma lição para aprenderem a nunca mais ameaçar uma mulher, e sai com dois seguranças. Meu alvo é outro.Dirigimos até o trabalho do projeto de homem, o que não foi nada difícil descobrir, e ficamos no aguardo.Enquanto aguardava, gastei um tempo pensando na minha situação atual.Não foi o suficiente. Achei que ficar com Willow outra vez aplacaria a vontade de fodê-la sempre que a vejo. Não deu certo. Na verdade, ter Willow outra vez só me fez querer mais. Estou me tornando a porra de um viciado. Ela é um vulcã
WillowHoje eu não estou bem. Quase não vim trabalhar. O enjoo estava bem forte de manhã. E estou com muita raiva de mim por não ter resistido a Alexandre. Ele deve me achar uma puta. Para ele, estou grávida de um homem casado e transando com um com o qual não tenho chance de nada sério. Minha vida está uma bagunça, sem contar que quase fui estuprada por três caras a mando de Ricardo. Se não fosse Alexandre eu nem sei o que teria acontecido comigo.Até pensei em esperar por ele em sua casa, mas depois que comi o lanche decidi ir embora. Lembrei que tenho outro emprego. Ainda bem que pude compensar o atraso ficando até mais tarde. Como sabia que ele não me deixaria ir tão fácil, menti que precisava de remédios. Claro que ele ofereceu para que um segurança comprasse, mas me neguei a dizer qual era, assim ele cedeu e o segurança chamado Raul, o mesmo da boate, me levou em casa.Hoje estou passando mais tempo no banheiro que trabalhando.Ouço abrirem a porta do banheiro feminino e dizerem
WillowLevante-se? Se fosse fácil assim eu nem estaria aqui nessa situação ridícula.Apenas balanço a cabeça me negando. Quero desaparecer. Que humilhação!― Então tá.De repente me vejo outra vez em seus braços. Mas não digo nada. Eu não estou entendendo nada. Por que ele me pegou do chão? Quem é aquela mulher? Por que essa porcaria de enjoo tão forte?Deixo que me leve, concentrada em não vomitar. Ele sobe até seu andar e me leva para sua sala. Só me coloca no chão lá dentro.Assim que sinto o chão sob os meus pés, corro para o banheiro. Que ele abre sem cerimônia, tendo a linda visão de uma Willow abraçada ao sanitário.― Toma isso. Vai aliviar o enjoo. ― Alexandre me entrega um picolé. Lembro na hora de uma postagem que li sobre picolé de limão aliviar o enjoo.― Como sabe disso? ― pergunto abrindo o picolé e confirmando que realmente é de limão. Devia estar no frigobar que tem na sala dele.Ele não responde. Sai do banheiro, me deixando sozinha.Acabo não vomitando. E o picolé j
WillowDou de ombros em resposta ao seu comentário, satisfeita demais para brigar.― Pois é. Está certo. Eu fico lutando contra, mas parece que você tem poder sobre mim. Sinceramente, espero que isso acabe um dia.― Enquanto não acaba, me obedeça, está bem?! E diga com todas as letras que o pai dessa criança sou eu.― Eu já disse. Você perguntou se decidi mudar de ideia sobre o pai e respondi “não virgula é você”. Estava tão focado em receber outra resposta que nem ouviu direito.― Ainda não disse.Reviro os olhos.― Alexandre, esse filho que carrego é seu. Me desculpe por deixar isso acontecer. Mas já passei pela fase em que me arrependo. Agora pode sair de mim? Seus filhos estão querendo escapar agora que meu útero já está ocupado.Ele sai e me oferece um lenço.― Vire-se, por favor.― Fala sério! Acabei de sair de sua boceta e está com vergonha de se limpar na minha frente?Não respondo. Fico parada olhando para ele.― Tanto faz. ― Se vira, me dando as costas. ― Eu poderia estar fa
Alexandre― Estava me perguntando quando você viria contar as novidades. ― Ele entra na sala do seu melhor amigo com seus passos lentos e seu bigode branco. Não é mais o homem que me tirou daquele orfanato, porém ainda emana o mesmo poder.― Vim o mais rápido que pude. Muitos problemas.Logo que deixei Willow em casa, tomei um banho e decidi resolver de uma vez minha situação. Antes que Lavinia pudesse ir lamentar com meu pai.― Eu sei. Sou informado. Até mais do que gostaria. Notícias do cliente fujão? ― se senta e pega um charuto na mesa de centro. Odeio o cheiro dessas coisas.― Ainda nada. Estão trabalhando para localizá-lo. ― Permaneço de pé, até que ordene que me sente a sua frente.― A verdade é que não me preocupo. Você vai resolver isso. Eu não daria o meu lugar para alguém incompetente.― Resolverei sim, pai.― E agora me fale sobre o meu neto. ― Vai direto ao assunto que me trouxe aqui. ― O que pretende com essa mulher?― Eu a levei para a minha casa. E estou aqui para que
Senhor RodriguesAssim que meu filho sai, meu conselheiro e amigo entra na sala.― Estava ouvindo? ― pergunto enquanto ele pega uma bebida no bar. Somos grandes amigos desde moleques e ele sempre esteve ao meu lado.― É um defeito que devo morrer com ele.― O que acha?― Sobre a mulher? Me pergunto se não é arriscado demais trazer uma pessoa normal para nossa família. Lavinia convive com os Rodrigues desde que nasceu, é filha de um primo. Com ela como Grande Mãe, tudo seria mais fácil.― Lavinia perdeu o lugar assim que aquela mulher entrou na vida do meu filho. Ela devia ter sido mais esperta e o convencido a se casar há tempos.― Por que diz isso? Achei que a mulher fosse apenas o útero que carrega o filho.― Meu filho estava com aquele olhar.― Que olhar?― O mesmo que eu via no espelho toda vez que me encarava enquanto minha Lucia estava viva. Talvez ele nem saiba ainda, mas vai descobrir em breve que deixou de ser dono dos seus próprios sentimentos, de suas ações. Não terá uma