Capítulo 78: Laços inquebráveis MateusAcordei de repente, o lado da cama onde Helena deveria estar estava vazio. O relógio na mesa de cabeceira marcava três da manhã, e a casa estava mergulhada em um silêncio inquietante. Senti um aperto no peito, uma sensação de vazio que me incomodava cada vez mais. Levantei-me, incapaz de permanecer ali, e me dirigi ao bar da casa. Precisava de um drinque, algo que me fizesse esquecer, pelo menos por um momento, da confusão que era minha vida agora. O whisky me recebeu com um calor familiar quando derramei uma dose generosa e a bebi em um único gole. O líquido queimou minha garganta, mas não o suficiente para afastar os pensamentos.Foi então que ouvi um ruído suave vindo do salão. Aproximei-me devagar, sem fazer barulho. Ao virar a esquina, vi uma figura familiar junto ao piano, a silhueta esbelta e elegante de Júlia, iluminada pela luz suave da lua que entrava pelas janelas.Ela parecia perdida em seus pensamentos, como se estivesse buscando a
Capítulo 79: Refúgio em meio a dorJúliaSenti a necessidade de buscar refúgio nos braços de Mateus, um lugar onde as tensões e inseguranças pudessem se dissipar, mesmo que por um momento. A casa estava silenciosa, e o mundo exterior parecia distante quando encontramos um espaço de tranquilidade juntos.Mateus me recebeu com um olhar terno, e nossos corpos se encontraram em um abraço apertado, como se buscássemos segurança e conforto um no outro. Seus toques eram suaves, e o carinho que ele demonstrava era um bálsamo para a minha alma atormentada. A troca de beijos era lenta e cheia de ternura, como se tentássemos lembrar o que havia de melhor entre nós.Com calma e cuidado, nossos corpos se entrelaçaram na cama, e a paixão foi substituída por uma doçura inesperada. Cada movimento era lento e deliberado, como se estivéssemos explorando um território que há muito não visitávamos. As carícias e os suspiros eram uma forma de reconectar, de redescobrir o amor que parecia ter sido enterrad
Capítulo 80: O plano da vingançaHassanO sol estava se pondo no horizonte, tingindo o céu de Marrocos com tons dourados e laranjas, e eu me encontrava novamente no meu palácio, um oásis de luxo e tranquilidade. As tensões da vida na Itália pareciam distantes, estava pronto para desfrutar de uma noite que prometia ser o refúgio perfeito das complexidades do meu dia a dia.Passei pelos corredores do palácio, admirando a opulência ao meu redor. O ambiente estava em perfeita harmonia, com lanternas marroquinas iluminando o caminho e o aroma das flores exóticas preenchendo o ar. As criadas e os eunucos se moviam com discrição, preparando tudo para a noite que se aproximava.Entrei no harém, o lugar reservado para minhas amantes. O ambiente estava carregado de antecipação, fui recebido por sorrisos e olhares sedutores. As mulheres estavam vestidas com roupas finas e translúcidas, suas figuras realçadas pela luz suave das velas. A música sensual e envolvente ecoava pelo espaço, criando uma
Capítulo 81: A inimiga tem que morrerHelenaA noite estava silenciosa, mas para mim, o peso do segredo e da decisão era quase insuportável. Estava em meu quarto, o silêncio preenchido apenas pelo som do vento que passava pelas janelas. O plano do meu pai se desenrolava com uma precisão meticulosa, e eu sabia exatamente qual era o meu papel.A amizade incondicional entre Marco e Júlia era um obstáculo considerável. Marco sempre fora uma presença constante na vida de Júlia, e seu afeto por ela era visível e profundo. A ligação deles era forte, mas meu pai havia deixado claro que a execução do plano para eliminar Júlia era uma prioridade, e eu não poderia falhar.Mesmo que isso significasse perder Marco, meu amante e aliado, estava determinada a cumprir o que me foi designado. A lealdade à minha família e ao plano que meu pai havia traçado era mais importante do que qualquer relação pessoal, não importando quão complicada e dolorosa essa escolha pudesse ser.— Helena, é hora de agir, —
Capítulo 82: Nascimento dos herdeiros da máfiaHelenaA cena à minha frente era uma mistura grotesca de dor e desespero. Júlia estava deitada na cama, lutando contra as contrações enquanto mantinha a arma apontada para ela. No entanto, o que começou como uma cena de vingança se transformou rapidamente em algo que eu não esperava. A dor que estava sentindo era insuportável, uma agonia que parecia atravessar meu corpo em ondas implacáveis.— Não... não pode estar acontecendo isso... — eu gemia para mim mesma, as palavras saindo em suspiros entre as contrações. A dor estava se intensificando, sentia como se meu próprio corpo estivesse tentando se rebelar contra mim. Eu me ajoelhei no chão, desesperada, sem conseguir pensar claramente. O que eu sentia era uma dor profunda e penetrante, uma sensação que parecia querer me consumir inteira.Tentei manter a compostura, mas a dor era tão intensa que não consegui evitar os gritos que saíam involuntariamente da minha garganta. Com mãos trêmulas,
Capítulo 83: MorteMarcoO caos no quarto era palpável. Helena, com um olhar de fúria e desespero, estava erguendo seu bebê com uma mão enquanto segurava a arma com a outra. O desespero e a raiva eram visíveis em seus olhos, e eu sabia que o momento de agir tinha chegado. A situação estava completamente fora de controle, e o destino dos envolvidos estava à beira de uma precipitação fatal.— Helena, não faça isso! — eu gritei, meu coração batendo rápido.Ela estava tão envolvida em seu próprio tormento que não conseguia ver a gravidade do que estava fazendo. Sua decisão estava prestes a destruir a vida de todos nós. Em um movimento rápido, avancei em direção a ela, meu foco principal era desarmá-la, mas a intensidade da cena me fez hesitar um momento.Helena se ergueu, o bebê no chão e a arma ainda em mãos. Eu sabia que precisava agir rapidamente. Com um impulso desesperado, joguei-me sobre ela, tentando tomar a arma de suas mãos. A luta foi intensa; os olhos dela estavam cheios de uma
Capítulo 84: A frieza de HassanSinclairA noite se estendeu pesada e tensa, marcada pela tragédia e pelo caos. Após o nascimento das crianças e a morte de Helena, precisava informar Hassan, que estava no Marrocos. Meu coração estava pesado com a responsabilidade que vinha ao fazer esse relatório. Peguei o telefone e, com um suspiro profundo, discquei o número.O telefone tocou, e depois de alguns segundos, a voz de Hassan, firme e fria, atendeu do outro lado.— Sinclair.— Hassan. — Respondi, tentando manter a calma. — Eu tenho uma atualização importante.— Continue. — Sua voz era controlada, mas o tom implacável não passava despercebido.— Helena foi morta por Marco. — Disse, com um esforço para não vacilar. — Ele confessou o crime à polícia italiana, alegando que matou Helena porque ela se recusou deixar o próprio marido para ficar com ele.Houve uma pausa do outro lado, um momento de silêncio que parecia durar uma eternidade. Eu sabia que Hassan estava absorvendo a notícia.— E o
Capítulo 85: Solidão em seu palácioHassanO calor opressivo do deserto marroquino parecia se intensificar à medida que o peso dos eventos recentes caía sobre mim. O que deveria ser um retiro tranquilo no meu palácio no Marrocos se transformou em um campo de batalha mental. A morte de Helena, minha aliada forte e feroz, deixou um vazio e um ódio pulsante que eu lutava para controlar.As lembranças do que ela havia feito, da traição e da morte, eram um peso que se somava às minhas frustrações. Eu estava sozinho, imerso em uma fúria que parecia consumir tudo ao meu redor. Na minha escrivaninha, papéis e documentos estavam espalhados, testemunhas silenciosas do meu tumulto interno.Com um rugido de raiva, peguei todos os objetos da mesa e os joguei no chão, o som do impacto ecoando pelo escritório vazio. O caos parecia uma pequena representação do que eu sentia por dentro. Olhei ao redor, buscando algo ou alguém que pudesse direcionar a minha fúria para longe de mim.Chamei a minha nova