Capítulo 83: MorteMarcoO caos no quarto era palpável. Helena, com um olhar de fúria e desespero, estava erguendo seu bebê com uma mão enquanto segurava a arma com a outra. O desespero e a raiva eram visíveis em seus olhos, e eu sabia que o momento de agir tinha chegado. A situação estava completamente fora de controle, e o destino dos envolvidos estava à beira de uma precipitação fatal.— Helena, não faça isso! — eu gritei, meu coração batendo rápido.Ela estava tão envolvida em seu próprio tormento que não conseguia ver a gravidade do que estava fazendo. Sua decisão estava prestes a destruir a vida de todos nós. Em um movimento rápido, avancei em direção a ela, meu foco principal era desarmá-la, mas a intensidade da cena me fez hesitar um momento.Helena se ergueu, o bebê no chão e a arma ainda em mãos. Eu sabia que precisava agir rapidamente. Com um impulso desesperado, joguei-me sobre ela, tentando tomar a arma de suas mãos. A luta foi intensa; os olhos dela estavam cheios de uma
Capítulo 84: A frieza de HassanSinclairA noite se estendeu pesada e tensa, marcada pela tragédia e pelo caos. Após o nascimento das crianças e a morte de Helena, precisava informar Hassan, que estava no Marrocos. Meu coração estava pesado com a responsabilidade que vinha ao fazer esse relatório. Peguei o telefone e, com um suspiro profundo, discquei o número.O telefone tocou, e depois de alguns segundos, a voz de Hassan, firme e fria, atendeu do outro lado.— Sinclair.— Hassan. — Respondi, tentando manter a calma. — Eu tenho uma atualização importante.— Continue. — Sua voz era controlada, mas o tom implacável não passava despercebido.— Helena foi morta por Marco. — Disse, com um esforço para não vacilar. — Ele confessou o crime à polícia italiana, alegando que matou Helena porque ela se recusou deixar o próprio marido para ficar com ele.Houve uma pausa do outro lado, um momento de silêncio que parecia durar uma eternidade. Eu sabia que Hassan estava absorvendo a notícia.— E o
Capítulo 85: Solidão em seu palácioHassanO calor opressivo do deserto marroquino parecia se intensificar à medida que o peso dos eventos recentes caía sobre mim. O que deveria ser um retiro tranquilo no meu palácio no Marrocos se transformou em um campo de batalha mental. A morte de Helena, minha aliada forte e feroz, deixou um vazio e um ódio pulsante que eu lutava para controlar.As lembranças do que ela havia feito, da traição e da morte, eram um peso que se somava às minhas frustrações. Eu estava sozinho, imerso em uma fúria que parecia consumir tudo ao meu redor. Na minha escrivaninha, papéis e documentos estavam espalhados, testemunhas silenciosas do meu tumulto interno.Com um rugido de raiva, peguei todos os objetos da mesa e os joguei no chão, o som do impacto ecoando pelo escritório vazio. O caos parecia uma pequena representação do que eu sentia por dentro. Olhei ao redor, buscando algo ou alguém que pudesse direcionar a minha fúria para longe de mim.Chamei a minha nova
Capítulo 86: MudançasMateusO hospital tinha se tornado um refúgio temporário, um lugar onde os últimos eventos se misturavam com a esperança de um novo começo. Eu havia dedicado os últimos dias a cuidar de Júlia e dos nossos dois filhos, cada um representando um aspecto distinto de nossa complicada história. Com o coração pesado e uma determinação renovada, era hora de partir.Carregava Júlia em meus braços, com o bebê de Helena aninhado contra meu peito e o de Júlia em outro braço. Havia um desejo urgente de deixar para trás o turbilhão de caos que se tornou nossa vida, de encontrar um lugar onde pudéssemos reconstruir nossa família longe das sombras e dos conflitos que assolaram nossa casa no palácio.Ao chegarmos de volta à casa do Hassan, o sentimento de desamparo era palpável. Sinclair estava à espera na entrada, e sua presença se tornou um obstáculo inesperado.— Não pode simplesmente levar tudo e ir embora. — Sinclair afirmou, sua postura firme e desafiadora.Meu sangue ferve
Capítulo 87: Irmão e IrmãJúliaAs semanas se passaram desde a nossa fuga para a fortaleza dos Esposito, e a vida na mansão começou a encontrar um novo ritmo. A dor das perdas e a tensão das últimas semanas deram lugar a um tipo de normalidade precária, mas a sensação de segurança que encontramos era reconfortante. No entanto, a preocupação com Marco, meu meio-irmão, ainda pesava em meu coração.Deixando meus filhos aos cuidados das babás que havíamos contratado, preparei-me para uma visita que sabia que não seria fácil. A presença deles sempre me trouxe alegria e esperança, mas havia algo que precisava fazer para trazer alguma forma de resolução a uma parte complicada da nossa vida. Com um aperto no peito, me dirigi ao presídio onde Marco estava detido.A visita foi marcada para o meio da tarde. O dia estava claro, mas meu coração estava pesado. A travessia até a prisão foi silenciosa, com o sol brilhando fora enquanto me preparava para entrar em um lugar que representava o peso da j
Capítulo 88: A verdadeira face do malMateusOs meses passaram em um turbilhão de atividades e adaptação à nova vida na mansão dos Esposito. A rotina tranquila que buscávamos estava se estabilizando, e nossos dias se dividiam entre cuidar das crianças e reconstruir uma semblante de normalidade. Entretanto, uma preocupação constante pairava sobre mim: o silêncio inquietante de Hassan. Seu sumiço parecia um prenúncio sombrio, e eu não sabia o que esperar.Então, em uma tarde nublada, Sinclair apareceu. A presença dele era inconfundível e carregava um peso inusitado. Meu instinto me dizia que havia algo de grave em jogo, e, apesar de minha aversão por ele, cedi e o deixei entrar na minha sala de estudo.— Mateus. Sinclair começou, seu tom carregado de uma gravidade que eu não tinha visto antes. — Precisamos conversar.— Fale, Sinclair. Eu disse, tentando manter a calma enquanto me acomodava atrás da minha mesa. — O que traz você aqui?— É sobre Hassan. Sinclair respirou fundo antes de co
Capítulo 89: Um ano depois JúliaUm ano se passou desde a tragédia que revirou nossas vidas. A perda de Hassan, as traições, e as complicações que se seguiram foram imensamente difíceis, mas finalmente, uma nova fase estava prestes a começar para mim e para minha família.Graças à persistência e ao trabalho incansável de Sinclair, consegui a soltura de Marco, que havia sido preso após os eventos dolorosos que se desenrolaram em nossa casa. Sinclair havia se mostrado um verdadeiro aliado, e sua ajuda foi crucial para reverter o injusto encarceramento do meu meio-irmão. Agora, finalmente, éramos capazes de seguir em frente.No retorno à casa dos Espositos, um lugar que havia se tornado um refúgio seguro para mim e meus filhos, a atmosfera estava carregada de uma mistura de esperança e nervosismo. A casa estava sendo preparada para uma grande celebração — um evento social que servia não apenas para marcar o retorno de Marco, mas também para formalizar publicamente seu lugar em nossas vi
Capítulo 90: Aceitação ao novo recomeçoCatarineA festa no palácio estava em pleno andamento. A casa estava repleta de convidados que celebravam a nova fase da família, agora com Mateus assumindo o controle da Cúpula Italiana e Marco sendo liberado da prisão. As músicas, os risos e o burburinho preenchiam os corredores e os salões do palácio. No entanto, para mim, tudo parecia distante e irrelevante.Eu me trancara no meu quarto, longe das celebrações. A revelação sobre minha verdadeira paternidade e a confusão emocional que sentia me sufocavam. As paredes do quarto pareciam se fechar ao meu redor, e precisava desesperadamente de um momento de paz, longe de olhares curiosos e da euforia da festa.Ouvia o som dos passos na porta e, com um suspiro resignado, me preparei para ignorar quem quer que fosse. No entanto, a voz que ouvi do outro lado era de Mateus.— Catarine, eu sei que você está aí dentro, - ele disse com uma mistura de preocupação e firmeza. — Podemos conversar?Eu hesitei