Capítulo 90: Aceitação ao novo recomeçoCatarineA festa no palácio estava em pleno andamento. A casa estava repleta de convidados que celebravam a nova fase da família, agora com Mateus assumindo o controle da Cúpula Italiana e Marco sendo liberado da prisão. As músicas, os risos e o burburinho preenchiam os corredores e os salões do palácio. No entanto, para mim, tudo parecia distante e irrelevante.Eu me trancara no meu quarto, longe das celebrações. A revelação sobre minha verdadeira paternidade e a confusão emocional que sentia me sufocavam. As paredes do quarto pareciam se fechar ao meu redor, e precisava desesperadamente de um momento de paz, longe de olhares curiosos e da euforia da festa.Ouvia o som dos passos na porta e, com um suspiro resignado, me preparei para ignorar quem quer que fosse. No entanto, a voz que ouvi do outro lado era de Mateus.— Catarine, eu sei que você está aí dentro, - ele disse com uma mistura de preocupação e firmeza. — Podemos conversar?Eu hesitei
Capítulo 91: Surpresas do destinoMarcoFinalmente livre após aquele tempo na prisão pela morte da Helena, aquela maldita puta, me sentia renascido. A sensação de liberdade era indescritível, e essa festa organizada na mansão dos novos senhores da cúpula não poderia ser mais oportuna. O ar está impregnado com o cheiro do poder e perigo, exatamente o tipo de ambiente onde sempre soube que pertencia.Júlia, minha irmã, me apresentou a essa sociedade mafiosa como se eu fosse um rei retornando ao trono. É interessante como tudo mudou desde que entrei naquele inferno... Agora, tudo parece novo, fresco, como se o mundo estivesse cheio de possibilidades. E, de fato, está.Conforme a noite avançava, eu me sentia cada vez mais à vontade. A música alta, as luzes suaves, e o murmúrio constante das conversas ao meu redor criavam uma atmosfera hipnotizante. As três mulheres ao meu lado competiam por minha atenção de forma sutil, mas a tensão entre elas era evidente. Isso só tornava tudo mais excit
Capítulo 92: Diversão e ObrigaçãoJúliaA manhã ainda estava nascendo quando saí para o corredor, o som suave dos meus passos ecoando pela mansão. A brisa fresca entrava pelas janelas entreabertas, trazendo um leve alívio ao calor que ainda pairava no ar após a festa da noite anterior. Eu já tinha me acostumado com as festas e os compromissos que agora iriam fazer mais parte da nossa rotina. No entanto, hoje algo parecia diferente.Ao me aproximar do quarto de Marco, ouvi risadas femininas e, logo em seguida, vi três lindas mulheres saindo, ajustando seus vestidos e com sorrisos satisfeitos no rosto. Elas passaram por mim, cumprimentando-me respeitosamente antes de descerem as escadas. Meu coração apertou por um momento, mas eu sabia que precisava ser compreensiva. Marco passou por muito nos últimos meses, e eu entendia que ele estava tentando se reconectar com a vida, à sua maneira.Esperei alguns instantes, respirei fundo e decidi entrar. Marco estava de costas para mim, terminando
Capítulo 93: Sendo enquadrado GeorgeEntrei na escola novo em folha, com uma mochila nas costas e um turbilhão de sentimentos na cabeça. A fachada imponente da instituição de ensino em Palermo deixava claro que ali não era lugar para qualquer um. Tudo era impecável: o jardim meticulosamente cuidado, os uniformes alinhados, a postura rígida dos professores. A escola parecia mais um campo de batalha onde cada um lutava para manter sua posição no topo.Logo no primeiro dia, os olhares desconfiados dos outros alunos me seguiam pelos corredores. Sabiam quem eu era, ou pelo menos pensavam que sabiam. Não era fácil ser o novo garoto, especialmente com um sobrenome que carregava tanto peso. "Esposito" Era como se eu estivesse andando sobre um campo minado, cada passo poderia desencadear algo inesperado.— Olha só quem chegou... — um dos garotos mais velhos se aproximou, com um sorriso malicioso. — O novato com ares de príncipe. E aí, o que você acha que vai conseguir por aqui? Um trono?Sent
Capítulo 94: O novo chefão da cúpulaMarcoA manhã estava envolta em um silêncio pesado enquanto eu e Mateus caminhávamos pelo cemitério. O céu nublado refletia o peso que pairava entre nós, um peso que eu sentia toda vez que me lembrava de Helena. Às vezes, ainda podia ouvir a risada dela, aquela risada que agora parecia tão distante, como um eco de uma vida que não era mais a nossa.Nos aproximamos do túmulo dela, e eu senti um aperto no peito. Mateus, ao meu lado, manteve a expressão séria, quase impenetrável, mas sabia que por trás daquela fachada havia muito mais. Ele sempre foi bom em esconder o que realmente sentia, em mascarar suas emoções, mas podia ver as pequenas rachaduras.— Trouxe as flores preferidas dela, como você pediu — eu disse, entregando o buquê de lírios brancos a ele.Mateus pegou as flores e se ajoelhou ao lado da lápide. Seus movimentos eram metódicos, quase cerimoniais, como se aquele gesto fosse parte de um ritual que ele precisava cumprir. Talvez fosse.—
Capítulo 95: A família está crescendoJúliaDez anos se passaram, mas o tempo parecia ter voado diante dos meus olhos. Cada detalhe da minha vida mudou tanto desde os dias sombrios ao lado de Hassan, até a morte dele e a ascensão de Mateus ao posto de chefe da cúpula. Agora, aqui estava eu, com mais uma surpresa da vida prestes a se confirmar.Estava no banheiro, sozinha, com um teste de gravidez nas mãos. Por mais que a experiência da maternidade não fosse nova para mim, a ansiedade e o nervosismo sempre voltavam com força total. Aquele instante entre aguardar o resultado e ver a resposta parecia uma eternidade.Do lado de fora, Ruan e Calisto, meus filhos pequenos, já grandinhos e cheios de energia, esperavam ansiosamente. Eles sabiam que eu estava desconfiando de algo há dias, e suas vozes abafadas ecoavam pela porta do banheiro enquanto tentavam controlar a curiosidade infantil.— Mãe, tá tudo bem aí? — Ruan perguntou, impaciente.— Já vai, querido, só mais um segundo.Finalmente,
Capítulo 96: Voltando para casaMarcoVoltava de Moscou, a cabeça cheia dos últimos dias. A missão, claro, não tinha terminado ainda, mas Mateus, meu cunhado, sempre sabia quando me dar um tempo pra respirar. E o que fiz com esse tempo livre? Dormi com a esposa de um dos inimigos mais importantes de Mateus. Uma senhora de meia-idade, casada há muito tempo, mas com um fogo nas ventas que eu não via há tempos.No fundo, ria sozinho enquanto ajeitava o volume da calça, ainda sentindo o cheiro dela em mim, a lembrança do corpo quente e disposto. Essa mulher... Tinha uma energia que contrastava com a idade, um desejo de viver que parecia mais intenso justamente porque sabia que não tinha muito tempo. E eu? Eu não me importava. Apenas seguia o fluxo, sem pensar muito nas consequências.Agora, a caminho de casa, estava sentado em um dos luxuosos assentos de couro do jatinho que Mateus sempre me arrumava. Mas meus pensamentos não ficavam presos ao trabalho ou à missão. Estava distraído, e não
Capítulo 97: A menina virou mulherCatarineA noite estava morna, e as luzes da festa ainda brilhavam ao longe quando o carro preto parou na minha frente. Não foi meu pai quem apareceu para me buscar, como eu já sabia que não seria, mas Tântiro, o dinamarquês durão que sempre estava à disposição da nossa família. Fazia dez anos que ele era o braço direito de Mateus, sempre leal, sempre sério, sempre... distante.Eu entrei no carro, sem dizer uma palavra, sentindo a tensão no ar. Tântiro nem olhou para mim. Os olhos dele estavam focados na estrada, as mãos firmes no volante. Sempre tão controlado, tão... inatingível. Era isso que mais me atraía nele. O fato de que, ao contrário de tantos outros homens, ele nunca parecia se abalar com minha presença, por mais provocadora que fosse.Hoje queria testar os limites dele. O silêncio no carro era sufocante, e eu sabia que ele não falaria nada a menos que eu o provocasse. A saia curta que usava subiu ainda mais quando cruzei as pernas, de prop