Acordei depois numa masmorra, assim foi o que pareceu ao primeiro instante. Depois que eu observei direito é que percebi que estava em algum tipo de porão. Ainda deitado no mesmo lugar, escutava carros passando um pouco acima e também um pouco distante. Estava a um canto, deitado numa cama simples e baixa. Era mais do que o comum. Era feito de palha, como o barulho me fez perceber. Havia uma cadeira um pouco distante de onde estava deitado e feixes de luzes entravam por uma fresta, mostrando que lá fora era dia feito. Quando me levantei, senti meu corpo pesado e sentei em seguida. Uma dor “fisgante” em minha cabeça mostrava o motivo do desmaio. E teria que ser muito forte para me atacar e derrubar, pensei. Havia ficado quase que imune a qualquer força de vampiro.
Olhei em volta, pude identificar uma figura estranha sentada em volta a uma penumbra do local. Vi a capa e o chapéu a um canto, simplesmente jogados.-Quando Jean-Paul desligou o telefone todos ficaram esperando para saber o que era. Jean-Paul não fez cara de gostar.- Estão receosos ao que se passou na TV. Querem uma reunião e gostariam que estivesse presente. – disse ele com voz bem mansa e calma olhando para Sofie.- Também fiquei preocupada. Algum desavisado fez um fantasma atacar pessoas em plena luz do dia! O que estamos esperando? Vamos até lá então! – disse ela.- Espera um pouco aí? Quem foi que chamou? – perguntou Jane.- Jane. Quando algo sai das transparências dos Vampiros, ou seja, quando não entendem o que acontece em determinado local, ou algum desavisado faz coisas erradas, prejudicando a forma dos vampiros se esconderem, - disse ela olhando para Jean-Paul que abaixou a cabeça. – todos os clãs, ou famílias, chamam os seus líderes para uma reunião, somente os vampiros ma
Chegamos então à casa de Sofie.A estupidez humana chega a pontos difíceis de compreender. A rara façanha de se falar quando é chamado, mas explicando em pormenores o que se quer, é simplesmente ignorado por muitos humanos. É mais fácil um ignorante morrer sem saber, do que fazê-lo entender assuntos simples, quem dirá algo que precisa de certa estabilidade intelectual. Assim, pelo que vejo, a raça vampírica herdou, geneticamente, o que se tem de pior em um ser humano. Burrice e arrogância. Não se consegue fazer entender, a pessoa é burra e pela sua arrogância se acha dotada de inteligência. Cruéis vilãs de quem se enaltecem tanto, a ponto de se achar dono de algo, que nem mesmo nós possuímos. Uma vida!Abrindo a porta da casa de Sofie, deparamos com uma cena clássica. No grande salão da casa, estavam todos os vampiros.
Poucos ainda estavam ali. Muitos saíram para se alimentar. Sofie, Jean-Paul, Michely, Pierre, Fred e Oslavo eram os únicos a estarem presentes. Óscar e mais dois de seus irmãos de sua casa estavam mostrando as belas tecnologias.Eram coisas realmente absurdas, pois nunca havíamos visto tal parafernália tecnológica, e, o mais incrível, funcionava! Trouxe-nos três caixas grandes revestidas para proteger o seu interior. Uma delas continha uma pequena tela de plasma, como Óscar disse. Havia duas dentro da caixa.- Este equipamento é indispensável para nossas próximas jornadas. É um dispositivo de videoconferência. Cada tela desta de plasma, permite que cada carro tenha seu equipamento de transmissão. – disse Óscar e ligou os dois aparelhos e os dois continham a mesma imagem cortada ao meio, em cores muito bem definidas. – Cada tela tem em seu visor,
Assim chegou o dia em que o transporte estava pronto para irmos de volta ao Brasil. Eu, Jane, Michely, Pierre e Fred estávamos ansiosos para conhecer o avião que poderia nos levar a qualquer lugar com a luz do dia. Foram instalados vidros refletores de raios ultravioletas. Coisa inventada por Óscar e seus amigos tecnólogos. Havia um conforto e um requinte imensurável dentro daquele avião. Poderia levar até vinte e cinco passageiros com o máximo de conforto. Lugares próprios de armas, roupas e acessórios de toda a espécie podiam ser encontrados ali dentro. Era mais do que um jato executivo. Suas poltronas eram dobráveis e esticáveis, tornando mais confortável do que um caixão.Aprontamo-nos e assim que pudemos, decolamos para o Brasil. O piloto contratado era um senhor de meia idade e seu filho era o copiloto. Disseram que nunca haviam visto nenhum jato com tamanho requinte e
O quarto era grande e espaçoso. Até maior do que eu e Jane havíamos ficado com nossos pais antes da trágica noite de seus falecimentos. E não era para menos, pois agora estávamos com duas pessoas desacordadas, um vivo, cinco vampiros, uma praticamente morta e outra ainda sem “mente”.Sentado à mesa dentro do quarto, estávamos eu, Michely, Pierre e Baldin. Jane estava com sua amiga Kátia sentada em uma das camas olhando e conversando baixo enquanto Michela, adormecida em seu sono de morte e Larisse não muito diferente em seu cataléptico sono induzido por medicamentos fortes e sedativos.- O que pretende fazer? – perguntou Baldin com seu jeito incisivo e direto.- Acho que temos uma festinha para ir. – falei.- O que iremos fazer com as gatinhas? – perguntou Pierre com seu jeito de conquistador Francês tomando em seguida um tapa de Michely Óscar.<
Rumamos à casa de Cláudio, que se encontrava numa região periférica, mas sua casa demonstrava ter um luxo inconcebível àquela parte da cidade. Assim, paramos os carros luxuosos à frente do que parecia ser uma danceteria, como antes havia mencionado. Muitos dos que estavam ali à frente da portaria e que iriam curtir a noite, ficaram admirados com os carros. Descemos eu e Jane juntamente com Michely, ficando para trás os outros. Paramos à frente da porta juntamente com a multidão que também queria entrar na danceteria. Com certo medo estampado nos rostos daquelas pessoas ao nos verem, foi muito fácil chegar à porta. Rapidamente eu reconheci o segurança que estava à porta e foi o último que eu vi junto de Cláudio. Abriu a porta, meio receoso, por talvez lembrar que não poderia fazer-me parar e esperar com os outros.Vimos que o interior da danceteria
Gehenna - A Escolha - Parte I“Hoje, os dias viraram noites, e as noites, os meus dias. O tempo parece não existir. Os segundos demoram uma eternidade e o meu rosto continua jovem do mesmo jeito de sempre.“O meu sofrimento é lutar nesta guerra, que não era minha, mas, agora, estou bem no meio dela.”BRASIL, SEXTA-FEIRA, 30 DE MARÇO DE 1990.Estava voltando para casa, depois de uma das piores festas em que estive presente. Eram duas ou três horas da manhã, não tinha certeza, pois serpenteava pelas ruas. Por vezes, tentava enxergar algo, mas não sabia onde estava e nada reconhecia. Bêbado como um gambá, porém, ainda não havia caído.Havia tomado um chute de minha namorada e, a única coisa plausível, nestas tristes horas, é se afogar em um bom e velho uí
Fui então para a festa. Não sabia onde era, mesmo assim cheguei, como se houvesse um mapa em minha mente, como se eu soubesse o endereço. Parei a certa distância e fiquei a observar. A casa, extraordinariamente gigantesca e luxuosa, estava distante de minhas posses ou do círculo em que vivia. Alguns carros, à mesma altura da luxuosidade da casa, estavam estacionados em frente. Havia seguranças com cachorros por todos os lados. E, por incrível que pareça, o medo nem passou ao meu lado. Caminhei, porém, logo chegando ao portão, quatro seguranças me pararam. Eram fortes e grandes em tamanho; eu parecia um garotinho perto deles.- O Senhor foi convidado? Está na lista? – perguntou o que parecia ser o chefe dos seguranças da portaria, com uma prancheta à mão.- Isso eu não sei, mas minha irmã e suas amigas estão aí dentro.- Muita