POV MAGNOS.Cruzei meus braços e observei as duas bruxas à minha frente. Morgana e Aurora tinham um histórico de serem poderosas, mas o poder de Aurora não se comparava ao de Morgana, a rainha das bruxas. Morgana estava sentada no sofá, relaxada, mas com os olhos brilhando com uma faísca de provocação, enquanto Aurora mantinha-se de pé, séria e altiva.— E qual seria esse feitiço maravilhoso que você encontrou, Aurora? — Morgana perguntou com uma voz ácida, inclinando-se para frente com um sorriso desdenhoso.— Um feitiço de ligação mental, simples, mas poderoso — Aurora respondeu com calma, sem se deixar abalar. — Criarei um vínculo temporário entre Ravina e Cosmo, permitindo que se comuniquem com clareza. Morgana soltou uma risada curta, sarcástica.— Típico. Sempre buscando soluções temporárias que não resolvem o problema de verdade. A ligação natural entre companheiros é uma das conexões mais puras que existem, e você acha que pode simplesmente forçar isso com um feitiço barato? C
POV MAGNOS.Já era hora do almoço, e nada de Amélia aparecer. Eu disse que a queria em casa para almoçarmos juntos. Bufei impaciente. Eu sabia de cada passo que minha esposa deu desde o momento em que saiu desta casa. Acha que eu deixaria Amélia andando pela alcateia sem ninguém para vigiá-la?Sei de tudo que ela fez, sei do que aconteceu na cafeteria, que os presentes a aplaudiram e lhe proclamaram Luna, sei do casal que foi até ela e tudo o que conversaram. Assim como sei que aquela teimosa se envolveu no experimento, conseguindo reverter um imprevisto que surgiu com a cobaia masculina. Ela me prometeu que seria apenas uma telespectadora.— E você acreditou? — perguntou Cosmo, rindo.— Sim, lógico, Amélia sempre foi comportada e gentil. Não tinha por que não acreditar. Ela foi bastante convincente com sua promessa. Mas parece que minha esposa não consegue ficar longe do trabalho — falei, irritado por ser desobedecido.— Amélia ama o que faz, e nas últimas semanas ela tem se dedicado
POV AMÉLIA.O hoje foi inesquecível. Conseguimos alcançar nosso objetivo, agora era só desenvolver o composto X e começar os testes em lobisomens. Mas, primeiro, precisamos acabar com essa maldição. Nenhuma cura funcionará se tiver uma barreira mágica impedindo. Enquanto comemorávamos e planejávamos como prosseguiríamos, olhei no relógio do monitor e arregalei meus olhos.— Misericórdia, Magnos vai arrancar o couro de vocês dois — falei alto. Os dois olharam para o monitor e ficaram assustados.— Pela Deusa, meu irmão deve estar furioso — disse Cecília, me puxando pela mão em direção à porta de saída.— Por que, Magnos, vai arrancar só o nosso couro e o seu não? — perguntou Jake, enquanto saímos apressados no corredor.— Ele não vai fazer nada contra Amélia, amor. Ele disse que nós é que teríamos que levá-la para casa no horário do almoço. E deixou bem claro que ficaremos encrencados se não a levássemos a tempo — disse Cecília.— Entendeu, maninho? Vocês estão encrencados — falei, ali
POV AMÉLIA.Meu coração deu um salto quando ouvi as palavras de Magnos. Punição? A alface, que já estava difícil de engolir, ficou presa na garganta e precisei de um gole d’água para descer. Ele estava brincando, certo? Só poderia estar.— Magnos… — comecei, lançando-lhe um olhar esperançoso, mas ele apenas sorriu daquele jeito malvado e charmoso, que sempre me arrepiava.— Termina sua refeição, querida — ele disse com a voz suave, mas havia um brilho nos olhos dele que me fez temer o que estava por vir.Fiz o que ele pediu, mastigando lentamente, tentando ganhar tempo para pensar em uma maneira de escapar da punição. O que ele poderia estar planejando? Ele sabia que eu estava grávida, então qualquer coisa mais severa estava fora de questão… certo? Assim que terminei, ele se levantou e estendeu a mão para mim. Relutante, aceitei, sentindo uma mistura de apreensão e temor. Ele me conduziu pela sala de jantar, e cada passo que dava me deixava mais tensa.— Magnos, amorzinho, querido… Nã
POV MAGNOS.Eu a observava em meus braços, o corpo pequeno e arredondado pela gravidez, agora mais relaxada depois de toda a sua reclamação. Um sorriso de pura satisfação se formou em meu rosto enquanto acariciava o cabelo dela. Mesmo com toda a indignação que demonstrava, era claro que Amélia gostava de cuidar de mim, mesmo que fosse por obrigação.Por mais que eu não quisesse admitir, a punição havia sido menos uma lição para ela e mais uma oportunidade para mim. Um alfa como eu, sempre pressionado a tomar decisões difíceis, raramente tem momentos de puro relaxamento. Mas, com Amélia… ela era diferente. Ela conseguia me acalmar de uma forma que ninguém mais conseguia. Claro, eu jamais admitiria isso tão abertamente. Foi nesse momento que senti a presença de Cosmo emergir em minha mente. E, claro, ele não ia deixar essa situação passar sem um comentário.— Então, Magnos, como se sentiu ao dar essa punição para nossa Amélia? — A voz profunda e tranquila de Cosmo ecoou em minha mente.
POV MAGNOS.Levantei com Amélia em meus braços e caminhei em direção à escada. Comecei a subir para o nosso quarto, com cuidado para não acordar minha grávida teimosa. Se tem algo que aprendi é não acordar Amélia nem a deixar com fome. Ela fica muito irritada quando isso acontece, e ninguém vai querer ver essa baixinha irritada, ela se torna raivosa.— Eu também não gosto de ser acordado do meu sono de beleza, e odeio que me deixem com fome, então entendo nossa esposa — disse Cosmo, ficando do lado de Amélia como sempre, o que não é novidade. Desde que conheceu Amélia, meu lobo se rendeu a ela, algo estranho vindo de Cosmo, que sempre foi mais recluso, mesmo quando eu ainda era amigável.— Isso não é novidade. Você sempre entende Amélia e está ao lado dela. Já lhe perguntei o que você sabe sobre Amélia que esconde de mim, mas você sempre muda de assunto — comentei. Eu estranhava e desconfiava dessa adoração que ele tinha por Amélia. Cheguei ao corredor do nosso quarto e ouvi Cosmo sus
POV MAGNOS.Saí de casa com passos firmes, sentindo a tensão aumentar a cada segundo que passava. O ar pesado da floresta, que se erguia imponente atrás da minha mansão, parecia refletir meu humor sombrio. Eu estava focado, seguindo o cheiro de Morgana, aquela maldita bruxa. Ela desapareceu na sala, levando Aurora, e embora sua presença fosse uma afronta, eu sabia que ela ainda estava em algum lugar dentro do meu território.A raiva crescia dentro de mim enquanto corria pela mata. O cheiro dela me guiava, denso e inconfundível. Eu não precisava de mais do que alguns minutos para localizar uma construção enorme que surgira do nada na clareira próxima à minha residência. Aquela construção não existia antes. Meu sangue ferveu. Como ousou essa bruxa maldita trazer sua casa para minha alcateia sem sequer me pedir permissão?Me aproximei da casa e, como se ela soubesse de minha presença, a porta se abriu sozinha. Era claro que Morgana já me aguardava, talvez rindo das minhas tentativas de e
POV MAGNOS.Enquanto caminhávamos em silêncio pelos corredores da mansão de Morgana, eu podia sentir o peso daquelas últimas palavras dela pairando no ar. A bruxa, sempre cercada por mistério, deixara escapar algo profundo, algo que parecia humanizá-la de certa forma. Morgana, a temida rainha das bruxas, havia amado alguém de verdade, um humano.Isso me intrigava. Eu sabia que não era o único lobo que pensava que as bruxas não possuíam esse tipo de sentimento tão… humano. Para mim, o amor dela por meu pai era mais uma obsessão, mas o que ela acabara de revelar parecia diferente, mais genuíno. No entanto, isso também me preocupava. Se Morgana podia amar um humano, o que mais ela poderia estar escondendo? Quebrei o silêncio, ansioso por respostas.— Você realmente se apaixonou por um humano? Como isso aconteceu? — perguntei, tentando soar casual, mas minha curiosidade era evidente. Ela parou abruptamente e me olhou de canto, os olhos brilhando com uma espécie de nostalgia. Um sorriso pe