POV AMÉLIA.Meu coração deu um salto quando ouvi as palavras de Magnos. Punição? A alface, que já estava difícil de engolir, ficou presa na garganta e precisei de um gole d’água para descer. Ele estava brincando, certo? Só poderia estar.— Magnos… — comecei, lançando-lhe um olhar esperançoso, mas ele apenas sorriu daquele jeito malvado e charmoso, que sempre me arrepiava.— Termina sua refeição, querida — ele disse com a voz suave, mas havia um brilho nos olhos dele que me fez temer o que estava por vir.Fiz o que ele pediu, mastigando lentamente, tentando ganhar tempo para pensar em uma maneira de escapar da punição. O que ele poderia estar planejando? Ele sabia que eu estava grávida, então qualquer coisa mais severa estava fora de questão… certo? Assim que terminei, ele se levantou e estendeu a mão para mim. Relutante, aceitei, sentindo uma mistura de apreensão e temor. Ele me conduziu pela sala de jantar, e cada passo que dava me deixava mais tensa.— Magnos, amorzinho, querido… Nã
POV MAGNOS.Eu a observava em meus braços, o corpo pequeno e arredondado pela gravidez, agora mais relaxada depois de toda a sua reclamação. Um sorriso de pura satisfação se formou em meu rosto enquanto acariciava o cabelo dela. Mesmo com toda a indignação que demonstrava, era claro que Amélia gostava de cuidar de mim, mesmo que fosse por obrigação.Por mais que eu não quisesse admitir, a punição havia sido menos uma lição para ela e mais uma oportunidade para mim. Um alfa como eu, sempre pressionado a tomar decisões difíceis, raramente tem momentos de puro relaxamento. Mas, com Amélia… ela era diferente. Ela conseguia me acalmar de uma forma que ninguém mais conseguia. Claro, eu jamais admitiria isso tão abertamente. Foi nesse momento que senti a presença de Cosmo emergir em minha mente. E, claro, ele não ia deixar essa situação passar sem um comentário.— Então, Magnos, como se sentiu ao dar essa punição para nossa Amélia? — A voz profunda e tranquila de Cosmo ecoou em minha mente.
POV MAGNOS.Levantei com Amélia em meus braços e caminhei em direção à escada. Comecei a subir para o nosso quarto, com cuidado para não acordar minha grávida teimosa. Se tem algo que aprendi é não acordar Amélia nem a deixar com fome. Ela fica muito irritada quando isso acontece, e ninguém vai querer ver essa baixinha irritada, ela se torna raivosa.— Eu também não gosto de ser acordado do meu sono de beleza, e odeio que me deixem com fome, então entendo nossa esposa — disse Cosmo, ficando do lado de Amélia como sempre, o que não é novidade. Desde que conheceu Amélia, meu lobo se rendeu a ela, algo estranho vindo de Cosmo, que sempre foi mais recluso, mesmo quando eu ainda era amigável.— Isso não é novidade. Você sempre entende Amélia e está ao lado dela. Já lhe perguntei o que você sabe sobre Amélia que esconde de mim, mas você sempre muda de assunto — comentei. Eu estranhava e desconfiava dessa adoração que ele tinha por Amélia. Cheguei ao corredor do nosso quarto e ouvi Cosmo sus
POV MAGNOS.Saí de casa com passos firmes, sentindo a tensão aumentar a cada segundo que passava. O ar pesado da floresta, que se erguia imponente atrás da minha mansão, parecia refletir meu humor sombrio. Eu estava focado, seguindo o cheiro de Morgana, aquela maldita bruxa. Ela desapareceu na sala, levando Aurora, e embora sua presença fosse uma afronta, eu sabia que ela ainda estava em algum lugar dentro do meu território.A raiva crescia dentro de mim enquanto corria pela mata. O cheiro dela me guiava, denso e inconfundível. Eu não precisava de mais do que alguns minutos para localizar uma construção enorme que surgira do nada na clareira próxima à minha residência. Aquela construção não existia antes. Meu sangue ferveu. Como ousou essa bruxa maldita trazer sua casa para minha alcateia sem sequer me pedir permissão?Me aproximei da casa e, como se ela soubesse de minha presença, a porta se abriu sozinha. Era claro que Morgana já me aguardava, talvez rindo das minhas tentativas de e
POV MAGNOS.Enquanto caminhávamos em silêncio pelos corredores da mansão de Morgana, eu podia sentir o peso daquelas últimas palavras dela pairando no ar. A bruxa, sempre cercada por mistério, deixara escapar algo profundo, algo que parecia humanizá-la de certa forma. Morgana, a temida rainha das bruxas, havia amado alguém de verdade, um humano.Isso me intrigava. Eu sabia que não era o único lobo que pensava que as bruxas não possuíam esse tipo de sentimento tão… humano. Para mim, o amor dela por meu pai era mais uma obsessão, mas o que ela acabara de revelar parecia diferente, mais genuíno. No entanto, isso também me preocupava. Se Morgana podia amar um humano, o que mais ela poderia estar escondendo? Quebrei o silêncio, ansioso por respostas.— Você realmente se apaixonou por um humano? Como isso aconteceu? — perguntei, tentando soar casual, mas minha curiosidade era evidente. Ela parou abruptamente e me olhou de canto, os olhos brilhando com uma espécie de nostalgia. Um sorriso pe
POV MAGNOS.Saímos da mansão de Morgana e a brisa da noite envolveu meu rosto. O céu estava escuro, com as estrelas brilhando intensamente, quase como se testemunhassem o que estava por vir. Eu caminhava ao lado de Morgana, observando cada detalhe ao meu redor, sempre em alerta. Mesmo após tudo o que havíamos conversado, ainda havia uma parte de mim que não confiava completamente nela. Afinal, ela era uma bruxa, e bruxas eram mestres em esconder suas verdadeiras intenções.Ela parou ao meu lado, seus olhos azuis brilhando no escuro. Um leve sorriso surgiu em seus lábios enquanto ela levantava uma mão, murmurando palavras que eu mal conseguia entender. A energia ao nosso redor mudou, como se o próprio ar estivesse se comprimindo.— Pronto para viajar de uma forma diferente? — ela perguntou, sua voz carregada de malícia, mas também de algo mais suave, quase como se estivesse se divertindo com a minha inexperiência no que estava prestes a fazer.— Como assim viajar de forma diferente, o
POV MAGNOS.O clima na sala estava pesado, com uma tensão palpável. Os olhos de todos se voltaram para Arthur, o lobo que agora se encontrava de pé, visivelmente abalado, mas determinado. Sua família estava reunida atrás dele: sua companheira, uma mulher de olhar cansado e preocupado, e suas duas filhas adultas, ambas claramente nervosas, especialmente a mais nova, que não conseguia evitar lançar olhares estranhos em minha direção. Era como se algo nela estivesse sempre avaliando cada movimento meu. Isso não passou despercebido.— Eu não confio nessa fêmea. Algo nela me incomoda. Devemos ter cautela com ela. — Falou Cosmo em minha mente.— Sim, concordo, ela me incomoda também. — Respondi.Arthur limpou a garganta antes de começar, seus olhos se movendo de mim para Ivan e depois para Morgana. A bruxa, por sua vez, manteve-se de braços cruzados, sua expressão carregada de uma desconfiança fria, observando cada movimento de Arthur e sua família com atenção calculada.— Alfa Magnos — Art
POV MAGNOS.A sensação familiar do teletransporte tomou conta de mim, e em segundos estávamos no meu escritório. O ar ao nosso redor tremeu levemente antes de se estabilizar, e Arthur cambaleou, visivelmente abalado pela experiência. Ele respirava irregularmente, os olhos arregalados, como se o chão abaixo de seus pés, ainda estivesse se movendo.— O que foi isso? — perguntou Arthur, a voz trêmula. Ele olhou ao redor, tentando se orientar, as mãos se apoiando na mesa para não cair.— Apenas um teletransporte, Arthur — respondi com um tom calmo, como se fosse algo cotidiano, mas sabia que para ele era algo além de sua compreensão.Morgana estava ao meu lado, impassível, observando Arthur com uma leve expressão de desprezo misturado com curiosidade. Ela estava acostumada com feitiçarias e magias, mas para um lobo como Arthur, aquilo era uma sensação perturbadora.— Um passeio desse te assustou? — disse ela com um leve sorriso irônico. — Achei que vocês, lobos, fossem valentes. Que decep