POV MAGNOS.Saí de casa com passos firmes, sentindo a tensão aumentar a cada segundo que passava. O ar pesado da floresta, que se erguia imponente atrás da minha mansão, parecia refletir meu humor sombrio. Eu estava focado, seguindo o cheiro de Morgana, aquela maldita bruxa. Ela desapareceu na sala, levando Aurora, e embora sua presença fosse uma afronta, eu sabia que ela ainda estava em algum lugar dentro do meu território.A raiva crescia dentro de mim enquanto corria pela mata. O cheiro dela me guiava, denso e inconfundível. Eu não precisava de mais do que alguns minutos para localizar uma construção enorme que surgira do nada na clareira próxima à minha residência. Aquela construção não existia antes. Meu sangue ferveu. Como ousou essa bruxa maldita trazer sua casa para minha alcateia sem sequer me pedir permissão?Me aproximei da casa e, como se ela soubesse de minha presença, a porta se abriu sozinha. Era claro que Morgana já me aguardava, talvez rindo das minhas tentativas de e
POV MAGNOS.Enquanto caminhávamos em silêncio pelos corredores da mansão de Morgana, eu podia sentir o peso daquelas últimas palavras dela pairando no ar. A bruxa, sempre cercada por mistério, deixara escapar algo profundo, algo que parecia humanizá-la de certa forma. Morgana, a temida rainha das bruxas, havia amado alguém de verdade, um humano.Isso me intrigava. Eu sabia que não era o único lobo que pensava que as bruxas não possuíam esse tipo de sentimento tão… humano. Para mim, o amor dela por meu pai era mais uma obsessão, mas o que ela acabara de revelar parecia diferente, mais genuíno. No entanto, isso também me preocupava. Se Morgana podia amar um humano, o que mais ela poderia estar escondendo? Quebrei o silêncio, ansioso por respostas.— Você realmente se apaixonou por um humano? Como isso aconteceu? — perguntei, tentando soar casual, mas minha curiosidade era evidente. Ela parou abruptamente e me olhou de canto, os olhos brilhando com uma espécie de nostalgia. Um sorriso pe
POV MAGNOS.Saímos da mansão de Morgana e a brisa da noite envolveu meu rosto. O céu estava escuro, com as estrelas brilhando intensamente, quase como se testemunhassem o que estava por vir. Eu caminhava ao lado de Morgana, observando cada detalhe ao meu redor, sempre em alerta. Mesmo após tudo o que havíamos conversado, ainda havia uma parte de mim que não confiava completamente nela. Afinal, ela era uma bruxa, e bruxas eram mestres em esconder suas verdadeiras intenções.Ela parou ao meu lado, seus olhos azuis brilhando no escuro. Um leve sorriso surgiu em seus lábios enquanto ela levantava uma mão, murmurando palavras que eu mal conseguia entender. A energia ao nosso redor mudou, como se o próprio ar estivesse se comprimindo.— Pronto para viajar de uma forma diferente? — ela perguntou, sua voz carregada de malícia, mas também de algo mais suave, quase como se estivesse se divertindo com a minha inexperiência no que estava prestes a fazer.— Como assim viajar de forma diferente, o
POV MAGNOS.O clima na sala estava pesado, com uma tensão palpável. Os olhos de todos se voltaram para Arthur, o lobo que agora se encontrava de pé, visivelmente abalado, mas determinado. Sua família estava reunida atrás dele: sua companheira, uma mulher de olhar cansado e preocupado, e suas duas filhas adultas, ambas claramente nervosas, especialmente a mais nova, que não conseguia evitar lançar olhares estranhos em minha direção. Era como se algo nela estivesse sempre avaliando cada movimento meu. Isso não passou despercebido.— Eu não confio nessa fêmea. Algo nela me incomoda. Devemos ter cautela com ela. — Falou Cosmo em minha mente.— Sim, concordo, ela me incomoda também. — Respondi.Arthur limpou a garganta antes de começar, seus olhos se movendo de mim para Ivan e depois para Morgana. A bruxa, por sua vez, manteve-se de braços cruzados, sua expressão carregada de uma desconfiança fria, observando cada movimento de Arthur e sua família com atenção calculada.— Alfa Magnos — Art
POV MAGNOS.A sensação familiar do teletransporte tomou conta de mim, e em segundos estávamos no meu escritório. O ar ao nosso redor tremeu levemente antes de se estabilizar, e Arthur cambaleou, visivelmente abalado pela experiência. Ele respirava irregularmente, os olhos arregalados, como se o chão abaixo de seus pés, ainda estivesse se movendo.— O que foi isso? — perguntou Arthur, a voz trêmula. Ele olhou ao redor, tentando se orientar, as mãos se apoiando na mesa para não cair.— Apenas um teletransporte, Arthur — respondi com um tom calmo, como se fosse algo cotidiano, mas sabia que para ele era algo além de sua compreensão.Morgana estava ao meu lado, impassível, observando Arthur com uma leve expressão de desprezo misturado com curiosidade. Ela estava acostumada com feitiçarias e magias, mas para um lobo como Arthur, aquilo era uma sensação perturbadora.— Um passeio desse te assustou? — disse ela com um leve sorriso irônico. — Achei que vocês, lobos, fossem valentes. Que decep
POV AMÉLIA.Me espreguicei toda na cama, sentindo meus músculos se alongarem. Espera… como cheguei na cama se eu estava sentada no colo do meu marido? Abri os olhos e constatei que realmente estava na cama. O quarto estava escuro. Parece que meu lobo mau me trouxe para a cama, e dormi a tarde toda. Virei de lado e, com dificuldade, consegui me sentar. Minha barriga está enorme e me dificulta fazer certas coisas.Mas não posso reclamar. Isso significa que meus filhos estão próximos de nascer. Amanhã completo cinco meses de gestação, e restará pouco tempo para meus bebês nascerem. Estou tão ansiosa. Levantei-me e fui até o banheiro me lavar e depois procurar meu marido. Entrei no banheiro e me lavei.Após quinze minutos, saí do banheiro e fui para o closet, onde coloquei um pijama de calça e blusa de manga comprida. Estava frio e a maioria das minhas roupas não me serve mais. Tenho que fazer compras logo, daqui a pouco não terei mais roupa para vestir.Caminhei devagar e como uma pata a
POV AMÉLIA.Eu mal podia acreditar no que acabara de ouvir. As palavras de Magnos ecoavam na minha mente como um trovão distante, mas ensurdecedor. Héctor… responsável por tudo aquilo? Pela maldição? Pelas mortes? Meu coração acelerou, batendo forte e pesado no peito, e uma sensação amarga de revolta começou a crescer dentro de mim, tomando conta dos meus pensamentos.— Héctor? — murmurei, sentindo minha voz tremer, quase engasgada pela emoção. — Ele fez isso? Ele foi responsável por essa maldição? Por todas aquelas vidas perdidas? — Falei.Magnos apenas assentiu, seus olhos queimando com uma fúria intensa. Pude ver claramente o ódio que pulsava dentro dele, refletido em seu olhar sombrio. Ele estava em guerra por dentro, segurando todo aquele rancor com mãos firmes, tentando manter o controle. Mas eu sabia que era só uma questão de tempo até ele explodir.— Sim — respondeu Magnos com a voz pesada, cada palavra carregada de ódio que eu nunca havia ouvido antes. — Ele foi o culpado. Pl
POV AMÉLIA.As notícias que Magnos me deu sobre Aurora estar sendo controlada e Héctor ser o responsável por toda a desgraça que se abateu sobre a comunidade lycan me abalaram profundamente. Nunca havia sentido tanto ódio por alguém quanto sentia por Héctor. Sei que ele não planejou soltar essa maldição, mas sua inveja desmedida foi a raiz de tudo.— Amor, precisamos encontrar o diário de Héctor. Talvez ele contenha provas do que fez ou algo que possa incriminá-lo. — Falei com Magnos, depois que ele me contou como Arthur, o informante, desvendou o segredo de Héctor.— Sim, mas agora Héctor vai destruir qualquer coisa que o ligue à maldição. — Disse Magnos, irritado, seus olhos faiscando com raiva.— Nem tudo. Você disse que minha madrinha salvou a bruxa que lançou o feitiço e que Héctor acreditava estar morta. Podemos usá-la contra ele. — Comentei, esperançosa.— Aquela bruxa está em coma, não há como usar o depoimento dela. — Magnos lembrou. Ele tinha razão, nesse estado ela não pode