POV AMÉLIA.As notícias que Magnos me deu sobre Aurora estar sendo controlada e Héctor ser o responsável por toda a desgraça que se abateu sobre a comunidade lycan me abalaram profundamente. Nunca havia sentido tanto ódio por alguém quanto sentia por Héctor. Sei que ele não planejou soltar essa maldição, mas sua inveja desmedida foi a raiz de tudo.— Amor, precisamos encontrar o diário de Héctor. Talvez ele contenha provas do que fez ou algo que possa incriminá-lo. — Falei com Magnos, depois que ele me contou como Arthur, o informante, desvendou o segredo de Héctor.— Sim, mas agora Héctor vai destruir qualquer coisa que o ligue à maldição. — Disse Magnos, irritado, seus olhos faiscando com raiva.— Nem tudo. Você disse que minha madrinha salvou a bruxa que lançou o feitiço e que Héctor acreditava estar morta. Podemos usá-la contra ele. — Comentei, esperançosa.— Aquela bruxa está em coma, não há como usar o depoimento dela. — Magnos lembrou. Ele tinha razão, nesse estado ela não pode
POV AMÉLIA.Uma semana se passou, e Magnos colocou vigilância em Arthur e em sua família, sem eles perceberem. Até o momento, eles não fizeram nada suspeito e têm se adaptado à nossa alcateia. Magnos mandou investigar Arthur e a família e está aguardando os relatórios do seu investigador.Enquanto isso, vou vivendo minha vida sem poder sair de casa. Jake está me mantendo informada de todo o avanço no laboratório. Cecília está sempre mal-humorada agora, o que é uma novidade, já que eu nunca a vi nesse estado. Mas Magnos a designou, quando cheguei na alcateia, para me proteger. Ela e Ana devem me manter segura, então Cecília não pode acompanhar seu companheiro até o laboratório.Isso a está deixando bastante irritada e mal-humorada. Ela e Ana passam o dia todo comigo. Mas continuo trabalhando de casa, isso quando não estou dormindo. Ultimamente, estou dormindo muito mais. O bom é que não vejo o tempo passar. Completei cinco meses essa semana, e Magnos está empolgado para a consulta do p
POV AMÉLIA.— Vamos começar com algo leve — disse Magnos com um sorriso encorajador, posicionando-se ao meu lado. Ele pegou uma faixa elástica, esticando-a entre as mãos e mostrando o movimento que eu deveria fazer. — Só isso, amor. Você puxará devagar e soltará. Fácil, não? — falou, cheio de confiança.Cruzei meus braços, bufando. — Fácil para você, que é um lobo superforte. Sou só uma humana grávida e cansada — resmunguei. Ele soltou uma risada baixa, o som profundo que sempre fazia meu coração derreter, mas eu me recusei a facilitar para ele dessa vez.— Você consegue, Amélia — disse ele, aproximando-se para pegar minhas mãos com gentileza, posicionando a faixa elástica entre elas. — Vamos lá, um pouquinho de força, só para começar. Estou aqui com você — acrescentou, me incentivando com o tom calmo de sempre.Suspirei, sabendo que ele não iria desistir facilmente. Comecei a puxar a faixa elástica, sentindo os músculos dos braços reclamarem. Depois de algumas repetições, o simples at
POV MAGNOS.Finalmente chegou o dia de Cosmo e Ravina conversarem. Meu lobo está insuportável, só pensa em Ravina: quer ouvir sua voz, saber se ela gostará dele, e continua com outras várias perguntas que estão me deixando à beira da loucura.— Eu não estou insuportável, só ansioso. Você também não está curioso para conhecer a loba da nossa esposa e futura companheira? — perguntou Cosmo, com uma inquietação que parecia ferver em sua mente.— Sim, quero muito conhecer Ravina, mas eu não fico o dia todo, a cada minuto, falando sobre isso — comentei, tentando acalmá-lo.— Qual é, Magnos? Não me julgue. Você já passou por isso com aquela traidora — disse Cosmo, me fazendo mudar de humor instantaneamente. Ele tinha que lembrar daquela maldita.— Por que você me fez lembrar dela? Sabe que odeio pensar naquela loba — falei, minha voz carregada de irritação ao pensar em Cátia.A memória de Cátia me lembrou a conversa que tive com Amélia, quando revelei que Héctor era o responsável pela infert
POV MAGNOS.— Mas, madrinha, não podemos dormir com essas roupas desconfortáveis. Por que não avisou antes? — perguntou Amélia.— Estávamos mantendo sigilo, esqueceu? Mas não se preocupe, posso resolver isso rapidamente — disse Morgana.Ela levantou uma de suas mãos e senti minha roupa desaparecer. Olhei para Amélia e vi que ela estava vestida com um confortável pijama de calça e blusa de manga comprida. Quando olhei para mim, algo estranho chamou minha atenção.— Que merda estou usando? — perguntei, perplexo, fitando Morgana.— Um pijama, ora — respondeu Morgana, com um tom debochado e um sorriso malicioso.— Eu não uso essa coisa ridícula para dormir. Aliás, eu durmo sem nada — retruquei, já irritado.— Imaginei que você dormisse nu. Seu pai era assim também. Ele dizia que lobos sentem muito calor. Mas eu não quero suas… distrações interferindo no feitiço. Me desculpe, Amélia — disse Morgana, dando de ombros.— Não precisa se desculpar, madrinha. Sei que meu marido é uma tentação —
POV AMÉLIA.Ravina estava encantada com Cosmo. Eu podia sentir sua excitação vibrando em mim, seus pensamentos pervertidos sobre ele formavam uma corrente incessante em minha mente. Minha loba, sempre tão livre e desinibida, estava mais assanhada do que nunca. Desde o momento em que se viram, eles se conectaram como duas partes de um todo, correndo, pulando, conversando como se fossem feitos um para o outro. E, em meio a essas conversas, uma revelação abalou meu mundo. Cosmo confessou a Ravina que Magnos me amava. Meu coração quase parou, depois deu um salto desordenado no peito. Magnos… me amava? Era real? Ouvir aquilo da boca de Cosmo, o que eu tanto ansiava ouvir dos lábios de Magnos. O calor se espalhou por mim, um calor avassalador que quase me fez perder o fôlego. Então uma dúvida rasteira se instalou: se Magnos me amava, por que ele ainda não havia me dito? Será que estava esperando o momento certo para se declarar? Talvez fosse isso. Ele sempre foi reservado com suas emoçõ
POV AMÉLIA.Após o café, descemos para a sala de estar. Lá, encontramos Morgana sentada, lendo um livro negro, cheio de símbolos intricados e místicos. Fiquei intrigada, aproximando-me para ver melhor, mas assim que nos notou, o livro desapareceu diante de nossos olhos, como se tivesse vontade própria. — Madrinha, que livro era aquele que sumiu? — perguntei curiosa, mas antes que ela pudesse responder, foi Magnos quem falou, enquanto segurava minha mão com firmeza, me conduzindo e tento certeza de que eu não cairia se tropeçasse ou minhas pernas ficassem fracas.— Aquele era o grimório de Morgana. — Respondeu sério. Eu queria saber como meu marido sabia disso. Olhei para minha madrinha, surpresa, e ela sorriu de lado, um sorriso que conhecia bem. — Você é muito esperto, lobinho — disse ela, com uma pitada de orgulho. — Isso mesmo, aquele era meu grimório. Já falei sobre a importância dos grimórios com você, Amélia. — Disse, me olhando séria.Assenti, lembrando de nossas longas con
POV MAGNOS.Eu disse as três palavras que, há muito tempo, não dizia para ninguém. As palavras que só Amélia merecia ouvir: eu te amo. Elas saíram da minha boca com um nervosismo palpável, como se eu fosse um adolescente confessando meu amor pela primeira vez. Amélia ficou parada, os olhos arregalados e surpresos, e eu podia ouvir o coração dela disparar. Ou seria o meu?— São os dois corações. Que bom, Magnos, você finalmente resolveu declarar seu amor à Amélia! — Cosmo comentou com um toque de felicidade, enquanto eu começava a me sentir aflito com o silêncio dela.— Acho que tem algo errado… Ela está imóvel e quieta. Será que não gostou do que ouviu? — Perguntei a Cosmo, sentindo o peso da incerteza me apertar o peito.— Calma, ela só está surpresa. Fale com ela. — Sugeriu Cosmo, tentando me tranquilizar.— Amor, você está bem? — Perguntei, sem esconder a ansiedade na minha voz. Amélia, de repente, abriu um grande sorriso, mas, ao mesmo tempo, lágrimas começaram a escorrer pelo seu