Gil olha fixamente nos olhos de Aren, com o coração batendo no peito. A dor da possível traição e a angústia do medo de perder tudo se misturam dentro dela, desencadeando uma tempestade de emoções que ameaçam esmagá-la. Por um momento, ela sente como se estivesse perdendo o controle de si mesma.—Não posso suportar isso! —ela suspira, lutando para manter a compostura enquanto as lágrimas ameaçam brotar em seus olhos. Ele é meu Arconte, meu companheiro, meu lobo. Não quero que ninguém mais se aproxime dele. Não quero!Suas mãos se fecham em punhos, com as unhas cravadas nas palmas das mãos, enquanto ela luta para conter a tempestade emocional que a assola. Embora saiba que sua reação é irracional, ela não consegue deixar de se sentir consumida pelo ciúme e pela possessividade. Todos ficam em silêncio diante da explosão de raiva provocada pelo ciúme e pela possessividade da loba em relação a ela.—Acalme-se, minha Lua, nós encontraremos outra solução, eu nunca a trairia com outra loba—
—Não, ele se transformou em um lobo e emitiu uma luz vermelha por todo o corpo. Mas o Antigo Honoré se tornou um ser muito grande.—Espere, Leia, no centro da luz que saiu da pedra, você não viu nenhuma figura?—Agora que você me pergunta, senhor, então apareceu um ser muito estranho, com seis mãos e uma espada enorme, toda preta e vermelha.—Você tem potes?—Sim, sim senhor, vários e três olhos. Um no centro de sua testa. E ele não tinha lábios, dava para ver seus dentes.—Eu estava lendo, você me disse isso quando éramos muito jovens e eu não acreditei— Enril a interrompe, —tem certeza de que não tirou isso da sua imaginação?—Você é estúpido, eu já lhe contei o tempo todo o que vi e você sempre me diz a mesma coisa! Que eu tiro isso da minha imaginação, mas eu juro, Sr. Serafim, que já os vi várias vezes! —Leia grita irritada.—Por que você nunca me contou sobre isso, Enril? —pergunta o Arconte Maior.A tensão na pequena reunião aumentou quando Enril ficou em silêncio, visivelmente
O Alpha Aren olhou para seu irmão mais novo, percebendo que deveria explicar tudo, pois Enril era jovem demais para ter lembranças do que aconteceu como ele. Embora ele sinta que ainda não tem toda a sabedoria dos arcontes e esteja ciente de que não é muito bom em explicar, embora tente.—Quando papai morreu, eles tentaram extrair toda a energia vital e os poderes dele. Mas seu Arconte Maior os enviou para mim, eu me lembro muito bem, porque eu os dividi com seu Arconte Enril. Que, a propósito, não entendo por que ele não falou nem ensinou nada a você.—Esperem um pouco, pessoal, tudo o que o Arconte Maior diz está de forma muito simplificada e acho que Gil, Enril e até Leia podem ter uma ideia errada, então sentem—se ali, preciso explicar a vocês qual foi a cerimônia que sua mãe realizou — interrompeu Serafim, muito sério em seu papel de professor. —Concordou, meu Alfa?—Acho que é melhor assim, mestre. Serafim olhou para Aren, era a segunda vez que ele dizia isso a ele, e não era
Enril respondeu muito irritado, pela primeira vez, ao seu irmão mais velho dessa forma. Dos dois, ele foi o que teve mais trabalho a fazer, tudo recaiu sobre ele, porque seu irmão era um animal irracional e ainda é muito difícil lidar com ele, se eles estão vivos, que voltem para fazer isso, ele pensa enquanto se recosta na cadeira.—Eles o farão quando sentirem seus arcontes, eles os chamarão, você verá— diz Nara, passando a mão nas costas de Enril. O Renascimento dos Arcontes é um evento mágico e importante. Os Arcontes emergem novamente, revitalizados e renovados, trazendo consigo todo o poder e a sabedoria que acumularam durante seu estado de dormência. Esse renascimento pode ocorrer no momento certo para enfrentar ameaças ou desafios, protegendo sua comunidade e garantindo a continuidade de seu legado, especialmente protegendo seus filhos. Serafim termina olhando para todos.—Se eu lhe expliquei tudo isso, é para que você pare de se sentir sozinho, todos esses seres malévolos q
Éramos muito jovens, quase inexperientes. Vivíamos na cidade celestial. Éramos felizes, os deuses se davam bem com os Arcontes. Nossa vida transcorria em paz, cumprindo nossa missão na vida.—Que missão?—Filha, como eu lhe disse da última vez que falei sobre os Arcontes, somos seres pacíficos que só fazem o bem e ajudam os humanos. Naquela época, eu tinha quase dominado o poder do meu Arconte, mas ainda não era súdito de ninguém. Ou seja, eu não havia encontrado um Maior Arcontes que assumisse a responsabilidade por mim.—O que você quer dizer com isso? Você não era o beta de seu pai? —pergunta Gil, que acha a história fascinante, pois é a primeira vez que eles realmente lhe contam quem são e suas vidas.—Não, Gil, naquela época seu pai era um dos mais poderosos Arcontes da alta sociedade, ele tinha muitos jovens beta melhores do que eu para escolher, pois eram eles que escolhiam seus discípulos, que podiam ser mais de um.—Eu entendo, e como ele escolheu você?—Bem, o caso era...—
—Como eles puderam fazer isso, mamãe? — pergunta Gil, entendendo a fúria de Nara, especialmente agora que ela está nessa posição com Aren e a quinta filha da Lua, ela quer saber tudo. —E onde você estava?—Eu era filha de um Maior, que estava determinado a ser metade do meu amigo de infância, um Alto Arconte, mas eu não era e eles sabiam disso— explica Nara com tristeza.—Espere, mamãe, existe essa coisa de metades por lá também? —pergunta Gil, genuinamente surpresa com o fato de que algo semelhante aos lobisomens também acontece com esses seres superiores.—Não exatamente, mas é algo semelhante— responde Nara. — No nosso caso, não estamos falando de “metades” mas é fundamental que nossas auras de luz divina se complementem para estabelecermos uma conexão significativa. Se nossas auras não forem compatíveis, não poderemos ter um relacionamento com essa pessoa. —Nara continua explicando:Foi o que aconteceu com meu amigo, nossas auras não se complementavam. Quando ele se aproximou de m
Gil estava realmente interessada em saber tudo sobre isso. Eles estavam certos, era uma situação quase igual à dela. Ela estava possuída pela quinta filha da lua e queria se livrar dela o mais rápido possível.—É isso mesmo, filha, o demônio é uma força maligna extremamente poderosa e astuta e me possuiu como você, a quinta filha da Lua, mas ela era mais perigosa do que aquela pirralha mimada —continua Serafim. —Seu conhecimento e suas habilidades no manuseio da energia divina são perigosos. —Que terrível! Mas isso também nos ensinou uma lição valiosa: devemos estar sempre vigilantes e nos proteger contra aqueles que procuram tirar proveito de nossas conexões e fraquezas. Uma união com uma entidade das trevas pode ser devastadora, e devemos permanecer unidos e fortes para enfrentar qualquer ameaça que surja em nosso caminho. E foi isso que aconteceu, minha Nara aqui me libertou de tudo.—Como assim? Como minha mãe o libertou disso?—Eu apareci naquele momento —intervém Nara, —porqu
Gil acena com a cabeça, entendendo a magnitude do que eles enfrentaram. Mas, ao mesmo tempo, ela está aliviada porque a verdade finalmente foi revelada e porque seu pai e Nara conseguiram se libertar da manipulação do demônio.—Desde então, estamos pedindo perdão à nossa metade, Nara— continua Serafim com sinceridade e tristeza. —Sabemos que nossas ações foram erradas e que a influência do demônio obscureceu nosso julgamento. Lamentamos profundamente o que aconteceu e estamos determinados a reparar nossos erros.Gil se comove com as palavras de seu pai e entende o peso do arrependimento em seu coração, ela quase pode sentir isso ao olhar para sua mãe com amor. Ela entende que, em seu mundo Arcontes, as decisões e ações podem ter consequências significativas e que o perdão é um passo essencial para a cura e a reconciliação. Ela olha para a mãe com sinceridade e preocupação nos olhos, sabendo que é hora de abordar uma questão delicada, mas importante.—Oh, mãe, não seja má, perdoe o pai