Pétalas de rosas estavam espalhadas pelo chão, uma luz baixa no ambiente e uma música tocava Você é linda de Caetano Veloso. Sobre a cama de casal mais pétalas de rosas, uma bandeja com morangos, um champagne e duas taças. Me virei para Pierre e ele segurava um buquê de lírios.
— De onde você tirou essas flores? — perguntei com um sorriso.
— Eu faço mágicas.
— Eu tô vendo. Tu é incrível! — falei cheirando as flores.
Pierre foi até a cama e encheu nossas taças com o champagne e entregou para mim.
— Linda e sabe viv
Ele girou o corpo tentando se desvencilhar daquele aperto em seu pescoço mas não conseguiu, o braço que lhe sufocava era rijo como um tronco de árvore. O desespero subiu sua cabeça, seria assim que tudo terminaria? Sentiu um aperto na garganta e grande era a vontade de deixar as lágrimas lhe tomarem, mas não podia. Afinal, era um homem, não era? E homens não choram! Foi quando uma súbita ideia tomou-lhe a mente, como não pensou nisso antes? Ergueu o joelho e desferiu um golpe no meio das pernas de seu oponente que caiu segurando as partes íntimas. O outro inimigo o empurrou com força e ele caiu com o traseiro no chão soltando um gemido de dor. Ouvi o sino sobre a porta da cafeteria que tocava toda vez que alguém entrava no estabelecimento e meu coração deu um salto. Apressei os passos para ver se era ele quem chegava, mas era um casal feliz de mãos dadas. Soltei o ar pela boca decepcionada.— É o cupcake de morango que você tá esperando? — perguntou Suzy — Claro que é. Quem mais seria?— Amiga, tu acha que eu tenho algum problema? — perguntei, apoiando os cotovelos no balcão.— A sua língua é bem afiada, você nunca solta esse cabelo, sua cara é bem zangada e as vezes… — ela baixou o tom de voz — Você fecha os punhos quando fica com raiva. Tenho medo que você so21. Demorou Mais Chegou
— O que tu tá fazendo aqui, Fábio? — perguntei quando me aproximei dele. Ele me olhou intensamente e saiu da cafeteria fazendo sinal com a cabeça para que eu o seguisse. Foi o que fiz, estávamos os dois na calçada um pouco distantes da cafeteria quando ele disse: — Flor de Lis, tu é doida, é? Como é que tu pega a minha filha e some do mapa me deixando com um número de telefone? — Fábio, tu acha mesmo que eu pensei em alguma coisa depois de… — Não tem nada haver uma coisa com a outra. Minha filha! Tu afastou a minha filha de mim! — ele disse batendo no peito. — Eu tô no meu direito de refazer minha vida, nojento!
— Mas ele não é o pai da sua filha? — perguntou Suzy. — Sim, mas eu não posso permitir que ele fique perto da minha filha. — rebati. — Ele já fez alguma coisa? — perguntou ela com delicadeza — Já mexeu com ela? — Não, nunca mexeu não. Ele não é nem doido! — Então por que ele não pode ficar perto da própria filha? — Porque eu não quero ele influenciando Flor, esse cara não vale nada, já me fez muito mal e não quero mais que Flor tenha contato com ele. Ele me perdeu e perdeu Flor quando tava se agarrando com as raparigas dele. — Realmente só você sabe a dor que você tá sentindo e o mal qu
— Como é que é? Repete aí por favor que eu acho que não entendi direito. Cê falou quatro dias ou é impressão minha? — perguntou Paulo, incrédulo — Antes de dormirem juntos vocês se viam todos os dias?— Todos os dias! — confirmei — Ele aparecia na cafeteria sempre no final das tardes e raras vezes pela manhã. Depois do… da noite de sexo ele desapareceu.Ulisses passou o braço sobre meus ombros me puxando para si, beijou o topo da minha cabeça e sussurrou em meu ouvido:— Esse é um idiota.— Que estranho... Ele não deu nem uma pista? Vocês tiveram algum desentend
Eu estava no começo do turno da tarde louca por um cafezinho quando o meu celular tocou. Era tia Margarida e eu logo me preocupei porque ela nunca me ligava à toa, principalmente quando eu estava no horário de trabalho. — Titia? — Lis… — Titia, o que foi que aconteceu pelo amor de Deus? Foi alguma coisa com Flor ou com mainha? — Lis, eu tenho que te contar uma coisa, mas você precisa ficar calma. — Tu sabe que nada disso tá me ajudando a ficar mais calma, né tia? Desembuche logo de uma vez! — disse eu me encostando na parede sem conseguir trazer ar para meus pulmões. — Hoje eu fui
— Meu amor! — soltei o ar sentindo minha cabeça pulsar de tanta dor e preocupação. — Tu tá aperreada é mainha? Tu chega quando? Eu tô com painho aqui em casa. Eu abri um sorriso de alívio. Ela estava bem. — Tô indo pra casa agora. Eu te amo, viu minha pretinha? — Também. Quer falar com painho? — Quero! — rugi. — Ih, painho tu tá é lascado! Ouvi Fábio rindo ao telefone quando o pegou. — Tá rindo de que, trepeça? — perguntei revoltada com a cara de pau do sequestrador da minha filha de pegar no telefone dando risada enquanto estou aqui me esvaindo. Seus cabelos eram castanhos e estavam presos em um coque frouxo. Ela tinha lindos olhos verdes que me lembravam os de alguém em especial, porém afastei esses pensamentos. Era uma mulher alta, com 1.70 cm, eu diria, e usava uma maquiagem muito leve, calça social feminina, saltos fechados e uma blusa sem decote. Era discreta e elegante. Uma linda mulher e a simpatia não passava nem um pouco despercebida. Se abaixou apoiando um joelho no chão de cerâmica branco, um braço sobre o joelho e, parecendo bem à vontade, sorriu para Flor: — Olá! Você deve ser a Maria Flor. — estendeu a mão para minha filha — Eu sou a Fernanda Marinho, muito prazer. Flor apertou aquela mão gigante diante de si, nunca fora tratada de igual para igual por um adulto como estava sendo naquele mo27. Fernanda Marinho