FALHA NA SEGURANÇA - 2ª PARTE.
Acordo me sentindo cansada. Minhas noites não têm sido muito confortáveis por esses últimos dias. Apesar da tensão de saber que Enrico está solto por aí e que por isso, a minha vida corre perigo, tenho tentado me manter concentrada na vinda do Lucca. Os meus netos têm me visitado mais e isso me distrai bastante.
Olho ao redor do nosso quarto e noto dia já claro lá fora e automaticamente passo a mão ao meu lado na cama, e para minha decepção, Ed não está mais lá. Puxo a respiração e me esforço para sair da cama.Esses últimos meses a barriga está bem maior e Lucca está bem pesado também, e isso tem me custado muito para andar pela casa. Sinto-me cansada e pesada. E o bom disso, é que sei que está pertinho da sua chegada e que o terei em meus a braç— Vejo que você já está bem cansada, Rose. — A médica comenta com um tom profissional. Amarro o laço atrás da bata na lateral do meu corpo e me acomodo ao lado da Ana, na cadeira de frente para mesa da doutora.— Sim, ele está bem pesado — digo em um suspiro.— Não é para menos. Lucca cresceu muito esses últimos meses e está bem fortinho também — diz me entregando o envelope com o CD, que tem o resultado dos exames do ultrassom.— Quero que fique bem atenta, sua barriga já está bem baixa e o Lucca já mudou de posição, ele pode vir a qualquer momento e isso pode ser hoje, ou amanhã… — Sorrio ansiosa. Ana aperta a minha mão e me lança um sorriso feliz.— Aqui está o meu número, qualquer coisa que sentir, uma dor na unha, quero que me ligue imediatamente.
— Não! Agora não Lucca… Por favor, filho! — peço baixinho e entre dentes entre uma respiração e outra.Ando pelo quarto a procura de algo para sair desse lugar quanto antes. Os armários, as gavetas e o closet estão vazios, não há nada aqui que possa me ajudar.— Não! — sibilo com a voz embargada e desanimada, volto a me sentar na cama. Segundos depois, a porta se abre e Enrico passa por ela. Automaticamente vou para o centro da cama larga.Seus olhos estão nos meus. Altivos, frios e duros.— Você está em trabalho de parto, Rose — diz o óbvio, de um modo tão frio que me causa arrepios na coluna.— Me leve para um hospital, Enrico. Eu preciso de um médico — peço sem conseguir esconder o desespero em minha voz, mas sei que é em vão.— Não, Rose. Se eu fizer is
VIDA NOVA.Um mês depois…Observo o meu filho animado e deitado no meio da nossa cama. Ele mexe as perninhas e bracinhos alternadamente e abre sorrisos banguelos para o brinquedo que está girando a cima da sua cabeça. Sim, meu garoto é muito esperto para a sua pouca idade e é o meu maior orgulho.Largo o MacBook em cima da mesinha, perto da janela e vou para a cama. Podem dizer que sou um pai babão, do tipo que larga tudo para ficar o filhão, porque sou mesmo! Inclino o meu corpo sobre o colchão macio e com um largo sorriso, falo imitando uma voz infantil e desengonçada, o fazendo ri mais ainda mais.— Oi, garotão! Que tal vir um pouco para o colo do papai, hein? — indago divertido. Ele apenas sacode os seus bracinhos em resposta. O pego com muito cuidado e sua cabecinha se aconchega em meu peito.Lucca é um garoto gordinho e sua pele é morena clara, com
Aprendi a acreditar na força desse amor e passei a ter fé na família e segurar o Lucca pela primeira vez nos meus braços, foi a minha glória e a minha segunda redenção.O ritual começa. Uma oração, algumas palavras de bençãos para o meu garoto e por fim, a água benta banha o topo da sua cabeça, o fazendo chorar. É de doer o coração ouvir esse chorinho, mas é necessário.A madrinha o acalenta em seus braços, o fazendo parar de chorar e imediatamente meu garotinho se sente seguro e amado outra vez. O meu peito infla e parece que irá explodir, tamanho o amor que tenho por esses três dentro do meu peito.Por fim seguro o meu filho em meus braços e cara… eu não me canso de beijá-lo, de aspirar o seu cheiro, de sentir o seu calor.Eu o amo e por ele eu sou capaz de enfrentar o mundo, de derr
No altar, encontro Igor e Morgana de mãos dadas, eles serão os padrinhos de Matt. Os cumprimento assim que nos aproximamos e Rose também e na sequência, abraço o noivo que parece nervoso pra cacete e só então, nos posicionamos em nossos lugares.Minutos depois, a marcha nupcial começa e Adry entra deslumbrante, andando com passos lentos sobre um tapete vermelho e os convidados logo se põem de pé.Ela está linda!O vestido branco se arrasta com magnitude pelo chão. Um belo modelo tomara que caia que desenha o corpo da garota, sem vulgarizar. O véu curto, adornado por uma coroa de pedras, enfeita o penteado no topo da sua cabeça e alguns cachos largos caem sobre os seus ombros. Adry pequena sorri largamente para o seu noivo no altar.— Ela parece nervosa — sussurro para a minha esposa.— É normal. Todas passamos por isso. — Ela suss
— Prazer, Suzana! Sou Edgar e este é o meu irmão Igor Fassini. — Faço as devidas apresentações ela aperta as nossas mãos. Logo a mulher se põe a olhar a ampla sala e um sorriso grande e satisfeito surge em sua boca, quando volta o seu olhar para nós dois.— Tem certeza de que quer fazer isso?— Absoluta. — Igor responde sem pensar duas vezes. — Seus olhos varrem o cômodo rapidamente e após arquear as sobrancelhas e sorri novamente e ela faz sim, com a cabeça.— Não tem ideia do quanto estará nos ajudando — comenta emocionada.Depois que toda a tempestade se acalmou e o caso Lancaster foi finalmente resolvido e que Enrico morreu. Resolvemos que não ficaremos com nada do que nos deixou
Dois anos depois… — Mantenha os olhos fechados, Rose. — Ed pede com um tom meigo e baixo.Estou ansiosa e. nervosa e apreensiva também. Faz dias que ele anda bem estranho, reservado e sempre ao telefone.— Quando poderei abrir os olhos, Ed? — reclamo.— Só mais um pouco, pérola. Não abra os olhos — repete. Sorrio por antecipação.Em algum momento, escuto um barulho de algo sendo derramado, é um barulho bem sutil e inquieta, puxo a respiração lentamente.Os anos se passaram lentos e felizes. Lucca já está andando e é um garoto muito esperto e falante. Há dois anos,Edgar entrou em nosso quarto com uma ficha preenchida na mão e juro que quase infartei ao perceber que se tratava de uma inscrição. E por causa dele,realizei um sonho de adolescência e fiz meu curso de gastronomia.É claro que no início fiquei receosa, pois oLucca ainda eram bem pequeno e muito dependente também. Contudo,meu marido maravilhoso, fe
Ed larga imediatamente a sua taça no balcão e me puxa para os seus braços.— Shiiii! Pensei haver gostado da surpresa, meu amor — disse com voz baixa, me apertando em braços. Afasto-me um pouco, para olhar nos olhos apreensivos.— Eu não gostei, meu amor — falo, meneando a cabeça. — Eu simplesmente amei esse lugar! Está tudo tão lindo e… tão… impecável, ele é Perfeito! — digo ainda com a voz embargada.— Então, porque todo esse choro? — Puxo uma respiração profunda e solto o ar lentamente pela boca.— Você não sabe quantas vezes sonhei com isso. Foram anos, Edgar e em algum momento, tive que me convencer de que isso nunca aconteceria para mim. Por muitas vezes, durante várias noites, eu repetia que não passava de um sonho bobo, que precisava que seguir em frente