O Reencontro Silencioso Clara e Luna chegaram ao escritório pontualmente às sete da manhã. Luna deu um beijo na mãe e seguiu para o setor onde faria seu estágio, enquanto Clara aguardava nervosa na recepção. Ana a recebeu alguns minutos depois com um sorriso cordial e a conduziu para uma rápida entrevista. — Muito obrigada por vir, Clara. Precisamos de alguém de confiança para cuidar do senhor Alencar. — Ana disse, passando um papel com o endereço. — Ele precisará de acompanhamento integral na casa dele. Clara assentiu e agradeceu. Em seguida, pegou um táxi e foi em direção ao endereço indicado. Durante o trajeto, seu coração batia acelerado. Era como se o destino estivesse conspirando para trazê-la de volta à vida de Miguel. Assim que o táxi parou em frente à casa, Clara respirou fundo e tocou a campainha. A porta se abriu lentamente, revelando Isabel, que congelou por um instante ao ver Clara ali. Os olhos de Isabel se encheram de lágrimas, e ela não hesitou em envolver Clara em
"O Encontro que Mudará Tudo"Isabel deu três leves batidas na porta do quarto, com o tom doce e familiar de sempre.— Bom dia, meu filho. Posso entrar?Do outro lado, a voz de Miguel soou, baixa, mas gentil:— Pode, mãe. Fique à vontade.Isabel abriu a porta, entrando com leveza. Clara, ainda no corredor, respirou fundo, tentando controlar a ansiedade que tomava conta dela. Isabel puxou as cortinas, deixando a luz do dia iluminar o quarto.— A Ana mandou a moça que vai cuidar de você, filho. A enfermeira.Miguel, ainda sentado na cama, passou a mão pelo rosto, tentando espantar a sonolência.— Tudo bem, mãe. Pode pedir para ela entrar.Isabel se virou para a porta e sorriu para Clara.— Entra, minha filha.Clara entrou devagar, o coração acelerado. Ao cruzar a porta, os olhos de Miguel arregalaram-se, como se tivessem acabado de receber um choque. Ele piscou algumas vezes, processando a visão à sua frente.— Você? — Miguel exclamou, a voz carregada de surpresa.Clara também ficou para
Acho que não Consigo.Clara entrou na cozinha com os olhos marejados e a respiração ofegante. Tentava se recompor, mas o peso das emoções estava quase insuportável. Isabel, que preparava o café, notou o rosto transtornado da jovem e se aproximou com preocupação.— O que aconteceu, minha filha? — perguntou Isabel, pousando a mão suavemente no ombro de Clara.Clara balançou a cabeça, tentando engolir as lágrimas, mas não conseguiu. Ela desmoronou, sentou-se em uma cadeira e levou as mãos à cabeça, como se o peso do mundo estivesse sobre seus ombros.— Vai ser difícil... — sussurrou, quase para si mesma. — Vai ser muito difícil pra mim.Isabel puxou uma cadeira, sentando-se ao lado dela. — Por quê, minha filha?Clara respirou fundo, lutando para falar, mas as palavras finalmente escaparam como um desabafo preso há anos.— Porque eu o amo. Ele é o amor da minha vida.Isabel apertou os ombros dela com carinho e compreensão.— Eu sei, minha filha, eu sei. Mas agora você está aqui, perto del
Quando o corpo reconhece o que a mente esqueceu.Clara respirou fundo ao entrar no quarto, lutando para manter a calma. O peso das lembranças e das emoções fazia suas mãos tremerem levemente, mas ela sabia que precisava se concentrar. “É só um banho,” ela repetiu para si mesma. “É só cuidar dele.”— Senhor Miguel, eu vou ajudá-lo a se preparar para o banho. Está bem? — sua voz era suave, mas carregava uma tensão que ela não conseguia esconder.Miguel a observou com uma mistura de curiosidade e fascinação. Algo no jeito dela o fazia sentir que estavam ligados por um laço invisível. "Quem é você? Por que sinto que deveria te conhecer?"— Claro. — ele respondeu, desviando o olhar para evitar mostrar o quanto essa proximidade mexia com ele.Clara se aproximou e, com todo o cuidado, começou a tirar a camiseta dele. Ao deslizar o tecido pela pele dele, os dedos dela tocaram de leve seu ombro. A pele quente e firme, o corpo forte, ainda que fragilizado, fez seu coração apertar. “Ele continua
Um Ponto Final à VistaCecília, agora mais calma, mas ainda visivelmente nervosa, cruzou os braços e olhou para Miguel.— O que está acontecendo aqui, Miguel?Miguel respirou fundo e, sem alterar o tom de voz, respondeu:— É o que você viu. Minha enfermeira estava me dando banho e me trocando.— Mas ela estava... — Cecília tentou continuar, mas foi interrompida.— Esqueceu que estou com uma fratura no quadril e preso a uma cadeira de rodas? — Miguel disparou com um sorriso sarcástico.Cecília bufou, cruzando as pernas e os braços.— Tá, tá... Mas você é meu noivo! Você acha que eu consigo assistir a uma cena dessas e ficar tranquila?Miguel ergueu uma sobrancelha, o sorriso sugestivo ainda nos lábios.— Deveria, não? Já que você deixou bem claro que não quer cuidar de um homem na cadeira de rodas, outra mulher precisa cuidar, não é?Cecília bufou alto, os braços apertados contra o peito.— Olha, você para de colocar essas ideias na minha cabeça, viu?— E como você acha que eu estou?
Memórias Veladas e Uma Conversa Reveladora Por volta das 18 horas, Clara estava sentada na poltrona ao lado da cama de Miguel, mergulhada em um livro, enquanto ele descansava. O quarto estava silencioso, exceto pelo som suave da respiração dele. Clara o observou por um momento, notando como seu rosto estava sereno, mas ainda havia uma sombra de cansaço ali. De repente, Miguel começou a se agitar na cama. Seus movimentos eram bruscos e ele murmurava palavras desconexas, como se estivesse preso em um sonho perturbador. Clara largou o livro imediatamente e se aproximou dele, tocando seu ombro suavemente. — Vai ficar tudo bem, Miguel... — sussurrou, enquanto acariciava seus cabelos e passava a toalha úmida sobre sua testa encharcada de suor. — Tudo bem... Seu coração apertava ao vê-lo daquele jeito, vulnerável, e a proximidade entre eles despertava nela sentimentos profundos. Ela inclinou a cabeça, observando-o com carinho, quando de repente o som agudo do celular quebrou o silêncio d
O Peso do TempoClara desceu até a cozinha, mas encontrou apenas a governanta, que cortava legumes com calma sobre a bancada.— A senhora Isabel está por aqui? — perguntou Clara, tentando parecer natural.A governanta sorriu gentilmente.— A dona Isabel foi para o quarto dela. Quer que eu lhe mostre onde fica?Clara assentiu.— Por favor.A governanta a conduziu pelo corredor e indicou uma porta no fim do corredor. Clara respirou fundo e deu três batidinhas leves na porta.— Dona Isabel? Posso entrar?— Claro, minha filha. Entre.Clara abriu a porta devagar e entrou. Isabel estava sentada na poltrona ao lado da cama, com um livro sobre as pernas. Ao ver Clara, fechou o livro e fez um gesto para que ela se sentasse ao seu lado.— Aconteceu alguma coisa, minha filha? — perguntou Isabel, com o tom carinhoso de sempre.Clara tentou organizar os pensamentos, mas a insegurança lhe roubava as palavras.— É que... o Miguel... ele pediu para eu dormir aqui. — gaguejou, abaixando o olhar. — El
A Marca do Destino Clara se aproximou da porta do quarto de Miguel e deu três batidinhas suaves. — Miguel, com licença, posso entrar? Do outro lado, a voz dele soou tranquila: — Claro, pode entrar. Clara entrou devagar, deixando Luna e Isabel aguardando no corredor. Com um sorriso tímido, ela se aproximou da cama. — A minha filha, Luna... ela chegou. E gostaria de vê-lo. O rosto de Miguel se iluminou em um sorriso largo. — Claro, claro! Deixa ela entrar! Clara fez um sinal para Luna, que entrou no quarto com o cabelo preso em um coque alto. Assim que Isabel, ainda na porta, viu Luna passar à sua frente, seus olhos se fixaram na nuca da menina. Lá estava a mancha vermelha que ela conhecia bem. Um aperto forte tomou seu coração, e, de repente, tudo escureceu. Isabel caiu desmaiada. — Mãe! — gritou Miguel, alarmado. Clara correu para Isabel, agachando-se ao lado dela. — Luna, me ajude aqui! Com cuidado, mãe e filha levantaram Isabel e a colocaram na poltrona reclinável. Clar