Quem é a enfermeira Clara? Miguel desceu do jatinho, sentindo a brisa fresca do Rio de Janeiro acariciar seu rosto. Acompanhado pelo ajudante, ele se acomodou na cadeira de rodas, observando a movimentação ao redor. O hotel luxuoso em que estavam hospedados tinha uma fachada impressionante e atraía olhares curiosos de passantes.Cecília se aproximou, o rosto iluminado por um sorriso, mas havia um brilho nervoso em seus olhos. Miguel a observou por um momento antes de falar.— E aí, Cecília. Estar na cadeira de rodas incomoda você? — ele perguntou, sua voz calmo, mas a curiosidade evidente.Ela hesitou, forçando um sorriso. — Claro que não, Miguel. Você sabe que isso não muda nada entre nós.— É? — ele disse, levantando uma sobrancelha. — Porque você parece um pouco incomodada. Se você quiser, eu posso...— Não, não, está tudo bem. — Cecília interrompeu, mas o nervosismo em sua voz traiu a verdade. Miguel percebeu que ela estava realmente incomodada, mas não insistiu.— Você conversou
Miguel enfrenta a dor ao descobrir a verdade sobre Clara.Miguel se aproximou de Cecília, seu olhar mais intenso e sedutor do que nunca. Com ela um pouco grogue, ele sabia que este era o momento perfeito para conseguir o que precisava. Cecília, sentada na cama, o observava com um sorriso distraído, o efeito do champanhe já evidente.Ele abriu o roupão lentamente, deslizando as mãos com suavidade sobre os ombros dela, deixando que o tecido caísse aos poucos até se amontoar na cama. Cecília observou-o com olhos semicerrados, como se o peso das pálpebras já estivesse vencendo sua resistência.— Cecília... — ele murmurou, com um olhar envolvente. — Você me ama?Ela sorriu, um sorriso preguiçoso e sedutor, e respondeu, com um tom suave e levemente arrastado: — Amo...Miguel segurou o rosto dela com delicadeza, olhando-a profundamente nos olhos, e, com um toque de provocação em sua voz, perguntou:— Então conta pra mim... — Ele se inclinou, aproximando o rosto do dela, sussurrando ao pé do
Miguel encena a vulnerabilidade enquanto prepara seu próximo passo.Miguel estava sentado na cadeira de rodas, a expressão cansada e uma atadura improvisada envolvendo sua mão. Após a intensa noite de revelações, ele mal conseguiu descansar; sua mente estava em alerta, e o desespero que o consumia pelo destino de Clara se misturava com uma raiva contida. Mas agora, era hora de seguir com o plano. Ele pegou o telefone e ligou para a recepção.— Bom dia. Poderiam enviar alguns curativos e uma atadura para o quarto, por favor? Ah, e também algum remédio para dor de cabeça.Poucos minutos depois, o serviço de quarto entregou os itens, e Miguel fez uma atadura em sua mão, disfarçando os hematomas que havia causado na própria pele pela frustração e os golpes na parede.Por volta das seis da manhã, Cecília começou a despertar. Seus olhos ainda estavam meio fechados, e a primeira imagem que viu foi Miguel, aparentemente adormecido na cadeira de rodas, com a mão enfaixada. Ela piscou, surpresa
Cercado de Aliados, Miguel Prepara-se para a Busca.O almoço na casa de Miguel estava servido, e ao redor da mesa sentavam-se Isabel, Ana, Valentina e o próprio Miguel, que mantinha uma expressão séria e focada. Havia muito em jogo, e a presença dessas mulheres fiéis a ele era um alívio em meio a toda a tensão.Durante o almoço, Ana aproveitou um momento de pausa na conversa e se inclinou discretamente em direção a Miguel.— Miguel, ontem à noite, enquanto você estava no restaurante, o Marcos conseguiu instalar o rastreador nos carros do Henrique e da Cecília. — Ela abriu a bolsa, pegou um pequeno aparelho GPS e entregou-o a ele. — Desde ontem, estou monitorando. Por enquanto, não houve nenhum movimento suspeito.Miguel pegou o GPS, observando a tela. Ele conseguia ver os dois pontos identificados, um representando o carro de Henrique e o outro, o de Cecília.— E onde eles estão agora? — perguntou, os olhos atentos na tela.— O Henrique foi direto para casa após o jantar. Passou a noi
"Miguel enfrenta a sombra do passado para resgatar Clara"Miguel estava deitado na cama, ainda segurando a carta de Clara próxima ao peito, com os olhos fechados e os resquícios de lágrimas visíveis em seu rosto. A intensidade das emoções que ele sentia, o amor e a saudade que a carta havia despertado, o levaram ao sono. Mais tarde, por volta das oito da noite, sua mãe, Isabel, subiu para o quarto e, ao abrir a porta com delicadeza, o viu dormindo. O coração dela se apertou ao ver o filho assim, tão frágil e ao mesmo tempo determinado.Isabel se aproximou com cuidado, sentando-se na beira da cama e acariciando o rosto dele até que ele abrisse os olhos devagar.— Miguel, querido, — ela sussurrou suavemente. — Está na hora do jantar.Ele piscou, ajustando-se à luz suave do quarto e, em seguida, escondeu a carta, guardando-a em uma gaveta ao lado da cama antes de responder:— Mãe... acho que não consigo comer agora. Não estou com muita fome.Isabel, no entanto, insistiu, mostrando o cari
"A promessa do amor é a única luz em meio ao desespero"As horas pareciam se arrastar enquanto ele esperava por notícias de Valentina. O silêncio no quarto, interrompido apenas pelo som do ponteiro do relógio, era sufocante. Ele fechou os olhos novamente, tentando controlar o turbilhão de emoções, mas as imagens de Clara, o rosto dela, a voz suave... tudo estava ali, cada vez mais presente, como uma âncora que o prendia ao seu propósito.Finalmente, uma nova mensagem de Ana apareceu no celular.Ana: "Miguel, Henrique já saiu da cidade e está retornando para Brasília. Valentina e os detetives já estão no armazém."Miguel sentiu o peso da expectativa. Ele se levantou da cadeira de rodas, caminhando pelo quarto enquanto aguardava a próxima atualização. Cada passo parecia ecoar no silêncio, cada segundo uma eternidade.Após alguns minutos, o telefone tocou. Era Valentina.— Miguel, estamos aqui no armazém. Não há sinal de Clara, mas encontramos uma área fechada, uma espécie de quarto impr
"No silêncio do bunker, a esperança desperta"Segundos depois, o homem emergiu novamente, rindo sozinho, e jogou as folhas de volta sobre a porta, cobrindo-a. Ele voltou a cambalear em direção à casa, resmungando alguma coisa, e entrou pela porta da frente. Miguel permaneceu imóvel, observando o ambiente em volta. As luzes da casa ainda estavam acesas, e ele não queria agir sem a certeza de que não seria descoberto.Cerca de dez minutos se passaram, e então, uma a uma, as luzes da casa foram se apagando. O som de risadas e passos também se acalmou, e logo, tudo estava imerso em silêncio.Miguel esperou um pouco mais para se certificar de que todos estavam dormindo. Então, com extremo cuidado, ele se aproximou do local onde o homem havia escondido a entrada secreta. Seu coração batia descompassado, uma mistura de nervosismo e ansiedade que ele tentava manter sob controle. Com mãos firmes, afastou as folhas grandes, revelando a porta de metal. Sentiu uma onda de adrenalina ao vê-la à su
A coragem de Miguel e a esperança de Clara contra o tempo e o perigoMiguel se manteve firme enquanto retirava as correntes dos pulsos e tornozelos de Clara, tentando não deixar transparecer a mistura de alívio e dor que sentia ao vê-la naquele estado. Cada movimento era calculado, cada toque era delicado, como se ele tivesse medo de que ela se quebrasse. Uma vez livre, ele a envolveu em seus braços, e sentiu o corpo dela tremer contra o dele.— Clara, eu estou aqui… — murmurou, segurando-a firme. — Eu prometi que viria por você, e aqui estou.Clara abriu os olhos lentamente, um brilho fraco de reconhecimento neles. A boca dela se abriu para falar algo, mas só um sussurro saiu.— Miguel… eu sabia que você viria — disse ela, a voz rouca, quase inaudível.Miguel sorriu, mesmo que seu coração batesse forte, misturando o amor e a determinação de tirá-la dali em segurança. Sem perder tempo, ele verificou se o caminho estava livre, observando ao redor. Mas, ao escutar passos do lado de fora