"A promessa do amor é a única luz em meio ao desespero"As horas pareciam se arrastar enquanto ele esperava por notícias de Valentina. O silêncio no quarto, interrompido apenas pelo som do ponteiro do relógio, era sufocante. Ele fechou os olhos novamente, tentando controlar o turbilhão de emoções, mas as imagens de Clara, o rosto dela, a voz suave... tudo estava ali, cada vez mais presente, como uma âncora que o prendia ao seu propósito.Finalmente, uma nova mensagem de Ana apareceu no celular.Ana: "Miguel, Henrique já saiu da cidade e está retornando para Brasília. Valentina e os detetives já estão no armazém."Miguel sentiu o peso da expectativa. Ele se levantou da cadeira de rodas, caminhando pelo quarto enquanto aguardava a próxima atualização. Cada passo parecia ecoar no silêncio, cada segundo uma eternidade.Após alguns minutos, o telefone tocou. Era Valentina.— Miguel, estamos aqui no armazém. Não há sinal de Clara, mas encontramos uma área fechada, uma espécie de quarto impr
"No silêncio do bunker, a esperança desperta"Segundos depois, o homem emergiu novamente, rindo sozinho, e jogou as folhas de volta sobre a porta, cobrindo-a. Ele voltou a cambalear em direção à casa, resmungando alguma coisa, e entrou pela porta da frente. Miguel permaneceu imóvel, observando o ambiente em volta. As luzes da casa ainda estavam acesas, e ele não queria agir sem a certeza de que não seria descoberto.Cerca de dez minutos se passaram, e então, uma a uma, as luzes da casa foram se apagando. O som de risadas e passos também se acalmou, e logo, tudo estava imerso em silêncio.Miguel esperou um pouco mais para se certificar de que todos estavam dormindo. Então, com extremo cuidado, ele se aproximou do local onde o homem havia escondido a entrada secreta. Seu coração batia descompassado, uma mistura de nervosismo e ansiedade que ele tentava manter sob controle. Com mãos firmes, afastou as folhas grandes, revelando a porta de metal. Sentiu uma onda de adrenalina ao vê-la à su
A coragem de Miguel e a esperança de Clara contra o tempo e o perigoMiguel se manteve firme enquanto retirava as correntes dos pulsos e tornozelos de Clara, tentando não deixar transparecer a mistura de alívio e dor que sentia ao vê-la naquele estado. Cada movimento era calculado, cada toque era delicado, como se ele tivesse medo de que ela se quebrasse. Uma vez livre, ele a envolveu em seus braços, e sentiu o corpo dela tremer contra o dele.— Clara, eu estou aqui… — murmurou, segurando-a firme. — Eu prometi que viria por você, e aqui estou.Clara abriu os olhos lentamente, um brilho fraco de reconhecimento neles. A boca dela se abriu para falar algo, mas só um sussurro saiu.— Miguel… eu sabia que você viria — disse ela, a voz rouca, quase inaudível.Miguel sorriu, mesmo que seu coração batesse forte, misturando o amor e a determinação de tirá-la dali em segurança. Sem perder tempo, ele verificou se o caminho estava livre, observando ao redor. Mas, ao escutar passos do lado de fora
Em segurança, Clara encontra refúgio nos gestos silenciosos de MiguelMiguel, ainda segurando Clara desmaiada em seus braços, a carregou com o máximo de cuidado pela escada do jatinho, cada passo pesado pelo peso da situação e pela delicadeza do momento. Clara estava fraca, quase sem cor, e isso só reforçava a urgência que Miguel sentia em tirá-la dali e levá-la a um lugar seguro, onde pudesse receber o tratamento que precisava.O piloto, percebendo a gravidade da situação, manteve-se em silêncio e rapidamente ajudou Miguel a acomodar Clara em um dos assentos confortáveis, onde ele a colocou com todo o carinho. Miguel ajeitou o cinto de segurança sobre ela e puxou um cobertor para cobri-la, assegurando-se de que ela estivesse aquecida. Antes de se afastar, olhou para o rosto dela, sentindo um misto de alívio e desespero. Finalmente a tinha encontrado, mas o que ela havia sofrido ainda estava impresso em cada traço de sua expressão adormecida.— Para a Itália — Miguel murmurou ao pilot
Medo e suspeitas levam Henrique e Cecília a buscar respostasClara sorriu de canto a canto, com o olhar surpreso, como se não acreditasse no que via. A cena era surreal para ela, quase como um sonho impossível. Miguel se aproximou dela, depositando as sacolas e a cesta ao lado da cama, sentindo seu próprio coração bater mais forte ao vê-la ali, desperta.— Como está se sentindo? — ele perguntou, com uma ternura evidente na voz.Ela o olhou, ainda atônita, e respondeu, a voz embargada de emoção.— Eu... eu pensei que estava sonhando. Juro que achei que ainda estava dormindo. Quando acordei e vi o teto... tive medo de abrir os olhos de verdade, de acordar lá naquele cativeiro de novo. Não sabia se estava segura...Miguel sorriu, sentando-se ao lado dela e segurando delicadamente a mão dela.— Não, Clara. Agora você está livre. Trouxe você para longe, aqui você vai poder se recuperar em paz. Precisei tirar você do Brasil por enquanto. Só quando tudo estiver resolvido, você poderá voltar.
A tentativa de sumir com as provasA mente de Henrique estava a mil, cada hipótese passando rapidamente como se fossem peças de um quebra-cabeça que ele não conseguia montar.Henrique entrou em seu escritório com passos firmes, mas o coração palpitando de tensão. Ele sabia que agora a única solução era limpar tudo. — Aqui está o que vocês vão fazer — Henrique disse friamente. — Vocês voltarão ao local, vão desocupar a casa e limpar cada canto. O bunker, principalmente. Não quero rastro algum. Quando terminarem, desapareçam. Deixem o lugar sem deixar vestígio, entenderam?O homem assentiu em silêncio, cientes da gravidade das instruções. Sabiam que era um trabalho perigoso, mas a quantia na conta dizia que deveriam seguir a ordem sem questionar. Henrique, então pegou o telefone e fez uma nova ligação.Sigam esses inúteis, não deixem nenhum vivos, depois toquem fogo na casa e no bunker. — Já estamos a caminho, senhor. — A voz do outro lado respondeu com atenção.— Perfeito. — Henri
Ela esteve aqui?Enquanto a equipe da polícia começava a documentar a cena e recolher evidências, um dos policiais encontrou um copo de vidro parcialmente quebrado, com algumas marcas de batida na superfície.— Senhor, encontramos um copo de vidro! — chamou um policial. — Ele ainda tem líquido dentro.Almeida se aproximou, analisando o copo. — Traga-o para o laboratório. Vamos verificar se há impressões digitais ou saliva. Isso pode nos dizer a pessoa que esteve aqui.Enquanto isso, os bombeiros continuavam a busca e descobriram uma porta que havia permanecido fechada durante o incêndio. Ao abrirem, um cheiro forte de mofo e a visão de um espaço ainda mais deteriorado tomaram conta do ambiente. No canto, uma grande pilha de roupas e acessórios, incluindo as correntes que haviam mantido Clara cativa, foram encontradas.— Precisamos de luvas! — ordenou o líder dos bombeiros. — Não podemos deixar essas impressões digitais aqui.Os policiais logo foram informados e a coleta das provas com
Surpresa Zero.Com as provas preliminares em mãos, Roberto retornou à delegacia, reunindo sua equipe para uma análise cuidadosa das mensagens. Eles imprimiram as conversas recuperadas, destacando as partes mais reveladoras em relação ao sequestro de Clara e aos últimos eventos que culminaram no incêndio. A conexão direta de Henrique com esses criminosos trazia à tona uma rede de intrigas e um plano frio e calculista.Conforme examinava o celular, Roberto encontrou algo ainda mais impactante: o celular havia registrado a última localização antes de ser destruído no incêndio. A localização correspondia ao endereço da propriedade onde o incêndio havia começado. Tudo indicava que Henrique, ou alguém de sua confiança, estava instruindo os homens sobre os próximos passos, mantendo controle total sobre o cativeiro de Clara.Roberto acionou um perito da delegacia para recuperar o histórico de chamadas e arquivos de áudio do celular. O perito, experiente em tecnologia forense, começou a trabal