Um Amor que Enfrenta o Passado e Redescobre a VerdadeMiguel levantou a cabeça, os olhos marejados encontrando os de Clara, e com a voz trêmula, deixou as palavras de culpa fluírem.— Me perdoa, Clara… — começou ele, a dor estampada em cada palavra. — Me perdoa por eu não ter conseguido voltar para você. Por todos esses anos que se passaram, por todo o sofrimento que você viveu… Perdão por não estar lá quando você precisou, por não estar para te proteger quando… — ele fez uma pausa, sentindo as lágrimas deslizarem pelo rosto. — Quando eles te tiraram de mim.Clara o observava em silêncio, absorvendo a intensidade do pedido de desculpas, enquanto Miguel continuava, a voz embargada de emoção.— Sinto como se tivesse falhado em cada momento que eu deveria ter te protegido. A dor de saber que você estava sozinha, passando por tudo isso, me destruiu. Eu não sabia onde procurar, não sabia o que fazer, e me sentia impotente. Cecília… o pai dela… eles me enganaram o tempo todo. Como eu pude
O Nascimento de um Amor que Desafia o TempoFlashbackMiguel estava ansioso naquela manhã, com o coração batendo mais rápido a cada minuto. Ele tinha finalmente conseguido convencer Clara a ir até sua casa, algo que ele queria há tempos. Clara, com apenas 14 anos, estava radiante ao lado dele, embora um pouco tímida. Miguel, por outro lado, já com seus 16 anos, exibia um sorriso orgulhoso enquanto a levava pela mão. Chegando em casa, ele a guiou até a sala e chamou pela mãe, que logo apareceu com um sorriso caloroso.— Mãe, essa é a Clara — disse Miguel, os olhos brilhando.Isabel olhou para Clara e imediatamente se encantou com a doçura e delicadeza da menina. Clara sorriu educadamente, e Isabel percebeu o quão meiga e bem-educada ela era. Não demorou muito para que ela se sentisse totalmente acolhida.— Que menina doce! — Isabel exclamou, abraçando-a suavemente. — Seja bem-vinda, Clara! É um prazer ter você aqui.A simpatia de Isabel fez Clara relaxar um pouco. Depois de algumas tro
Um Laço Que Nem a Distância Pode RomperMiguel olhou para o celular e, por um instante, sentiu um aperto no peito. Sabia que as famílias de ambos viviam em mundos diferentes e que as novas oportunidades para o pai dela poderiam levá-la para longe.— E você também vai embora daqui, Clara? — ele perguntou, tentando esconder o receio.Clara balançou a cabeça, sorrindo.— Não, Miguel. Eu posso até ir de vez em quando, mas sempre vou voltar. Aqui é minha casa, e sempre será. — Ela olhou nos olhos dele com firmeza. — Além disso, você disse que a gente vai casar um dia, não foi? Então, vamos morar aqui.Miguel sorriu, sentindo uma onda de alívio e felicidade invadir seu coração.— Fechado, então. A gente vai morar aqui, juntos — respondeu ele, fazendo um sinal de promessa.Naquele momento, ele teve uma ideia. Se Clara tinha um celular, ele queria ter um também, para que pudessem continuar se falando mesmo com a distância que logo os separaria. Ao chegar em casa, ele foi direto falar com a mã
Um Amor que Transcende o DestinoMiguel sorriu, agradeceu e se despediu de Isabel e da mãe de Clara antes de sair em direção ao carvalho. Caminhou com passos apressados, a ansiedade e a felicidade crescendo em cada passo. Já podia imaginar Clara ali, esperando por ele, e seu coração batia acelerado com a antecipação do encontro.Ao se aproximar do carvalho, viu-a sentada de costas, os cabelos castanhos balançando suavemente com o vento. Ela estava com um lençol estendido no chão, ao lado de uma cesta de piquenique. Clara segurava o celular, distraída, provavelmente ansiosa pela chegada dele.— Clara! — chamou ele, com a voz cheia de emoção.Ela se virou imediatamente, e o sorriso que apareceu em seu rosto foi iluminado, cheio de alegria e saudade. Levantou-se de um pulo e correu em direção a ele. Assim que o alcançou, o abraço foi instantâneo, forte e cheio de carinho.— Eu não disse que ia voltar? — ela sussurrou.Miguel sorriu, emocionado, e a segurou ainda mais firme, sentindo todo
Uma Revelação à Luz das MemóriasO choque tomou conta do rosto de Miguel, mas ele se manteve em silêncio, esperando ela continuar. Sentiu um peso gigantesco nas palavras dela e em tudo que, até aquele momento, ele desconhecia completamente.— Quando percebi o que estava acontecendo, entrei em pânico. Mas contei tudo para os meus pais e para minha irmã, Valentina. E, para minha surpresa, eles me apoiaram. Talvez eles vissem o quão perdida e vulnerável eu estava. Eles entenderam minha inocência, e isso me deu forças. E então... então eu decidi ir atrás de você, Miguel.Ela fez uma pausa, tentando manter a compostura. Miguel não conseguia tirar os olhos dela, cada palavra era como um soco, cada detalhe era uma dor que ele não imaginava que existisse.— Eu juntei o que tinha de coragem e fui para Brasília, pronta para te contar tudo e, quem sabe, reconstruirmos nossa história, mas… — Clara parou e segurou um soluço. — Quando cheguei lá, descobri que você estava internado.Os olhos de Mig
Amarras Legais e Justiça SilenciosaMiguel ouviu o toque insistente do telefone até que uma voz firme e conhecida atendeu do outro lado.— Tenente Almeida falando. Boa noite, Miguel. Em que posso ajudar?Miguel apertou o celular com força, determinado.— Boa noite, Tenente Almeida. Estou ligando para saber sobre as novidades do caso de Clara Moretti. Algum avanço nas investigações? Quero garantir que nada, absolutamente nada, fique pendente.Almeida fez uma breve pausa antes de responder.— Estamos progredindo, Miguel. Temos provas o suficiente que comprova que Henrique é o mandante direto e Cecília cúmplice, o suficientemente para Henrique Salles e Cecília pegarem bons anos de prisão. Estamos monitorando todas as comunicações e já temos uma base sólida para os próximos passos. Há algo específico que gostaria de acrescentar?Miguel refletiu por um momento, o olhar fixo em Clara, que estava próxima, observando-o em silêncio, carregando ainda o peso da emoção das revelações. Então,
Isolados e VulneráveisHenrique sentia cada passo em direção à sua cela como se fosse um golpe. Aquele corredor sombrio, onde ecos de vozes e rangidos de portas lhe lembravam que agora era apenas mais um detento, o deixava inquieto. Ele sempre acreditara que sua influência e poder o manteriam acima das consequências, mas agora sentia a frieza implacável da justiça.Ao ser conduzido para dentro da cela, observou as paredes cinzentas e desgastadas, impregnadas com a passagem de outros prisioneiros. O vazio crescia em seu peito, especialmente pelo afastamento de Cecília. Sabia que ela estava em outra ala, sozinha, talvez experimentando a mesma sensação de impotência que ele. Não conseguia suportar a ideia de que sua filha, a quem sempre protegera, estivesse também encarcerada.Henrique se aproximou do pequeno e empoeirado colchão e sentou-se, fitando o chão. "Isso não vai durar. Logo, encontraremos uma forma de sair daqui", repetia para si mesmo, numa tentativa de manter a calma. Na sua
Lágrimas, Abraços e Amor em Cada ToqueA porta se abriu lentamente, e o silêncio que envolvia o momento deu lugar ao som de uma respiração contida, sussurros de espanto, e então, a surpresa se transformou em emoção pura.Isabel, a mãe de Miguel, foi a primeira a ver Clara na entrada. Por um instante, a incredulidade tomou conta de seu rosto, mas, logo em seguida, seus olhos se encheram de lágrimas. Ela cobriu a boca com as mãos, como se precisasse conter uma emoção que ameaçava transbordar de uma só vez.— Clara… — foi tudo o que ela conseguiu sussurrar antes de dar um passo hesitante, e então outro, e, por fim, correr até ela.Clara também não conseguiu segurar as lágrimas. Com o coração acelerado, avançou em direção a Isabel, que a recebeu com um abraço apertado, como quem tenta colar cada pedaço de dor que o tempo e a distância deixaram entre elas. Isabel a abraçava como se não quisesse mais soltar, como se pudesse protegê-la de tudo, mesmo depois de tantos anos e tantos obstáculo