Vai ficar tudo bem.Valentina terminava mais uma ligação sem sucesso. O desaparecimento de Clara era um peso constante, mas havia algo que ela não podia ignorar: Luna. A menina estava fragilizada, emocionalmente abalada, e Valentina sabia que precisava dar um jeito de distrair a sobrinha. Com esse pensamento, Valentina pegou o telefone e discou o número da casa de Fábio.— Alô? — atendeu a mãe de Fábio, com sua voz gentil.— Oi, Ana. Sou eu, Valentina. Como você está?— Valentina! Estou bem, querida. Como estão as coisas? Conseguiu alguma notícia?— Nada ainda, Ana. Mas... Eu preciso de um favor. A Luna não está nada bem. Ela está triste e preocupada, e eu pensei que talvez um jantar com vocês pudesse ajudá-la a relaxar um pouco. O que você acha?Ana ficou em silêncio por um momento, pensando.— Claro, Valentina. Nós adoramos a Luna. Vou ligar pra ela e convidá-la agora mesmo.— Obrigada, Ana. E, por favor, peça ao Fábio para ir buscá-la com o motorista. Acho que seria mais fácil para
Um Momento de ConfortoAna sorriu gentilmente ao ver Luna se aproximar com passos hesitantes.— Querida, seu quarto já está pronto. Preparei tudo com carinho para você. — disse Ana, guiando Luna até a porta do quarto.O quarto era acolhedor, decorado com tons suaves e uma cama grande com travesseiros macios. Uma atmosfera tranquila tomava conta do ambiente, e Luna sentiu um pequeno alívio ao ver o espaço preparado só para ela.— Se você quiser tomar um banho para relaxar, há toalhas e roupões no guarda-roupa. Fique à vontade, está bem? — disse Ana, com uma voz suave.Luna olhou para Ana, hesitante.— Eu... eu não queria ficar sozinha.Ana sorriu com compreensão.— Tudo bem, querida. Tome seu banho e relaxe um pouco. Quando você deitar, eu volto e faço companhia para você, pode ser?Luna assentiu com um sorriso tímido e foi até o banheiro. A água quente do chuveiro a envolveu como um abraço acolhedor, lavando parte do cansaço e da tristeza acumulada nas últimas semanas. Ela vestiu o ro
Entre segredos e silêncios.Cecília estava sentada em um luxuoso sofá de couro na biblioteca particular de seu pai. Uma taça de vinho descansava na mesinha ao lado. Ela observava as chamas da lareira enquanto o pai, Henrique Salles, entrava na sala, ajeitando os punhos da camisa. Ele se sentou em uma poltrona de frente para ela, com o olhar sério e atento.— Então, já se acalmou? — perguntou Henrique, servindo-se de uma dose de uísque.Cecília soltou um suspiro impaciente, cruzando as pernas e apoiando o cotovelo no encosto do sofá.— Eu estou tentando, mas a situação... Está me incomodando demais, pai.Henrique deu um gole na bebida, seus olhos penetrantes analisando cada expressão no rosto da filha.— A situação está controlada. Nada saiu do nosso alcance.Cecília bufou, agitada.— Você acha que está controlada, mas ele está obcecado. Ele não vai desistir de procurar. E se ele descobrir...?Henrique se inclinou para a frente, apoiando os cotovelos nos joelhos, com um sorriso frio.—
Segredos Revelados no SilêncioO quarto do hospital permanecia em um silêncio opressivo, interrompido apenas pelo som constante dos monitores. Miguel permanecia na cama, com os olhos fechados, simulando um sono profundo. O leve rangido da porta se abrindo indicou a entrada de Henrique, pai de Cecília, que se aproximou e sentou-se na poltrona ao lado. Pegando seu celular, ele começou a deslizar a tela distraidamente.Poucos minutos depois, o Dr. Edmunds entrou, segurando sua prancheta. Ele cumprimentou Henrique com um aceno formal e se aproximou da cama, avaliando Miguel com olhos clínicos.— Como ele está, doutor? — perguntou Henrique, sem desviar a atenção do celular.— A situação é delicada — respondeu Edmunds, com seriedade. — A dor de cabeça repentina é um indicativo de que a veia voltou a romper. Se não tratarmos logo, ele pode perder todas as memórias que ainda restam.Henrique, sem perceber, deixou escapar:— Isso não é bom para os meus negócios.O médico ergueu o olhar, intrig
Fragmentos que EscapamAssim que Henrique saiu do quarto, Miguel abriu os olhos, sentindo o coração disparar. Ele estava desesperado, consciente de que precisava agir rápido antes que a dor de cabeça se intensificasse e sua mente apagasse de novo. Tremendo, ele estendeu a mão e apertou com força o botão da campainha ao lado da cama.Em poucos minutos, Camila, a nova enfermeira, entrou apressada, alarmada ao ver a expressão de Miguel.— Senhor Miguel, o que houve? Está tudo bem?— Não, não está. — Miguel ofegou, a dor de cabeça já se manifestando em ondas de pressão nas têmporas. — Pelo amor de Deus, ligue para a Ana, minha secretária. Diga que é urgente. Preciso falar com ela antes que eu me esqueça.Camila hesitou por um segundo, mas o olhar desesperado de Miguel a fez agir rapidamente. Ela pegou o telefone e ligou para Ana.— Ana, é a Camila, a enfermeira do Sr. Miguel. Ele está pedindo para você vir imediatamente. É urgente.Do outro lado da linha, Ana não questionou. Apenas confi
Rastreando Fragmentos de VerdadeAs suspeitas sobre o envolvimento de Henrique, Cecília e Camila no desaparecimento de Clara haviam acendido uma nova fase de investigação para Valentina, que estava determinada a encontrar a irmã. Valentina decidiu agir com cautela e chamou alguns homens de confiança para realizar uma vigilância discreta.No primeiro dia de monitoramento, os homens foram designados para seguir cada um dos suspeitos separadamente. A missão era simples: observar qualquer comportamento suspeito e, se possível, descobrir o paradeiro de Clara. Porém, as primeiras horas da missão foram infrutíferas.Henrique passou a maior parte do dia em reuniões com clientes e cuidando dos negócios, demonstrando uma frieza absoluta, como se nada estivesse fora do normal. O tempo todo, ele agia com profissionalismo e cautela, sem levantar suspeitas ou deixar pistas que pudessem indicar seu envolvimento no desaparecimento de Clara. Contudo, os investigadores notaram que ele fazia algumas li
Ecos de uma Promessa EternaMiguel caminhava pelas montanhas sob um céu de fim de tarde, onde o sol já começava a se despedir com uma tonalidade dourada que se espalhava pelo campo. À sua frente, debaixo de um carvalho branco imenso, estava estendido um lençol no chão, repleto de flores silvestres ao redor, que formavam um quadro vivo e delicado. A brisa suave balançava os cabelos castanhos da mulher que estava de costas para ele, diante de uma cesta de piquenique cuidadosamente organizada.Ele se aproximou em silêncio, e quando ela se virou, o tempo pareceu parar. Os olhos de Clara brilharam ao vê-lo, refletindo a mesma saudade que ardia no coração de Miguel. Um sorriso emocionado tomou o rosto dele ao observar a beleza simples e tocante de Clara, que estava envolta em uma aura de serenidade e alegria. O momento era perfeito, e ambos sabiam que aquilo era mais do que um simples encontro.Sem dizer uma palavra, Miguel estendeu a mão, e Clara entrelaçou os dedos nos dele, como se busca
Um Novo AcordarO quarto estava mergulhado na penumbra, a quietude era cortada apenas pelo som do relógio marcando as horas. Miguel abriu os olhos abruptamente, o peito subindo e descendo em ritmo frenético, as lágrimas ainda correndo quentes pelo rosto. Aquele sonho, tão nítido e avassalador, havia deixado marcas profundas em sua alma. Ele passou as mãos pelo rosto, tentando assimilar tudo o que sentia, enquanto um turbilhão de emoções rodopiava dentro dele. Mas, ao mesmo tempo, uma certeza inabalável começava a se formar.Ele respirou fundo, buscando uma calma que parecia inatingível, enquanto a sensação de dor e saudade pulsava em cada célula de seu corpo. As imagens daquele sonho eram tão vívidas que, por um momento, ele se sentiu transportado para outro tempo, um tempo onde ele conhecia a verdadeira felicidade. Em meio ao desespero que ainda apertava seu peito, uma nova convicção começou a surgir, crescendo até se transformar em uma força tão potente que ele quase se assustou.Fo