●Isabela●
[...] Caminho no corredor em direção ao quarto dela, seguro a maçaneta e abro a porta vagarosamente. Vejo minha mãe sentada de frente para a janela, e de costas para mim, ela está ali à dias, olhando para fora, sem dizer uma palavra sequer.
Caminho até sua cama perfeitamente arrumada, do jeito que arrumaram pela última vez, e me sento.
Fico observando mamãe por alguns minutos, a comida que eu trouxe mais cedo, continua intocável.
—Mamãe, a senhora não comeu nada.
Ela não me resp
•Isabela•É sábado, um dia atipicamente ensolarado por aqui. Acordei bem cedo, mesmo estando exausta mentalmente pelos longos dias trabalhando com a Ellie, essa noite foi na verdade, a única em que de fato dormi. Sua ansiedade havia passado pra mim, e meu principal cargo era não deixa-la enlouquecer com tantos detalhes.Hoje é o tão esperado coquetel presidencial, com tudo encaminhado, Ellie também tirou o dia só para ela, já eu, preferi tomar meu café da manhã fora de casa.Entrei no primeiro ônibus que passou e desci direto na ByWard, caminhei o restante a pé até o "Lé Coffé", por sorte, o dia estava tranquilo, me dando a chance de conseguir uma mesa no meu lugar favorito até agora.Me sentei e logo fui atendida, enquanto esperava meu pedido chegar, coloquei o notebook na mesa e tod
•Ethan•—Sim, aquela doida me persegue desde pirralha. —Estávamos na quarta ou quinta taça, Isabela sorria encantada me ouvindo falar sobre a Anne e como nos conhecemos, ela estava tão interessada em ouvir que apoiou seu queixo na palma da mão, e o cotovelo na mesa, fixando seu olhar em mim. —Ela sempre foi meio maloqueira e não gostava de brincar com as meninas da nossa rua, então sempre veio brincar de carrinho, futebol, guerrinha... no começo eu não a queria andando com a gente! Depois que vi, que ela sabia brincar igual menino, comecei a aceitar.—Preconceituosos e machistas desde pequenos. —Concluiu com uma careta.—Eu era moleque Isabela, acertava a bola nela só para testar, ela nunca chorava igual as menininhas. Pelo contrário, ficava vermelha de raiva e jogava ainda melhor que a gente. —Falei com um carinho nostálgico.—Coitada! —Sorriu enfiando mais um canapé na boca. E
•Isabela•Ao chegar em casa, naquela mesma noite, xinguei Vienna e Annabeth de todos os nomes possíveis. Elas sabiam que ele estaria lá, e não me falaram nada.Olívia e Beni riam descontroladamente, pelo tombo que eu levei ao tropeçar com o vestido no meio da nossa "luta".—Não está com nada Polegari, se quiser eu derrubo essas duas de uma vez só. —Olívia gritou, estendendo uma mão para me ajudar a sair do chão. —Gente olha isso! Meu penteado sobreviveu uma noitada, corrida e uma guerra de almofadas. —Beni apontou a câmera do celular pra mim, todo orgulhoso.—Não! Olha o meu estado. —Protestei tentando me levantar. —Olívia, as duas, pode derrubar. —Autorizei irritada por não conseguir sair do chão com tanto tecido enroscado no meu pé.Anne e Vienna riram desafiadoramente, já eu, estava confiante.—Pensando
●Ethan●—Fala Clarck. —Elliot me cumprimentou assim que desci da moto, na minha vaga de sempre.—E ai! —Demos um toque, deixei o capacete pendurado no guidão e o encarei.—Vai ter uma corrida, sexta a noite, na antiga interestadual, está a fim de ir?—Estou de boa. —Falei apenas. Ele anuiu dando ombros.—Beleza, me avisa se mudar de idéia. —Assenti, me despedindo logo em seguida. Realmente não estava interessado.Deixei o estacionamento, me encontrando com Theo, Noah e Dave rapidamente. Estavam todos já aguardando perto do meu armário.—Sexta-Feira! —Dave anunciou empolgado, assim que me viu. Congelei ali mesmo, temendo que eles desconfiassem de algo.—O que tem sexta-feira? —Falhei em tentar disfarçar meu nervosismo. 
●Isabela●—Festa na casa do Dave sexta-feira, vamos? —Vienna aparece de repente, perguntando toda animada. Estávamos apenas Aléxia e eu sentadas no gramado, resolvemos almoçar aqui hoje.—Vamos. —Dei ombros, não teria nada melhor para fazer mesmo. Depois disso nós duas encaramos a Aléxia, esperando que ela respondesse.—Ah, eu não consigo. Tenho um compromisso na sexta.—Tem certeza? —Vienna insistiu, mas Aléxia gelou como se estivesse sendo interrogada. —Não está dizendo isso só para não ir né? Sabe que é bem-vinda! —Pude jurar que aquele meio sorriso, veio acompanhado de suspiro aliviado.—Tenho. Eu realmente não posso, mas vou na próxima podem ter certeza. —Vienna assentiu empolgada, pegando uma das minhas batatas fritas.Anne chegou batendo o pé, ela estava vermelha, se sentou bufando.—O que foi dessa vez? —Dou uma mordida na maçã, observando
●Ethan●—Nem sempre temos o que queremos na hora meu amor, e nem tudo que queremos podemos ter. Você tentou me ensinar isso Emma. Do jeito mais materno e menos doloroso possível. Acontece, que eu pensei que valia somente para aquele carrinho que outro menino estava brincando no parquinho, eu queria de qualquer jeito, então pedi que você comprasse um pra mim, e você me deu o sermão que valeria para o resto da minha vida.Somente os "bips" do monitor cardíaco era audível naquele quarto gelado de hospital.—Hoje, mais de dez anos depois, eu vejo que ainda não aprendi a lição. Quer dizer, eu sei que não posso ter o que é dos outros, e graças a isso também, eu aprendi que deveria conquistar minhas próprias coisas. Funcionou maior parte da minha vida, até eu querer uma pessoa.Forcei um sor
●Isabela●Irreparável!Era a única definição para aquele momento. Independente se era um erro ou a coisa mais certa que eu estava fazendo da minha vida, eu apenas soube, que seria irreparável.Não tinha como voltar atrás.Eu tive certeza, de quando isso acabasse, não ia dar para fingir que nada aconteceu, não ia conseguir simplesmente manter as coisas como eram antes, e por Deus, eu não queria.Não queria mesmo, ter a chance de voltar apenas alguns minutos no passado e fazer diferente.Pela primeira vez, eu não permiti que uma pessoa entrasse na minha vida, ele simplesmente a invadiu. Pela primeira vez, eu não defini nenhum local seguro na minha mente para poder acolhe-lo, e eu tive medo de que ele nem houvesse passado por ali. Existia alguma rota direta para o coração? Eu não conhecia.Pensar nisso me fez arfar por um segundo, em busca de ar, mas também em busca de controle. Só consegui o ar mesmo.
●Isabela●Irreparável!Era a única definição para aquele momento. Independente se era um erro ou a coisa mais certa que eu estava fazendo da minha vida, eu apenas soube, que seria irreparável.Não tinha como voltar atrás.Eu tive certeza, de que quando isso acabasse, não ia dar para fingir que nada aconteceu, não ia conseguir simplesmente manter as coisas como eram antes, e por Deus, eu não queria.Não queria mesmo, ter a chance de voltar apenas alguns minutos no passado e fazer diferente.Pela primeira vez, eu não permiti que uma pessoa entrasse na minha vida, ele simplesmente a invadiu. Pela primeira vez, eu não defini nenhum local seguro na minha mente para poder acolhe-lo, e eu tive medo de que ele nem houvesse passado por ali. Existia alguma rota direta para o coraç&ati