•Isabela•
—Vai para a antiga intermunicipal, vou continuar tentando ligar. — falei em uma falsa calmaria. Meu coração estava quase saindo pela boca. O medo corria pelas minhas correntes sanguíneas, e eu queria encontrar minha amiga o mais rápido possível.
—Como tem tanta certeza que ela está lá? —Perguntou Jony, concentrado na estrada. Ele mudou sua rota rapidamente. —Não tenho certeza de nada Jony, só que Aléxia sumiu e a única pista que temos é um folheto com data e hora de hoje que ela mesmo estava guardando. Você mesmo disse que ela estava mentindo, então é burrice não começarmos por lá. —Respondi, procurando o contato da Aléxia no meu celular. —Certo, mas como vamos fazer para entrar? —Não se preocupe. Lembra da história de como conquistei a amizade do meu melhor amigo? —Jony me fitou, ligeiramente apavorado. —Eu vou dar um jeito Jony! Tentei tranquiliza-lo. —O celular d•Ethan•Ouvi de longe batidas na porta que me despertaram. —Que horas são? E por que eu estou no quarto do Dave? —Questionei mentalmente. Tudo era uma grande confusão.Sentei-me na cama, procurando por pistas além da minha fodida dor de cabeça. Encontro uma garota loira dormindo do lado direito da cama. E algumas lembranças da noite passada começam a ficar claras.Ouço alguém bater na porta novamente e encaro meu estado, para ver se tenho condições de abrir a porta.Só de cueca. —Foda-se.Sacudo minha cabeça tentando espantar a dor, mas me arrependo logo em seguida, sentindo a mesma latejar. Caminhei até a porta cambaleando. Tonto de sono, abri ao som de mais batidas e amaldiçoei quem quer que fosse.Ao avistar a cabeleira castanha embalando sua expressão cansada de olheiras fundas, acreditei que estivesse sonhando. Mas não.Ela estava ali, tão surpresa quanto eu, prova disso é que em
•Isabela•Eu estava esgotada.Fisicamente e psicologicamente. O físico me fez dormir o restante do dia inteiro recebendo caricias da Olívia. Ela não fez nenhuma pergunta, e agradeci por isso. Estava por um fio de desabar, e sabemos que uma simples pergunta é suficiente para girar aquela chavinha interna que desencadearia em horas de choro.Eu teria dormido ainda mais, se meu estômago não estivesse roncando tanto de fome, foi o que me obrigou a descer na noite de sábado. Haviam invadido minha casa.Beni, Annabeth e Vienna já tinham tudo preparado para uma noite regada a besteiras e filmes melancólicos. Também preferiram não tocar no assunto, percebi pouco tempo depois, que estavam ali justamente para me distrair. E os amei ainda mais por isso.Cochilei novamente na metade do segundo filme, e resultou em um sonho c
*Ethan*Estava no meu quarto assistindo a semifinal de um campeonato sem ânimo tenhum para realmente torcer. Primeiro, porque meu time estava perdendo com impossibilidade de reverter. E segundo, porque meu humor estava péssimo, até para me concentrar em algo. Quando meu celular começou a tocar.Era a Anne.Ela e a Vienna tentaram conversar comigo inúmeras vezes durante a semana, eu deixei bem claro que se fosse sobre a Isabela, dispensava. Até que desistiram.Atendi preguiçosamente, sentando-me na cama ao perceber um diálogo estranho de fundo.—Anne? —Chamei, para ela notar que eu havia atendido. Parecia não ter percebido ainda.—A Isa por acaso está com você? — Perguntou receosa. Era a voz da Olívia de fundo, falando algo sobre ter acordado e não ninguém em casa.—Óbv
IsabelaEu soube, no momento em que abri meus olhos e dei de cara com o teto branco de luzes frias, que o pior tinha acontecido. Contudo, não estava mais com medo, quando as perguntas vieram, eu respondi de modo automático, percebi que foi a pior coisa que eu poderia ter feito.Quando um neurologista entrou para me examinar, me arrependi por cada detalhe que eu dei do acidente enquanto meu braço era engessado, naquele momento eu ainda não compreendia, que já tinha acontecido.—Disse que tudo começa com um cheiro de álcool, consegue me dizer porquê? —Perguntou Dr. Rob. Revirei os olhos cansada de tantas perguntas, e me perguntei se ele teria anotado aquilo também.Estava tão anestesiada com tudo que, eu simplesmente falava sem nenhum medo, como geralmente acontece. Me negava a acreditar que aquele médico m
IsabelaAlgumas semanas se passaram, quando consegui finalmente sair de casa. Olívia, Vienna e Annabeth decidiram que eu estava um porre naquele sábado, e mesmo debaixo de neve, inventaram um passeio de última hora. Com a desculpa de melhorar meu ânimo. Eu não estava mau humorada, apenas inevitavelmente chateada, após descobrir que Olívia avisou do inscidente para o Andrew e companhia. Outra vez criei expectativa de receber ao menos uma ligação, mas não tive. Sei que ela me poupou da reação indiferente deles. Não reconhecia o caminho que Anne fazia, mas estava bem intertida com a paisagem coberta por neve do inverno canadense. Olívia parecia um urso com tantas blusas, ela odeia frio.
IsabelaEu não queria admitir, que talvez, só talvez, estivesse arrependida por dizer aquelas palavras. A verdade é que eu estava esperando o momento perfeito para despejar tudo que estava entalado, mas eu ainda não tinha psicológico algum para aquela conversa.Por mim, eu teria causado nele, o mesmo que causou em mim, queria que ele sentisse em proporções iguais, o mesmo que eu senti todos esses dias desde que bati na porcaria daquele quarto. Só que pra isso acontecer, eu precisava admitir outra vez, que eu sinto alguma coisa pelo Ethan. Algo muito maior e destrutivo, do que eu jamais permiti que alguém tivesse posse.—Essa é a parte em que você sai batendo o pé? —Estreitei o cenho, percebendo o tom irônico que ele usou, bem diferente do que eu esperava.—É, essa é a parte em que eu saio batendo o pé. —Confirmei estre
IsabelaVocê ja se perguntou de onde veio?Ou para onde vai?Qual caminho seguir, quando a única estrada que te resta, é aquela que te faz fugir de onde saiu?E se de repente, você percebe que essa mesma estrada não te leva a lugar algum? Que o passo que você da para fugir da dor, é o passo que te leva até o limite. Uma hora, você se vê no mesmo lugar, e a única maneira de seguir em frente, é enfrentando seus maiores medos.Um exemplo claro, é a própria vida.Todos tememos a morte, todos fugimos do fim. Todos lutamos, por mais um dia de vida, mesmo sabendo que um dia a mais, é um dia a menos. Cada dia mais, você chega perto do último.Era estranho ter ciência disso. A sensação, de que cada passo que eu dei para longe de tudo, me trouxeram exatamen
— Sapatilha, Plié e brilha Ela sonhava em voar Bailarina ponta e gira Jeté um dia chega lá... Sua voz tranquilizava todo o ambiente, nem mesmo o som da estrada era audível, por um momento éramos uma bolha, a nossa bolha. ...— Fondu, Tendu e Frappé É suave aterrissar Bailarina ponta e gira Você precisa descansar... Olhei para o lado e encontrei Olívia, começando a pesar os olhinhos. —Minha irmãzinha era a coisa mais fofa. — Bocejei sorrindo. — No sonho, Grand Bettement Rond de Jambé et voilá Bailarina ponta e gira Pois é hora de acordar... Meus olhos pesaram, sua voz era resp