Calleb fica no chão, deixando pelo menos metade de sua raiva e tristeza, sair em forma de lágrimas.
Catarina também continuou a chorar e a se questionar, até cair no seu sono profundo.
O dia nasceu um tanto perturbador, ela se levantou e não avistou seu pai em lugar algum. Ele tinha ido esfriar a cabeça e iria direto para o trabalho. Cat não sabia. Ele não queria vê-la.
Ela tomou café e decidiu ligar para Regina. Sacou seu celular e discou o número dela, ainda pensando se deveria ou não contar o que houve de madrugada.
— Alô? — Regina diz, após o terceiro toque.
— Regina, sou eu...
— Oi, Cat! Tudo bem com você?
— Na verdade não, não está.
— Aconteceu alguma coisa com você? Pode me contar?
— Ah. É o meu pai.
— Ele estava bem estranho ontem ao telefone... Fez alguma coisa cont
— Vá visitá-lo... nem que seja somente para falar do meu acidente.O pedido de Lúcia martelava sua mente.Ela queria, com todas as suas forças que aquilo não estivesse acontecendo. Disse que ia pensar a respeito, com calma.Saindo daquela sala, viu que Regina conversava com alguém. Logo viu que era Leo e Jess.Se aproximou e ouviu Leo falar:— Fique tranquila, confortaremos ela.Jess a vê e vai abraçá-la fortemente; só então ela percebe que havia uma enfermeira ali.Cumprimentou Leo e olhou curiosa para a enfermeira, desejando que ela viesse com alguma notícia. Boa.— Catarina, sua mãe está oficialmente em coma.Anunciou, terminando de quebrar os pedaços de coraçã
RitaOnde estou?Abro meus olhos lentamente e volto a fechá-los por não aguentar a forte luz que surgiu.Conseguir abrir totalmente e me sentei para ver melhor o local.Tinha aparelhos ao meu lado, fazendo bipes terríveis. Tinha alguns fios que pareciam estar presos a mim, mas quando me movimento, ele aparenta ficar no ar.Coloco meus pés no chão e me levanto, para observar melhor a sala onde estou.Dou alguns passos e percebo que, não estou andando, mas meu corpo flutua de uma forma tão inexplicável.Olho para a porta a minha frente e levanto a cabeça para olhar o teto, me virando devagar para a cama que me encontrei deitada.Olhei para o teto, depois para as máquinas e desco o olhar para meus pés, eles estão tocando o chão, mas a sensação que sinto é totalmente diferente.Paro diante da cama e levanto o olh
Jess falou sobre o congresso dos jovens que começa hoje, por mais que não quisesse ir de jeito algum, eles sabiam onde ela morava e poderiam muito bem ir lá e tirar ela da cama, ela não tinha saída, mas, afinal, não iria somente por não ter outra alternativa, mas porque ela precisa de Deus, ela precisa de uma oração, de um momento de reflexão, de mais momentos em que simplesmente esqueça dos problemas em sua volta.Ela levantou bem cedo e fez uma pequena faxina na casa. Estava com uma terrível dor de cabeça, mas sentia um ânimo diferente e desconhecido.Ela precisava ter fé. Apenas isso. Todo o resto não importava mais.Somente uma coisa desse "resto" importava. E tinha o nome de "Vinicius".As palavras de Lúcia ecoavam na sua mente. Regina perguntou como foi o desenrolar da conversa
— Catarina — ele a chamou.Ela levantou o olhar, mas evitou fazer um contato direto.— Nosso filho... — não conseguiu terminar a frase, mas Cat entendeu o que ele quis perguntar.Novamente, veio a onda de tristeza, só que dessa vez foi difícil de controlar. Ela começou a chorar.— Eu... sinto... muito — disse, soluçando.Ele não entendeu e se preocupou.— O que? O que foi?— Ele não... — enxugou as lágrimas e respirou fundo. — Ele não chegou a ver a luz...Vini tocou seu braço e a encarou, desesperadamente.— Ele... mo-morreu?Ela balançou a cabeça, confirmando.E ele começou a chorar junto a ela. A abraçou novamente, em consolo.— Sinto muito mesmo... Catarina.Ela não conseguiu esconder o que sentiu com tudo, chorou e retribuiu o abraço.
Terceiro dia do congresso.Dois dias depois daquela visita.Nenhum sinal de sua mãe. Lúcia já havia tido alta e a acompanhava as vezes.Seu coração estava a mil por hora.O culto havia terminado e eles prepararam uma pequena festa para finalização de mais um congresso.Jess a puxou para a barraca das comidas e se serviram de algumas coisas que tinha ali.Era notório o orgulho que Jessica estava sentindo por Leo naquele momento.Era espetacular.Eles eram mais velhos que Cat e passaram por várias coisas também. Ambos não estavam disponíveis para um relacionamento, mas pareciam feitos um para o outro.Na opinião de Cat, eles se completam direitinho.Elas sentaram e estavam começando a comer quando o celular de Catarina tocou. Era seu pai.— Oi pai— Você... não
CatarinaDOIS ANOS E MEIO DEPOISMinha vida tomou um rumo um pouco esquisito.Estou no último ano do ensino médio e dou graças a Deus por ter conseguido chegar até aqui.Ontem foi o casamente de Leonardo e Jessica, levei minha mãe e fiquei com ela o tempo todo, já que meu pai não pôde estar lá. Eles estavam muito felizes, pois tinham começado a trabalhar com o que gostavam e com o que se formaram. Eles mereciam esse casamento.Eu dei um pequeno discurso, fui a madrinha, por mais que parecesse estranho, entrei com minha mãe, já que a cadeira de rodas ainda é considerada muito nova para ela e ela não consegue se mover sozinha com aquele "troço" como chama.Hoje é o meu aniversário.Eu soube, mesmo não querendo saber, que Vinicius foi solto ontem de noite.Eu não queria sair para lugar algum, mas minha mãe insistiu, o que me fez
ViniciusTudo mudou.Eu realmente havia aprendido muito naqueles longos dias dentro da prisão.Marcos me ajudou e eu sou eternamente grato a ele.Pude afirmar para mim e para ele que ele foi um anjo enviado por Deus para me ajudar pois era isso que sentia. Aliás, que outro sentido teria para o rumo que tudo tomou?Ele me contou coisas que me fizeram ficar maravilhado, por mais que minha mente dissesse várias coisas para me confundir, aqueles olhar que ele me lançava, fazia surpreendentemente todas as dúvidas e o que mais viesse sumir.Cada dia que amanhecia, passei a não xingar por ser mais um dia preso, mas passei a agradecer e até mesmo querer acordar, só para ouvir mais um pouco, aprender mais um pouco.Quando anunciaram a saída dele, eu fiquei feliz por ele, o desejando tudo de bom. Mas ao mesmo tempo, não pude esconder a minha tris
ViniciusAcordei cedo e consequentemente, ansioso. Aproveitei ao máximo aquela parte da manhã com a minha família, sentia que tudo estava voltando ao normal, que tudo estava se encaixando e finalmente funcionando.Eu estava progredindo.E como eu já sabia, a única coisa que faltava era a minha reconciliação com Catarina.Enquanto caminhava até a praça, onde a encontraria, me permite pensar nas palavras, mas vi o quanto era inútil. Eu iria apenas improvisar, ia desabafar e se preciso fosse... me humilhar.Estava disposto a tudo neste momento.E uma força dentro de mim surgia. Talvez uma coragem, eu precisava dela e aos poucos fui me agarrando a isso. Não permiti que meu coração errasse o compasso quando a vi.Me mantive estável.Me aproximei e a cumprimentei com um leve sorriso no rosto. Ela estava tão linda, n