Flor de Diamante - Trilogia Encanto do Cerrado - Lv2
Flor de Diamante - Trilogia Encanto do Cerrado - Lv2
Por: Louise Cardoso
Prólogo - Enrico

- Mulher difícil! – Falo, passando a mão no rosto e chuto a cadeira do meu escritório, na Discoteca Estrela, minha boate, situada no centro de Goiânia.

            Olho para Thaynara abraçada a George, e o ciúme me coroe por dentro, queimando minhas entranhas, por ele estar fazendo o que eu tanto queria. A dor em meu peito é real. Confio piamente nele, ainda mais agora, sabendo o que sei, porém, meu coração não entende isso.

            Eles parecem ser muito mais íntimos e mesmo que eu saiba a verdade. ainda que ele tenha se assumido homossexual, não confio em nenhum homem ao lado dela, mesmo que seja ele, tão especial para nós dois, apenas eu posso tocá-la intimamente, apenas eu posso beijar a sua boca e somente eu possuo o seu corpo.

            Fico de frente para o vidro que ocupa toda uma parede do meu escritório, de onde posso ver toda a boate. Aqui é onde passo grande parte do meu tempo nas noites de balada. É fascinante o quanto o ser humano pode ser surpreendente, o quanto cada indivíduo é diferente e o quanto algumas pessoas podem ser sem noção. Por isso, gosto de observar, ver os casais se formando, assim como meu amigo Olavo e sua noiva Carolina fizeram aqui. Em outros momentos observar as reações quando uma investida sem noção não dá certo.

            Daqui ainda posso ver George com os braços ao redor da cintura da minha mulher, sim minha, ela é minha, sempre foi, sempre vai ser e com certeza não vai por muito tempo ocupar o mesmo apartamento com outro homem, mesmo que de forma platônica, sua casa é aquele maldito apartamento vazio com seu cheiro impregnado naquele quarto.

            Eu sei que eles, realmente, não têm nada, principalmente porque eles moram juntos a anos e até bem pouco tempo ela ainda era virgem. Mas, ver outro com ela mesmo que seja pensado, faz meu coração se partir. Só de imaginá-la em meus braços, meu membro pulsa em minha calça e posso sentir a eletricidade tomar meu corpo, vendo-a se desvencilhar dele, acompanhar Marcela, Nathalia e Amanda em uma dança sensual com a música que toca: “Guimme More - Britney Spears”.

            Ela passa a mão pelo corpo de forma sensual, como se estivesse se exibindo, mostrando seus atributos para alguém e como se sentisse que é observada olha na direção do vidro, no exato lugar em que estou e jogando os cabelos, para trás dos ombros sobe as mãos pela lateral do corpo, toca os seios e sem piscar passa a língua pelos lábios, fazendo com que eu me contorça em excitação.

           Sei que ela não pode me ver, mesmo assim, como se estivesse fazendo um show para ela, abro minha calça, e começo a me satisfazer sozinho, apenas com meus dedos como testemunhas, sentindo uma onda de luxúria me consumir, como só acontece com ela, apenas ela tem o dom de despertar minhas mais loucas fantasias.

            Lembro-me que a porta está destrancada e que qualquer um dos meus funcionários pode entrar e me ver nessa situação, até mesmo Danila, porém me encontro em um alto grau de excitação, então não me preocupo e continuo meu voo solo, ao mesmo tempo em que ela, olha fixamente para o vidro, como se estivéssemos os dois sozinhos em um único ambiente, sem a barreira que nos separa.

Quando os últimos acordes da música soam, meu alívio vem forte, fazendo com que minhas pernas fiquem bambas, ao mesmo tempo em que Nat a pega pela mão, tirando-me do estado de luxúria em que nos encontravamos, os dois, mesmo ela não me vendo. Viro-me para pegar a caixa de lenços em cima da minha mesa e me deparo com alguém que não queria que estivesse aqui.

- Danila, a quanto tempo está aí? – Pergunto ao mesmo tempo em que retorno à posição anterior e vejo Thay com as amigas no bar.

- Tempo suficiente para me deliciar com a sua performance. – Sinto suas mãos passarem por meu abdômen e seus seios tocarem minhas costas.

            Termino de me recompor, desfaço o contato, jogo os lenços que usei no lixo e coloco uma distância segura entre nós, sentando-me em minha cadeira, atrás da mesa.

- Se viu o que eu fazia, sabia que era um momento íntimo, então podia ter dado meia volta e retornado posteriormente. – Falo com a voz profissional, demonstrando nossa situação de chefe e subordinada.

- Você sabe que a virgensinha não vai te querer, não sabe?

- E onde te dei liberdade para falar comigo assim? – Levanto-me de um pulo e fecho os punhos para tentar manter a calma. – Aliás, você não tem o direito de falar sobre a Thay.

- Você está cego Enrico, não percebe que ela é uma dissimulada e que quer apenas o seu dinheiro e status? – Vejo que está tremendo, porém ela esconde isso, fixando as mãos no encosto da cadeira a sua frente.

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