Arregalo os olhos e tento achar uma saída de emergência ou outra rota de fuga, mas ele percebe e começa a sorrir.
- Não precisa ter medo, não farei nada que você não queira. – Ergue as mãos em sinal de rendição. – Queria apenas te conhecer.
- No banheiro? – Minha voz é quase um sussurro, porém ele ouve.
- Você saiu correndo, tive que dar meu jeito. – Estando sem reação, fico apenas olhando-o e percebo que mais uma calcinha foi embora, mesmo com o medo presente, o tesão se sobrepõem. – Sou Enrico e você?
- Thaynara – Respondo no automático.
- Bem, ao menos para mim você disse o nome, para o velho babão não deu abertura. – Seu sorriso agora é mais amplo. – Confesso que achei que você era uma nova conquista, mas sua distância e profissionalismo a denunciaram.
- O senhor fica analisando todas as mulheres que vê em restaurantes ou lanchonetes? – Pergunto, tentando me recuperar do torpor causado pela densa atração entre nós.
- Não, apenas aquelas que decido levar para a minha cama.
Arregalo os olhos com a audácia dele, porém, tenho que admitir que é admirável sua autoconfiança. Mas, não cheguei aos meus 28 anos virgem, dando abertura para cafajestes e afins.
- Eu não vou para a sua cama senhor Enrico. – Falo firme agora e o olho firme, deixando que a atração fique em segundo plano. – Também tem o hábito de tomar decisões pelos outros?
- Também não, apenas constato um fato. – Seus olhos se estreitam e me analisam descaradamente, fazendo meu clitóris pular em minha calcinha. Que diabos é isso? – Sabe por quê?
- Não tenho ideia. – Olho para meus pés constrangida e quando levanto a cabeça, ele está á minha frente, quase colado a mim. – O que está fazendo?
- Respondendo minha própria pergunta, o fato é que se eu erguer sua saia agora e encostar em sua boceta, sentirei seu núcleo totalmente encharcado e pulsando, pois sua boca fala o que quiser, mas os seus olhos me dizem a verdade.
Quando dou por mim, estou no meio de um beijo avassalador, onde minha única reação é abrir a boca, dar passagem a sua língua e me deixar ser levada, sem me importar com o local em que estamos ou se vai entrar alguém. Sua boca toma a minha de forma calculadamente lenta, sua língua explora todos os cantos que alcança, fazendo com que minhas pernas fiquem bambas e para não cair, firmo a mão em seus ombros.
Suas mãos ficam firmes, uma na minha lombar rente ao bumbum e a outra na minha nuca, fazendo com que eu fique totalmente a sua mercê. Depois do que parecem ser horas, seus lábios soltam os meus e seus olhos cheios de luxuria e desejo fixam os meus. E eu faço a única coisa que posso, corro dele como se minha vida dependesse disso.
- Você foi embora e deixou ele sozinho no banheiro sem olhar para trás? – Volto ao presente com a voz do Felipe.
- E o que você queria que eu fizesse, bicha dollface? – Dou de ombros.
- Fosse para a cama com ele e tirasse as teias de aranha daí, uai. – Fala como se fosse simples. – Eu sei que você não tem tabus, que só está virgem ainda por que não sentiu tesão por ninguém e se por ele você sentiu, qual o problema?
- Eu não sei, me apavorei.
- Tudo bem, é apavorante mesmo, pois, se só com as lembranças você ficou assim: - aponta um dedo para mim e percebo que minha pele está quente e que minha respiração está alterada. – Senti o fogo e o tesão daqui. Meu Deus mulher se entrega.
- Me entregar onde, ôh bicha desgovernada? – Fecho a cara para ele. – Se você não percebeu, eu não sei onde ele mora e muito menos quem é. – Solto um suspiro – além do mais, ele não demonstrou muita reciprocidade ontem, não.
- É eu vi mesmo, ele quase me decepou a cabeça por abraçar você, imagino que isso é realmente pouca reciprocidade. – Solta um de seus sorrisos debochados. – Ôh virgem da terceira idade – gesticula com as mãos em minha direção - o cara tá totalmente na sua – aponta o dedo indicador para minhas partes íntimas – então, aproveita! Além do mais, ele é amigo das suas meninas, certo?
- E vou chegar nelas e dizer: - faço sinal de aspas com os dedos – “meninas, eu quero deixar de ser virgem com o amigo de vocês, me apresenta a ele?”
- Seria um começo.
- Tá maluco homem de Deus? Eu não vou fazer nada, ele me chamou de safada, ou você não viu?
- O que eu vi, minha querida, foi um homem possesso de ciúmes e cheio de sensações inomináveis no horário presente. – Sorri de modo desavergonhado – fora que ele é o pedaço de pão, que caiu da mão de Jesus na santa ceia, né?
Caio na gargalhada, pois meu amigo arruma cada uma, tiradas lá do âmago da sua imaginação. Levanto-me e pego minhas coisas.
- De onde você tira essas coisas? – Pergunto já na porta, sendo seguida por ele.
- Uma coisa aqui, outra ali. – Fala já apertando o botão para chamar o elevador. – Na verdade, vocês, mulheres desse grupo, estão muito bem servidas, um homem melhor que o outro. – Ergue o dedo indicador – Olavo, - outro dedo, - Enrico, - dedo, - Raphael, - dedo, - Bernardo, - dedo, - Rodrigo, - dedo, - Carlos.
- Quem é Carlos?
- O advogado.
- Hum sei, lembrei. – Sorrio ao constatar que meu amigo está totalmente certo. – O pior é que eu preciso concordar. – Olhamos um para o outro e caímos na gargalhada.
Encontro-me, neste momento, tomando café em meu escritório na sede dos hotéis de luxo Garibaldi, que fica muito bem localizado, próximo ao centro da capital, permitindo que aos que se hospedam nele, fácil locomoção na cidade. Moro sozinho em uma cobertura, em um bairro de alto padrão e como não tenho a mesma sorte que o Olavo ou até mesmo Carolina, apenas uma empresa especializada em faxinas, se encarrega da limpeza e eu faço minhas refeições no hotel ou em restaurantes.Prático e rápido já que passo boa parte do meu dia aqui, administrando a rede e as noites sempre estou na boate, que adquiri, para ajudar um amigo com problemas financeiros. Mas, tomei gosto pelo negócio, aprendi a gostar de analisar as pessoas que a fre
A manhã passou voando, em meio a quantidade de pepinos que precisaram do meu parecer e as reuniões, não percebi o tempo passar. Imagino se eu não tivesse Amanda, pois ela resolve grande parte dos problemas, deixando para mim apenas o que não tem jeito. E ainda tive uma videoconferência de última hora com o gerente de uma das filiais do sul, devido a um problema envolvendo acusação de assédio moral, contra um de nossos diretores de marketing, por parte de uma ex-funcionária, que pediu demissão recentemente. Com a apuração, descobrimos que o diretor vem mantendo essa conduta a algum tempo e que uma funcionária saiu, também por causa de assédio sexual. Então não perdi tempo e o despedi, apresentando uma ótima p
Rita que está ao meu lado se engasga com susto, perante a fala da amiga e eu coloco a mão em seu ombro para ajudá-la. Vendo o rapaz ficar roxo de vergonha e tentar segurar o riso, que eu, é claro, não consigo.- Será que dá para tirar as patas de cima da minha mulher? – Bernardo me dá um tapa na mão e se enfia entre mim e sua namorada. Abrindo mais o sorriso, levanto as mãos em sinal de rendição, vendo-o abraçá-la e beijá-la com fervor. Olho para o lado, vendo Thay sentada em sua mesa falando com alguém ao telefone e gesticulando de forma expansiva, será que é algum homem? Sinto o tapa na nuca e olho para o lado, vendo um Olavo sorride
Na verdade, pelo pouco que percebi dela, sua pureza e docilidade lembram uma flor delicada e extremamente macia, ao mesmo tempo em que suas atitudes demonstram que ela é forte como um diamante, podendo ser lapidada pela vida, mas inquebrável diante dos problemas.- Hum-hum, não quero namorar, não quero compromisso, blá, blá, blá ... – Bernardo fala ao meu lado e saio do encanto que a diaba me colocou, percebendo que todos estão me olhando com semblantes jocosos.- Pois é, fico pensando, porque será essa posição de galo pronto para a briga, quando o nosso mais novo amigo ali – Olavo aponta para George, com o polegar - abraçou sua rosa do deserto. – Ele fala enquanto a mulher em questão entra em sua sala acompanhada de um idiota muito sorridente.- Afinal, qual o nome dele mesmo
- Jesus, Maria e José! Acho que derreti com tanto calor que emanou dos dois, incendiando tudo ao redor.- Você não ia embora bicha fofoqueira? Isaac se engasga com a própria saliva, ao ouvir minha provocação e para soltar toda a tensão que permeia meu corpo, solto uma gargalhada estrondosa, fazendo com que até os seguranças esbocem pequenos sorrisos.- Respondendo a sua pergunta, virgem da terceira idade, tive que ir ao banheiro, ou não posso agora?- É claro que pode, Georgito, - Nat chega falando – o problema da nossa virgem da terceira idade, – tapo meu rosto com as mãos, ao mesmo tempo em que escuto a risadinha do recepcionista – é que ela precisa dar essa periquita cheia de teias, para acabar com a frustração...- Mas ela, está com medo, pois a vers&a
Chegamos à casa do Olavo e o caos está instalado. Dona Hortência está sentada com as crianças e vó Isabel, com lágrimas escorrendo livremente. Raphael está andando de um lado para o outro, como diria a mãe do Felipe, cuspindo marimbondos e gritando com quem fala ao telefone. Rita, Nat e Enrico estão na mesa de jantar, sentados em frente a o senhor Manoel, Bia e Antônia. A última, quando me vê entrando, vem e me envolve em um abraço acalentador, cheio de carinho.- Que bom que veio, menina. – Dou um sorriso e retribuo o abraço. Quando me solto dela, cumprimento a cada um dos presentes, com abraços, e ao chegar a vez de Enrico e fico sem saber o que faze
Abraço-o com todo o carinho que possuo por esses meninos, pois são além de companheiros de corporação, amigos de farda e irmãos para o Felipe.- O trabalho não me deixou ir fazer uma visita recente. – Mantem o braço em meus ombros, sustentando um sorriso enorme. – Onde estão os outros?- Izabella pegou férias e viajou, o Fernando está lá fora. – Como se tivesse sido invocado por seu nome, este adentra a sala e quando me vê também solta um lindo sorriso.- Rosa do deserto, saudades. – Estende os braços, tomando-me em um abraço carinhoso, tanto quanto o de Caio. – É sacanagem como você sempre está mais bonita, toda vez que te vejo.- Vocês são um balsamo para o ego de uma mulher, rapazes.- Apenas falamos a verdade e vo
Saio para fora da casa do meu amigo com uma vontade enorme de matar alguém, como é que pode ter tanto homem a rondando? Meu Deus, será que ela não tem amigas mulheres como todo mundo? Ou será que são todos amigos de foda, que fazem rodízio para tê-la? Chuto um vazo de plantas, fazendo com que um dos seguranças dê um leve sorriso, mas não me abalo, não sei de onde surgiu essa fixação por essa mulher. Nunca mais consegui ter relação com nenhuma outra, desde que a conheci, é como se eu estivesse preso a um feitiço. Até tentei ir para a cama com uma de minhas funcionárias da boate, coisa que nunca fiz antes. Eu estava bêbado e Danila