Meus pés não pareciam tocar no chão.
Eu parecia estar sonhando. Mas, era ainda melhor, porque era real. Eu realmente estava caminhando para o altar. Realmente estava indo para Melahel. Realmente estava indo para ser sua para sempre.O nervosismo tinha se dissipado assim que eu o vi. Lindo em um terno. Pela primeira vez eu o via assim. Parece algo surreal de tão lindo. Seus olhos azuis cor de mar se arregalaram com uma surpresa ao me ver, e ele sorriu, me olhando de cima a baixo. Mantive-me séria, mas eu queria correr para seus braços e beijá-lo até a Aurora dos tempos. Quando finalmente cheguei ao seu lado à linda música de piano que parecia dos Céus, parou, e meMelahelPassei a mão em seu cabelo e Handora suspirou em meu peito. Já havia há muito tempo amanhecido, e ainda permanecemos deitados na cama, absorvendo ainda a noite mágica que tínhamos tido. Tinha sido completamente linda.Os beijos, o toque, o jeito com que eu a amava tinha sido de uma forma diferente e mais intensa.Os raios solares batem em nossos corpos e não pude deixar de gostar dessa sensação quente e pulsante. Eu não queria sair dali e enfrentar todas as coisas que eu sabia que enfrentaria assim que chegássemos aos Estados Unidos. Pois, todos os anjos e Demônios nos localizariam mais rápido.Handora se apoiou nos cotovelos e olhou para mim. Seus olhos dourados estavam derretidos e m
HandoraHalldren dormia calmamente em meus braços.Sua respiração ia e vinha tão suavemente que parecia uma canção de ninar para meus ouvidos. Melahel sorria para mim a cada poucos segundos enquanto conversava com Castiel. E todos os outros conversavam tranquilamente em suas poltronas.Era realmente incrível o que os anjos poderiam fazer. Eles haviam localizado o jatinho que tinham vindo para Dubai e agora estávamos voltando para os Estados Unidos.O que fazia meu peito tremer.Uma guerra iminente estava por vir e colocava não só minha família em perigo, mas também meus amigos e a mim. Só de pensar em algum perigo se aproximando de Melahel ou Halldren, eu já tremia de raiva e eriçava meu Demônio. Só que se eu não enfrentasse tudo isso logo, eu nunca teria paz
MelahelEu não estava completamente satisfeito com aquilo.Handora havia aceitado a ajuda dos anjos, mas eu não aceitava assim. Eu havia aprendido que confiança demora muito mais que alguns minutos para ser conquistada, e as traições que eu tive vivido, eram suficientes para eu aprender isso.Mas, ainda assim, relevei. Não estávamos em condições de recusar a ajudar quem quer que fosse. Mesmo que tivesse sido um antigo inimigo. Como Andrômeda. Eu não me arrependi do murro e bom chute que havia dado nela.Só que agora eu precisava me controlar. Se os anjos estavam mesmo dispostos a lutar conosco, como Handora havia dito, a paz tinha que ser mantida.Acelerei o carro e olhei para o banco
Handora- Posso falar com Rimmon? - pedi para a voz feminina do outro lado.Eu estava de um lado para o outro em minha nova biblioteca. Outro presente de Melahel, que havia se mostrado tão gentil com tudo. Até mesmo na hora que eu tive vontade de incendiar os anjos lá fora. Mas, graças a meu auto controle e à ele, tudo deu certo.Eu tinha adorado a casa e simplesmente tudo. Amado. Era aqui um lugar que eu queria chamar de lar, que eu queria ver Halldren correndo por esses jardins livre e alegre, que eu queria amar Melahel todas as noites e que eu pudesse ter paz durante um bom tempo.Depois de ter amado intensamente Melahel, tomado um banho e colocado calças jeans escuras, uma blusa solta larga e toda vez que eu andava minhas botas de salto ressoavam no chão de madeira.Olhei pela janela grand
MelahelOlhei para Handora brincando com a chama do fogo em suas mãos enquanto brincava com Halldren. Sua tristeza retumbava em meu peito. Ela estava sentada perto da lareira e eu sentado num dos grandes sofás da sala praticamente de frente para ela. Eu estava esperando os outros anjos se juntarem a nós para falar sobre o que havia acontecido ontem. Já havia se passado um dia e Heron, não tinha ligado.Ela não olhava para mim e eu sabia que ela se culpava por ter deixado a família sozinha. Até mesmo eu me culpava.- Ok, Melahel, estamos aqui. Qual é a bomba dessa vez? - Alba perguntou sorrindo.Nem havia percebido que os anjos tinham vindo. Estavam sentados me encarando e esperando minha resposta. Além de meus amigos, Aladiah também estava e Angélica. Deixei Marcos livre dessa vez.- Ontem Heron ligou para Handora e ele está com a família dela. Não me
HandoraOs olhos de Melahel me olharam de uma forma inexplicável.Me olhava de um jeito cheio de amor, mas com uma beleza surreal quando pairavam sobre minhas asas e depois voltavam para meus olhos.Eu queria dizer alguma coisa, porém algo não deixava.Queria poder olhar para Melahel e dizer que não sabia como aquelas asas haviam aparecido, mas simplesmente estavam ali. Queria poder pedir desculpa por ter gritado com os anjos, ter me enfurecido daquele forma e o deixado sozinho com os anjos e demônios. Queria falar que o amava, e que agora eu estava mais calma. Só que nada disso saiu de meus lábios.Ele se levantou do carpete e apenas continuou me olhando.Sorri e abri minhas graciosas asas negras como de um corvo.Eu não sabia como e nem quando eu havia ganhado-as. Só me lembrava de que quando
Sobrevoamos perto do local que era para mim se encontrar com Heron. Estranhamente era em um parque. Estava vazio por causa do intenso frio e pousamos alguns quarteirões antes em um beco. Olhei para Melahel e ele me olhou impassível.- Vou sozinha. Tenho que lidar com ele sozinha. - falei e recolhi minhas asas. Coloquei minha blusa de flanela.Melahel pegou minha mão.- Você não vai sozinha.Coloquei minha mão sobre seu rosto.- Vou. Temos uma ligação e você sabe se eu estiver em perigo. Por favor. Não vou me transformar num lugar público. Nem colocar ninguém em perigo. - beijei seus lábios. - Preciso lidar com isso sozinha.Ele assentiu e os outros me olharam. Resoluta, caminhei para me encontrar com Heron. Não olhei para trás, nem olhei para os lados. Só para frente.Atravessei a rua e o vento balançou meu cabelo. Pela primeira vez eu não conseguia sentir raiva. Não sei o que estava acontecendo, mas algo dentro de mim e
Os dedos de Melahel deslizaram calmamente pelas minhas costas. Eu ainda estava nervosa pelo que tinha visto e com raiva da pessoa que tinha feito isso.Com mais dois a menos nosso grupo ficava gradativamente menor e mais fraco. O que só piorava a situação.Como derrotaríamos Lucian daquele jeito? Como conseguiríamos conter a fúria de Deus?Está tudo cada vez pior.- Nunca pense desse jeito. – Melahel me repreendeu.Ele tinha uma linha direta com meus pensamentos.Assenti e mantive-me quieta e sem pensar em nada. Todos nós estávamos reunidos na sala da casa mais uma vez. Anjos e Demônios estavam nos cantos tentando entender que rumo tomaríamos. Alba estava ao meu lado e com a mão sobre meu ombro.Alguns minutos depois, Olavo entrou junto com um demônio, que lembrei imediatamente o nome. Zahir.- Eles foram enterrados. O que não entendo é como eles foram mortos decapitados. Anjos e Demônios não morrem desse jeito. Precisa mais do que uma faca comum