Os dedos de Melahel deslizaram calmamente pelas minhas costas. Eu ainda estava nervosa pelo que tinha visto e com raiva da pessoa que tinha feito isso.
Com mais dois a menos nosso grupo ficava gradativamente menor e mais fraco. O que só piorava a situação.Como derrotaríamos Lucian daquele jeito? Como conseguiríamos conter a fúria de Deus?Está tudo cada vez pior. - Nunca pense desse jeito. – Melahel me repreendeu.Ele tinha uma linha direta com meus pensamentos.Assenti e mantive-me quieta e sem pensar em nada. Todos nós estávamos reunidos na sala da casa mais uma vez. Anjos e Demônios estavam nos cantos tentando entender que rumo tomaríamos. Alba estava ao meu lado e com a mão sobre meu ombro.Alguns minutos depois, Olavo entrou junto com um demônio, que lembrei imediatamente o nome. Zahir. - Eles foram enterrados. O que não entendo é como eles foram mortos decapitados. Anjos e Demônios não morrem desse jeito. Precisa mais do que uma faca comumMelahelSenti que algo estava errado, assim que ouvi um baque sutil de algo. Halldren estava no meu colo e Claude fazendo palhaçadas para ver se ela sorria. Estávamos no quarto de Halldren, mas eu poderia ter a distância de quilômetros, e mesmo assim sentiria e escutaria Handora.Senti sua preocupação.Olhei para Claude e sorri, tentando dar uma aparência calma.- Você acha que pode ficar um instante aqui? Enquanto eu resolvo algo lá embaixo? – falei suave e Claude assentiu.- Claro, tio. – ele sorriu.- Já volto. Vou pedir para uma pessoa ficar com você. Pode brincar com os brinquedos de Halldren. Estão num outro quarto aqui do lado. Fique à vontade. – falei.Claude saiu correndo e rapidamente chamei Alba em pensamento enqu
HandoraOs dedos de Melahel passavam calmamente pelo meu cabelo, eu ainda estava chateada por minha mãe. Por ela ter que se afastar agora que finalmente havíamos nos entendido. Que ela me aceitava do jeito que sou. Mas, nem tudo é como queremos.Por isso, já estava mais calma e tentava pensar em algo para derrotar Lucian, quando de repente ele mesmo apareceu diante de minha visão.Enrolei o lençol sobre meu corpo nu e me sentei. Os primeiros raios do Sol surgiam no horizonte e iluminavam o quarto. Tremi. Era uma visão.Lucian tomava a frente de um exército consideravelmente grande. Eu sabia que era muito maior, porque já havia visto.Ao seu lado, Rimmon e de outro Ruanda.Eles andavam no mesmo passo rápido e apressado. Tentei captar mais alguma visão e apenas percebi que ainda era começo de noite, pois o crepúsculo anunciava no horizonte, e por algum motivo reconheci a floresta por onde eles marchavam.E não demorou muito para eu en
Por um segundo. Apenas um segundo, parei. Olhei para Lucian e ele pareceu aliviado. Ele parecia mais verdadeiro do que qualquer momento em que eu havia o visto. Como se realmente precisasse que eu o ouvisse. Mas, eu não ia parar. Eu não queria parar.Inflamei mais as chamas de meu corpo e grunhi. Mais animal do que humana. Lucian gemeu e se afastou para trás, quando mandei mais quatro bolas de fogo. Em nenhum momento ele me atacou. Estendi as asas e cuspi fogo sobre ele. Ele se protegeu com uma barreira invisível de poder. O fogo bateu voltou e sumiu aos meus pés.- Eu não quero brigar. Quando é que vai entender isso, filha? – Ele disse ainda atrás da barreira.- Não me chame de filha. Você não pode ter algo que nunca mereceu. Eu não sou sua filha. Posso ter o seu sangue. A sua maldição. E até seu poder. Mas, nunca serei sua filha. Minha mãe me criou praticamente sozinha. Meus avós morreram e não tenho tios. Minha família é ela e meu irmão. Agora minha fil
MelahelNos dias que se seguiram o silêncio de Lucian foi absoluto. Handora andava tensa pela casa, não parava um minuto. Ora se reunia e treinava com os Demônios, ora estava falando com a irmã ou a mãe no telefone. Ela não se abria e eu queria que ela me contasse o que tanto a afligia. Mas, eu sabia que ficar longe da mãe e de nossa filha a machucava. Como se ela tivesse que afastar todo mundo que ela amava porque ela era um monstro.Só que ela mal sabia que o culpado de tudo isso, não era ela. E sim eu. Eu havia começado com tudo isso. Apenas eu. Se quando eu tivesse me recuperado tivesse ficado no Céu, tivesse ficado quieto e continuado com as missões que Deus havia me dado tudo continuaria como sempre foi.Eu tent
- Seu... - gemi um palavrão.- Calma. Não vou fazer nada. Só quero que vocês tenham um estímulo a mais para me ajudar a ter nossa liberdade. Ela estará bem cuidada. Jamais deixaria que algo atingisse minha neta ou se quer mesmo minha filha. - ele disse deixando o sarcasmo de lado e falando finalmente sério.- E você acha que nos deixando coagidos vai adiantar alguma coisa, seu desgraçado? Estamos ajudando você por que acreditamos que realmente só quer sua liberdade, que é como nós, anjo ou não. Isso é uma questão de lealdade, não de poder. Mas, é claro, que você não sabe o que é ser leal. Você faz as coisas por interesse. - falei com a voz cheia de ódio.- Só quero que tenha calma. Saiba que também não peguei-a simplesmente por isso. Acha que ela estaria realmente protegida nas mãos de Kendra? Ela é minha filha, e sei que ela não luta. Melhor, ela não sabe nem matar uma mosca. Aquele namorado dela é mole demais para matar algum anjo caso atacasse. Humanos
Já era quase meia noite quando chegamos à boate. Melahel parou o carro a poucas quadras da boate, enquanto Heron e eu descíamos para que ele pudesse estacionar o carro, sem que fossemos vistos juntos. Para reforçarmos o disfarce Heron me deu a mão e como um casal de namorados, fomos para a boate.Era perto então chegamos rápido. Paguei ao segurança na porta as entradas, e ele deu uma conferida mais do que necessária na minha aparência, mas quando seus olhos bateram em Heron, percebi ele recuar um passo, a maquiagem que eu tinha passado em Heron havia dado uma boa melhorada em sua aparência, sumindo a maioria das cicatrizes, deixando-a mais suave, e menos ameaçadora, embora a pose de Heron e em seus olhos negros exalavam poder e perigo. Eu tinha que dizer que isso me atraía nele.Passamos por um corredor apertado de casais se beijando e em fila com as pessoas que também entravam na boate. Heron passou o braço por meu ombro. Sabia que ele também estava se a
MelahelSenti a presença forte e marcante dela, antes mesmo que pudesse vê-la. Me virei para trás rapidamente e ela estava ali. Handora estava atrás de todos, mas eu conseguia enxergá-la. Ela estava tão linda naquele vestido, que eu mal conseguia me controlar para querer estar ao seu lado, mas eu estava tão bravo com ela, que também não suportava ficar perto dela.O que ela tinha feito era imperdoável.Eu sabia o que uma mordida de demônio representava e seus efeitos. O que causava. A sensação que outro demônio sentia ao ser mordido. Eu melhor do que ninguém sabia dessa sensação intensa e maravilhosa, que é duplicada quando o parceiro é da mesma natureza. Fechei os o
Olhei pela vista à minha frente e tinha que dizer que era deslumbrante. O mar ficou agitado pela recente chuva, e não poderia deixar de comparar que era a mesma cor dos olhos de Melahel. Era o mesmo azul tempestuoso que eu amava. Minhas mãos estavam entrelaçadas com as dele, e Melahel sorria olhando também para o horizonte. Estávamos no alto Da estátua da liberdade, o vento fazia meu cabelo voar junto com meu sobretudo aberto.- Queria que você tivesse um dia perfeito. Para mostrar que só quero fazer as pazes depois de ontem. E também por que temos que conversar sobre o que faremos agora. Sei que os outros deveriam estar presentes, mas como líderes de tudo isso, nós dois é que temos que decidir. E também tenho que contar uma coisa. - ele disse.Olhei para ele e sorri, passando a mão por seu rosto perfeito.O Sol se punha finalmente aparecendo depois do dia chuvoso, e o dia tinha sido perfeito. Havíamos passeado pelas lojas mais chiques de Nova York comprando tud