Seis meses haviam se passado desde que mergulhamos de cabeça na vida universitária, e cada dia era uma aventura emocionante. Nunca pensei que poderia apreciar acordar cedo, mas agora era parte da rotina que eu realmente gostava.Pelo menos uma vez por semana, nossas mães nos ligavam, ansiosas por atualizações sobre nossa vida aqui. Naturalmente, omitíamos muitas coisas. A liberdade que experimentávamos era tão intoxicante que mal sentíamos falta de casa.A parte desafiadora era equilibrar nossa vida secreta, família, universidade, notas e as noites nas baladas. Sim, estávamos aproveitando ao máximo tudo o que não fizemos e bebemos a vida toda. Fazíamos parte de um grupo de seis pessoas: Eu, Zarina, Cléa, Alana, Liam e Matteo. Éramos os verdadeiros animadores de festas. E logo nos encontraríamos novamente, mas desta vez não era apenas uma festinha universitária, era algo mais sombrio.Cléa havia arranjado um jeito de nos introduzir em um barzinho/balada secreto, o mais famoso de toda
Enquanto o jogo continuava, eu me sentei ao lado de Malia, ainda tentando processar o que havia acontecido. Ela me deu um sorriso de aprovação, apertando minha mão de leve.— Você foi incrível, Mali. Não sei se teria conseguido fazer isso — disse ela.— Acho que eu mesma não acredito que fiz — respondi, rindo. Foi tão intenso.Cris girou a garrafa novamente, e a noite seguiu com risos, desafios e doses de tequila. Quando o jogo finalmente terminou, nosso grupo decidiu se espalhar pela pista de dança. A música pulsava ao nosso redor, e eu me deixei levar pelo ritmo, tentando esquecer meus receios. Malia e eu dançamos juntas, rindo e se divertindo.Estava na hora de irmos embora, para descermos tínhamos que passar na frente do homem com aparência mafiosa que Malia havia beijado na hora do jogo de desafio.Assim que passamos por ele, o homem segurou o braço de Malia, fazendo-a parar nolugar.— Quer sair daqui, princesa? — Ele disse, e um frio passou por todo o meu corpo. — Me passa se
Meu nome é Etore Monti Don da máfia Francesa Camorra. Atualmente, tenho 31 anos e herdei o comando da máfia quando completei 21 anos, após o falecimento do meu pai. Ele sucumbiu a uma doença grave, e embora tenha liderado a Camorra com mão firme, não sei se teria durado muito mais tempo no comando.Desde então, tenho lutado para manter o legado da família e a supremacia da Camorra, especialmente diante de nossos maiores rivais: a Rússia, ou mais especificamente, a Bratva, o império liderado pelo Don Nicolai Mikhailov. Nossas máfias têm travado uma guerra implacável por anos, mas recentemente tenho notado uma mudança sutil em suas abordagens. Nicolai tem buscado um tratado de paz, mas até agora, não vi vantagens significativas para o meu lado.No entanto, tudo está prestes a mudar.Faz um mês que conheci o tormento de minha vida. Me pergunto como pude deixar isso acontecer. Como uma mulher que não deve ter nem seus 1,65 pode acabar com minha sanidade?Assim que meus olhos a encontraram
Sinto meu coração apertar enquanto tento processar a realidade do que acabou de acontecer. A sensação de vulnerabilidade me consome quando percebo que ele sabe quem eu sou de verdade, que conhece os segredos que eu tanto lutei para esconder. Malia Monroe, o símbolo do fracasso, e Malia Mikhailov, um mistério até para mim mesma.Viro-me e começo a andar em direção ao meu apartamento, lutando para conter as lágrimas que ameaçam transbordar. Não posso parecer fraca diante dele, o homem que me deu meu primeiro beijo e que agora parece ser uma ameaça à minha vida.Assim que entro no meu quarto, agradeço por Zarina não estar por perto. Fecho a porta e permito que as lágrimas rolem livremente. Meu corpo desliza até o chão enquanto o choro se intensifica, uma dor profunda tomando conta de mim. Parece que tudo está desmoronando ao meu redor, meu pai certamente me consideraria uma decepção se descobrisse sobre isso, e minha vida estaria arruinada para sempre.Como pude ser tão ingênua? Como pud
Desde o ocorrido, Malia tem estado estranha, fechada. Não vai mais para as festas, é como se realmente tivesse medo de perder toda a liberdade que conquistou.Já eu tenho vivido o máximo que consigo, sem deixar passar nada. É como se algo dentro de mim soubesse que faltava muito pouco para tudo se acabar.Hoje a galera havia me chamado para uma festa na praia e eu aceitei ir. Me arrumei e estava linda com um conjunto praiano mais elegante.Tentei bater na porta do quarto de Malia, mas ninguém atendeu. Então, enviei uma mensagem para ela e saí do apartamento.Cléa já estava me esperando. Entrei no carro e fomos para a tal festa, que seria na praia Côte d’Azur. Chegando lá, meus olhos passaram pelo local.Mas pararam naquele homem, o homem mais lindo que meus olhos já haviam visto. Eu o desejei como nunca havia desejado alguém na vida.Eu entregaria a minha alma se ele pedisse.Ele estava encostado em sua moto, cercado por um grupo de amigos, todos rindo e se divertindo. Mas ele se dest
Passei semanas de olho nela, mas, diferente do que eu pensei, Malia havia parado de ir a festas. E ninguém do submundo, além de mim, poderia saber sobre ela. Eu a observei dia após dia. Malia era diferente de tudo que eu conhecia em uma mulher; no caso dela, uma menina. Seus olhos, quando estavam no campus, tinham um brilho que eu não conseguia decifrar, como se ali fosse realmente onde ela gostaria de estar. Algumas vezes, eu a via olhando para os lados, como se sentisse minha presença. Em seus olhos, havia medo.Sua prima sempre estava ao seu lado. Embora cursassem programas diferentes, Zarina Minisk também não existia, vivendo sob o nome verdadeiro de Zarina Ivanov Mikhailov. A proteção que Nicolai Mikhailov dava a ambas era evidente. Ele havia feito um trabalho meticuloso para apagar suas verdadeiras identidades e protegê-las do mundo, mas agora eu conhecia a verdade.A rotina de Malia era quase monótona: aulas, lojas de tecido, academia e, ocasionalmente, o café onde a vi pela
Onde quer que eu vá, atraia os olhares. As mulheres cochicham entre si, os homens me olhavam com cobiça, mas não me importo. Sigo meu caminho até o bar, o ódio e a raiva consumindo cada parte do meu ser.Assim que paro na frente da porta, me questiono sobre o que vim fazer ali. O que direi a ele? E se ele não estiver aqui? Esses pensamentos rondam minha mente.Enquanto minhas mãos se aproximam da porta, sinto dois homens pararam atrás de mim, seus olhares fixos em mim.— Acabou a brincadeirinha, Malia Mikhailov — um deles diz, seu tom sério fazendo meu sangue ferver e minhas pernas tremerem. Alguém sabe de mim.— Seu pai está te esperando em seu apartamento — ele continua, sua expressão dura.Fudeu. É a única coisa que consigo pensar. Meu pai está em Paris. Agora, minha tão sonhada liberdade acabou.Ao chegar ao meu carro, sinto a presença dos homens que me seguiram o tempo todo. Cada momento parece uma eternidade enquanto dirijo em direção ao apartamento. Minha mente está em turbilhã
— E você teria a Malia, do jeito que quer. Mesmo que ela não queira.Alex tinha razão. Era uma solução fria e calculista, mas eficaz. E, no fundo, sabia que Malia, mesmo relutante, não teria outra escolha. Em nosso mundo, decisões assim eram comuns, e resistir significava perigo e incerteza.— Vamos fazer isso, — decidi finalmente. — Prepare uma reunião com Nicolai. Vamos discutir os termos da paz e do casamento.Ele assentiu, já pegando o telefone para fazer os arranjos.— Não, deixe-me fazer a ligação. Depois, você resolve o resto.Peguei o telefone e disquei o número de Nicolai. Ele atendeu de forma abrupta, sem dar espaço para formalidades.— Quem fala? — perguntou, sem me dar chance de introduzir a conversa.— Sou Etore Monti, Don da Camorra. Você quer paz, Nicolai? Quer acabar com a matança dos dois lados? Então, eu tenho um preço para isso...Houve um momento de silêncio do outro lado da linha, seguido de um tom intrigado.— Qual seria seu preço, Etore Monti? — Ele perguntou de